ESCLEROSE MÚLTIPLA

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

ENXAQUECA TAMBÉM PODE AFETAR AS CRIANÇAS, SAIBA COMO LIDAR COM O PROBLEMA


 13/12/2015

Giovanna, 10 anos, convive com as crises de enxaqueca desde os cinco. Segundo especialistas, a maioria dos casos tem explicação genética Elas podem durar apenas algumas horas ou até mesmo dias, mas, para quem convive com as crises de enxaqueca, os sintomas parecem intermináveis. As dores de cabeça crônicas não têm idade para aparecer: até mesmo as crianças podem sofrer com elas. Se, nos adultos, a enxaqueca costuma surgir apenas em um lado da cabeça                 — podendo durar de quatro horas a três dias                                                         — nas crianças os sintomas aparecem na forma de uma dor intensa na região frontal ou em ambos os lados e com crises de menor duração (de duas horas a três dias, em casos extremos). Em qualquer faixa etária, os episódios podem vir acompanhados de náuseas (com ou sem vômito), intolerância a luz, ruídos e odores. Antes mesmo de sentir dor, algumas crianças tendem a ficar com a visão distorcida ou com formigamento em um dos lados do corpo.                                

Grande parte dos casos de enxaqueca infantil tem explicação genética. É bastante comum que um ou ambos os pais também sofram com o problema.                        
— O cérebro de uma pessoa que tem enxaqueca reage a alguns estímulos de forma diferente. A ansiedade por uma viagem da escola, por exemplo, é capaz de desencadear uma crise nas crianças que têm essas dores crônicas.                        
 Muito tempo em jejum e excesso ou falta de sono também podem colaborar para ativar uma crise em quem já tem essa predisposição                                                
— explica Fernando Kowacs, neurologista do Hospital Moinhos de Vento. A dor de cabeça é frequente na infância, ficando atrás em incidência somente das dores musculoesqueléticas e abdominais. Segundo o pediatra Marcelo Pavese Porto, de 37% a 51% das crianças de sete anos sofrem com o problema, podendo chegar a 82% aos 15 anos. As cefaleias recorrentes, grupo no qual a enxaqueca se enquadra, afetam 2,5% das crianças aos sete anos e 15% aos 15 anos.

 Giovanna Guridi Colossi, 10 anos, convive com a enxaqueca desde os cinco. Até vir o diagnóstico, a mãe da menina, Alessandra Guridi Colossi, angustiava-se com as crises da filha, quase sempre acompanhadas por náuseas, vômitos e intolerância a luz:

— Meu marido e eu temos enxaqueca, mas não sabíamos que isso também afeta as crianças. Nem mesmo o pediatra que atendia ela na época diagnosticou. Achávamos que era virose. Só quando as crises começaram a aumentar é que procuramos um neurologista, que apontou o problema. Antes do diagnóstico, tratamentos homeopáticos, florais e massagens foram algumas das tentativas de aliviar as dores de Giovanna, que chegava a enfrentar crises quinzenais. Apesar de não ter cura, a enxaqueca infantil pode ser minimizada se os pais ou a própria criança souberem reconhecer alguns sinais de que o incômodo está a caminho.

 — Hoje, a Giovanna faz um tratamento preventivo, que consiste em uma medicação diária para combater a ansiedade, que, descobrimos depois, desencadeava as dores. Além disso, quando ela começa a sentir uma dorzinha em um lado da cabeça, já carrega um analgésico prescrito pelo neuropediatra. As crises agora aparecem bem esporadicamente — relata a mãe da menina.

COMO IDENTIFICAR

Observe a frequência com que a criança se queixa de dores de cabeça.

 O diagnóstico da enxaqueca é clínico e deve ser feito por um médico. Uma sugestão é que os pais façam uma espécie de diário da cefaleia, anotando datas, intensidade, horário, localização, sintomas associados, possíveis fatores desencadeantes e necessidade de uso de analgésicos.

COMO TRATAR

O tratamento depende da intensidade e da frequência da dor.

É possível atuar somente nas crises
— receitando analgésicos comuns
— ou na prevenção.

Alguns fatores desencadeiam crises de enxaqueca nas crianças. Alexandre Guerreiro, neurologista do Instituto de Doenças Neurológicas do Hospital Mãe de Deus, indica o estresse como o principal. Segundo ele, o excesso de atividades na rotina das crianças pode colaborar para as dores de cabeça infantis. O sono também desempenha um papel importante para diminuir as crises de enxaqueca em crianças e adolescentes. O ideal é não dormir demais nem de menos. De oito a nove horas por noite é suficiente. Crianças e adolescentes que apresentam enxaqueca não devem permanecer mais do que quatro horas em jejum. Alguns alimentos são desencadeantes da dor para certas crianças, devido às substâncias presentes na sua composição. Queijos, chocolates, leite e derivados, frituras, adoçantes artificiais, chás, café e refrigerantes são exemplos.

FONTE:http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/                                                  Postado por ANDRÉ PONCE DA SILVA às 11:55 

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