ESCLEROSE MÚLTIPLA

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 opções de tratamento da esclerose múltipla


O tratamento para esclerose múltipla é feito com remédios para controlar os sintomas, evitar as crises ou atrasar a sua evolução, além de atividade física, terapia ocupacional ou fisioterapia, principalmente nos momentos de crise, que são quando os sintomas reaparecem, a fim de fazer com que eles sejam eliminados.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que não tem cura e que se manifesta através de momentos de surto-remissão, que significa que a doença pode apresentar sintomas, como dormência e formigamento no braço, que pode desaparecer completamente ou não. Em alguns casos a doença não se manifesta através de surtos, sendo progressiva, havendo sempre uma piora e agravamento do estado geral de saúde e dificuldade na mobilidade. Em todo caso, é sempre necessário seguir o tratamento indicado pelo médico.

5 opções de tratamento da esclerose múltipla

1. Remédios

Os remédios indicados para esclerose múltipla devem sempre ser recomendados pelo neurologista após identificação do tipo de esclerose que a pessoa possui e são indicados para controlar as crises ou a evolução da doença.

Remédios para as crises

O tratamento para as crises de esclerose múltipla é feito com pulsoterapia, que é a administração de metilprednisolona, que é um corticóide, diretamente na veia, por curtos períodos de tempo, geralmente por 3 a 5 dias. 

Após o uso da metilprednisolona, o médico pode recomendar o uso de prednisolona, que é outro tipo de corticóide, por via oral por 5 dias ou mais.

Este tratamento ajuda a reduzir a inflamação dos nervos, o que contribui para diminuir a intensidade e o tempo de permanência das crises e aliviar os sintomas como perda parcial da visão, diminuição da força ou da coordenação. No entanto, deve ser feito por curtos períodos porque os corticóides podem causar muitos efeitos colaterais como insônia, aumento da pressão arterial, aumento dos níveis de glicose no sangue, alterações de humor e retenção de líquidos.

Remédios para controlar o sistema imunológico

Os remédios para ajudar a controlar o sistema imunológico impedem que o sistema imune ataque as células nervosas, ajudando a reduzir o retorno dos sintomas e a diminuir a progressão da doença, podendo ser indicado pelo médico o uso de interferon beta, fingolimode, natalizumabe e acetato de glatirâmer ou fumarato de dimetila, que são oferecidos pelo SUS.

Outros medicamentos para o tratamento da esclerose múltipla, mas que não são disponibilizados pelos SUS, incluem cladribina, laquinomode, ocrelizumabe, alemtuzumabe e teriflunomida.

Remédios para controlar os sintomas

Os tratamento para controlar os sintomas da esclerose múltipla inclui relaxantes musculares, analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes, medicamentos para fadiga, incontinência urinária, disfunção erétil, insônia ou dificuldade de controle do intestino, por exemplo.

Esses medicamentos devem ser indicados pelo médico de forma individualizada de acordo com os sintomas que cada pessoa apresenta.

5 opções de tratamento da esclerose múltipla

2. Fisioterapia

A fisioterapia tem como objetivo fortalecer os músculos, melhorar a forma de andar, o equilíbrio e a coordenação motora, sendo indicada nos momentos de crise, quando há uma piora dos sintomas, provocando dificuldade de movimentar os braços e pernas, falta de coordenação motora, alteração da sensibilidade na pele, fraqueza muscular ou espasticidade, por exemplo.

A fisioterapia motora é geralmente indicada para evitar retrações musculares, combater a dormência, diminuir a dor, fortalecer os músculos e treinar atividades da vida diária como caminhar, escovar os dentes e pentear os cabelos, de acordo com a necessidade que a pessoa apresenta.

Já a fisioterapia respiratória costuma ser mais indicada numa fase mais avançada da doença quando o sistema respiratório encontra-se comprometido. Nesse tipo de tratamento fisioterapêutico pode-se utilizar pequenos aparelhos como o flutter, por exemplo, capaz de fortalecer os músculos respiratórios e soltar o catarro, mas os exercícios respiratórios também são muito importantes para facilitar a respiração e torná-la mais eficiente, diminuindo o risco de sufocamento.

Além da fisioterapia, outros tratamentos de reabilitação que podem ajudar a controlar os sintomas, manter a pessoa ativa e evitar que a doença avance incluem tratamento psicológico, neuropsicológico, praticar arteterapia, fazer fonoaudiologia ou terapia ocupacional, por exemplo.

3. Prática de atividade física

Após receber o diagnóstico de esclerose múltipla, manter-se ativo e fazer atividade física regularmente ajudam a evitar a progressão da doença ou prevenir o aparecimento rápido de sintomas. Alguns exercícios que podem ser indicados são:

  • Caminhada;
  • Corrida lenta, tipo trote;
  • Andar de bicicleta;
  • Fazer ginástica localizada;
  • Praticar yoga, pilates, especialmente o pilates clínico;
  • Hidroginástica ou natação.

Esses exercícios devem ser realizados em ambiente calmo e tranquilo e com temperatura agradável, porque o calor favorece a transpiração, o que agrava os sintomas da esclerose múltipla. Assim, deve-se estar atento para não manter o ritmo cardíaco muito alto, e para não elevar a temperatura corporal durante a atividade física.

Assista o vídeo seguinte e veja outros exercícios que pode fazer para se sentir melhor:

Recomenda-se praticar cerca de 30 minutos de atividade física leve ou moderada, diariamente, ou praticar 1 hora, 3 vezes por semana, além de fazer de 10 a 15 minutos de relaxamento diariamente.

Se durante a atividade física a pessoa sentir-se ofegante, deve parar o exercício imediatamente e respirar fundo e tranquilamente. O mesmo é indicado se sentir o coração batendo acelerado, falta de ar, cansaço ou transpirar muito.

Confira como combater cada sintoma da esclerose múltipla

4. Transplante de células-tronco

O transplante de células tronco autólogo é feito removendo células-tronco da própria pessoa, que deve se submeter a um tratamento com altas doses de medicamentos imunossupressores para inativar o sistema imunológico, antes de receber as células tronco de volta. Esse tipo de tratamento permite “reiniciar” o sistema imunológico, que é responsável por danificar o cérebro e a medula espinhal na esclerose múltipla.

Este tipo de transplante pode ser realizado em casos de esclerose múltipla grave e de difícil tratamento, mas não é um tratamento que cura a doença, além de ser um tratamento extremamente delicado, e deve ser realizado em centros especializados em transplante de células-tronco. Saiba como funciona o tratamento com células tronco.

5. Tratamento natural

Existem opções de tratamentos naturais para a esclerose múltipla, como dieta balanceada ajuda a aliviar sintomas de prisão de ventre ou cansaço, por exemplo, aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina D ou fazer terapias, como acupuntura ou acupressão. No entanto, estes não substituem o tratamento indicado pelo médico, apenas complementam.

A superdose de vitamina D também pode ser indicada como remédio contra esclerose múltipla, uma vez que alguns estudos indicam que altos níveis de vitamina D ajudam a diminuir o risco de crises, reduzem a atividade da doença e podem também reduzir o risco de desenvolvimento da esclerose múltipla. 

Sinais de melhora e piora da esclerose múltipla

Os sinais de melhora da esclerose múltipla surgem quando a pessoa faz o tratamento de acordo com a orientação do médico, e incluem diminuição da intensidade dos sintomas, diminuição da fadiga e recuperação da coordenação e força dos músculos, permitindo fazer melhor as atividades diárias. Essa melhora pode acontecer após iniciar o tratamento adequado, mas o tempo necessário para encontrar alívio dos sintomas é muito individual, porque varia de pessoa para pessoa.

No entanto, quando o tratamento é iniciado tarde ou não é feito de forma adequada, podem surgir sinais de piora da esclerose múltipla, que incluem perda da visão, paralisia, perda da memória ou incontinência. Nos momentos de piora, os tratamentos disponíveis devem ser intensificados, mas isso não é garantia de que os sintomas possam ser totalmente controlados. Em todo caso, a fisioterapia é uma grande ajuda para melhorar a qualidade de vida.

Possíveis complicações

As complicações respiratórias da esclerose múltipla avançada muitas vezes pode ser fatal, devido ao comprometimento dos músculos respiratórios e o acúmulo de secreções nos pulmões podendo ocasionar doenças como pneumonia aspirativa, atelectasia ou insuficiência respiratória. Assim, é recomendado praticar exercício físico regularmente por toda a vida, e sempre fazer fisioterapia para conseguir respirar e se mover melhor.

Os sinais que podem servir de alerta são falta de ar, dificuldade para respirar, cansaço fácil, tosse ineficaz e fraca, caso estes sintomas estejam presentes deve-se intensificar a fisioterapia respiratória com exercícios que favoreçam a inspiração profunda e a expiração forçada.

INFORMAÇÃO DO AUTOR
Marcelle Pinheiro
Marcelle Pinheiro
FISIOTERAPEUTA

Formada em Fisioterapia pela UNESA em 2006 com registro profissional no CREFITO- 2 nº. 170751 - F


 




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