Pesquisa revela os sete alimentos que estão mais sujeitos a adulterações
Café, azeite, mel e leite estão na lista de produtos industrializados alterados
POR CAROLINA GONÇALVES - PUBLICADO EM 17/04/2012
Um estudo publicado na edição de abril do Journal of Food Sciences revelou os sete alimentos que estão mais suscetíveis a terem seus elementos adulterados - ou seja, que têm mais chances de serem misturados com outros ingredientes ou de que seus nutrientes essenciais sejam retirados total ou parcialmente. Os pesquisadores da Michigan State University (EUA) se basearam na revisão de 1.305 registros e publicações acadêmicas sobre fraude alimentar. Confira a lista de produtos industrializados e o veja o que pode estar adicionado aos seus alimentos favoritos:
CaféO pó de
café pode vir misturado com milho, cevada e centeio em quantidades muito elevadas. Algumas marcas adicionam fubá e caramelo, com o intuito de atrair os consumidores que preferem sabores mais doces. Em alguns casos, pode conter até mesmo madeira e casca de árvores. A nutricionista funcional e ortomolecular Luciana Harfenist, do Rio de Janeiro, afirma que pessoas com doença celíaca são as mais prejudicadas nesse caso. "Pode haver uma reação alérgica ao glúten presente nesses cereais, que inicialmente não deveriam estar no café, alimento livre de glúten", diz.
Além disso, agregar esses cereais ao café pode fazer com que ele perca seu valor nutritivo, pois suas propriedades são alteradas. A presença de casca de árvore pode aumentar o risco de reações alérgicas, enquanto o caramelo é um perigo aos portadores de diabetes, pois os níveis de glicose podem subir sem que eles saibam a causa.
Açafrão
Esse, que é um dos temperos mais caros do mundo, pode conter amido e gelatina em sua composição. O primeiro pode prejudicar os celíacos, enquanto os corantes artificiais podem desencadear reações alérgicas. "O açafrão é rico em antioxidantes e ajuda nos processos inflamatórios do nosso organismo, mas com esses aditivos essa função pode ser perdida", afirma a nutricionista Luciana . Além disso, os corantes artificiais sobrecarregam o fígado, dificultando seu funcionamento.
AzeiteSegundo a pesquisa, o
azeite pode ser adulterado com óleo de milho, óleo de avelã e óleo de palma. "O azeite é uma gordura monoinsaturada rica em ômega 3, e adulterá-la significa tirar o benefício do azeite de ser uma gordura neutra, rica em flavonoides que ajuda a prolongar a longevidade", diz Luciana Harfenist.
O óleo de milho e o óleo de avelã são usados na culinária, porém ricos em ômega 6, uma gordura que em excesso pode levar ao diabetes e outros prejuízos. "Essas duas gorduras tem que estar equilibradas no organismo", afirma a nutricionista. "Ao consumir o ômega 6 tanto no azeite como em outras preparações com óleo de milho, essa proporção fica desigual."
O óleo de palma é uma gordura saturada, que causa diversos malefícios ao organismo, como diabetes, obesidade e elevação da pressão arterial. A nutricionista Elisa Goulart, do Laboratório Sabin, afirma que essa alteração pode ser percebida ao provarmos o azeite. "O melhor é sempre provar o azeite antes de comprá-lo, pois é possível sentir o gosto dos outros óleos, portanto", diz.
MelOs registros da pesquisa afirmam que um terço do
mel comercializado nos Estados Unidos está potencialmente contaminado com xarope de milho, glicose e frutose. "O mel é um alimento cheio de vitaminas, minerais e antioxidantes, que perde as duas propriedades com a adição dessas substâncias", conta a nutricionista Luciana. Além disso, os açúcares acrescentados ao produto não possuem valor nutricional, contribuindo apenas para a obesidade. "O xarope de milho, inclusive, pode trazer problemas para as crianças acima de um ano de idade, cujo organismo ainda não consegue digerir corretamente a substância", completa Elisa Goulart.
LeiteO
leite dos Estados Unidos pode estar contaminado com água oxigenada e soda cáustica, substâncias que mascaram um produto com falhas de origem. Essa adulteração torna o processo mais barato, mas pode causar oxidação das vitaminas A e E. "A contaminação do organismo por essas substancia causará prejuízos às funções orgânicas do indivíduo, que poderá desenvolver doenças gastrointestinais e até câncer", afirma a nutricionista Elisa.
Suco de maçã
A bebida pode ser contaminada com arsênio, xarope de milho e adoçante sintético. "O arsênio é uma substância tóxica, que em doses muito altas pode se transformar em veneno, causando intoxicações graves", diz a nutricionista Luciana. Já o xarope de milho vai alterar a glicemia, não sendo recomendado para pessoas com diabetes.
Suco de laranja
Neste ano, o órgão que administra o controle de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (Food and Drug Administration) detectou a presença de fungicida nos sucos de laranja exportados pelo Brasil - ou seja, há grandes chances de o suco comercializado aqui também possuir esse aditivo. "Os fungicidas alteram a nossa flora intestinal e causam uma produção excessiva de enzimas hepáticas, prejudicando o funcionamento do fígado e intestino", diz a nutricionista Luciana.
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