ESCLEROSE MÚLTIPLA

domingo, 17 de novembro de 2024





Demodex em Distúrbios Oculares

Demodex são ácaros parasitas encontrados próximo ou dentro de folículos pilosos de mamíferos. Em seres humanos, as espécies mais frequentes são Demodex folliculorum e Demodex brevis. Demodex folliculorum é comumente encontrado na porção infundibular do folículo piloso dos cílios, enquanto o Demodex brevis se localiza nos ductos profundos das glândulas sebáceas e nas glândulas meibomianas. Ambas espécies são encontradas principalmente no rosto, próximo ao nariz, cílios e sombrancelhas, mas também podem ocorrer em outras partes do corpo.

Estes ácaros possuem um corpo alongado, semi-transparente, com oito pernas curtas e segmentadas. O corpo é coberto por escamas para agarrar-se ao folículo piloso. Se alimentam, normalmente, de células da pele, hormônios e gordura (sebo) que se acumulam nos folículos pilosos.

São vários os fatores que podem modificar o ambiente facial, favorecendo a proliferação desses ácaros como, oleosidade cutânea, fototipo da pele, microbiota rica em bactérias, exposição solar, consumo de álcool, tabagismo, estresse, alimentos condimentados e mudanças bruscas de temperatura.

O fato dos olhos serem cercados por partes salientes do corpo, como nariz, testa e o rosto, torna as pálpebras um local pouco acessível à higienização diária. Portanto, uma vez estabelecida a infestação na face, é provável que e o Demodex se espalhe e acometa as pálpebras, levando à blefarite.

Como responsáveis pela demodicose ocular, o Demodex folliculorum pode causar blefarite anterior associada a distúrbios dos cílios e o D. brevis pode favorecer o desenvolvimento de blefarite posterior com disfunção da glândula meibomiana e ceratoconjuntivite. Os principais sintomas da infestação por Demodex são prurido, ardor, olho seco, sensação de corpo estranho, descamação e vermelhidão da margem da pálpebra e visão embaçada.

Demodex também pode estar envolvido em outros distúrbios oculares como rosácea e pterígio. Existe uma estreita correlação entre a gravidade da rosácea e a blefarite causada por este ácaro. A rosácea predispõe os pacientes à blefarite, principalmente através do desenvolvimento de um ambiente favorável sobre a pele que congestiona as glândulas produtoras de óleo necessárias para uma derme e epiderme saudáveis.


Fotos – Setor de Microbiologia do Laboratório

Em estudo recente, foi observada a demodicose ocular como um fator de risco para recorrência de pterígio, presumindo a perpetuação da inflamação crônica mediada por linfócitos T-helper17.

A taxa de infestação aumenta com a idade, sendo observado em 84% da população com 60 anos e em praticamente 100% naqueles com idade acima de 70 anos. Elevada densidade desde microrganismo é observada em paciente com rosácea.

Várias substâncias já foram utilizadas na tentativa de erradicação do Demodex, como ácido salicílico, sulfeto de selêncio, metronidazol, crotamiton, lindane, ivermectina associada à permetrin e ácido retinóico. Acredita-se que a erradicação completa é provavelmente impossível, visto que os fatores de risco, como oleosidade cutânea, rosácea e microbiota rica em bactérias, sempre estarão presentes. Contudo, uma redução substancial nos números de parasitas pode diminuir a recorrência dos sintomas.

Embora a blefarite seja uma das desordens oculares mais encontradas na prática clínica, esta doença pode constituir um desafio diagnóstico e terapêutico. A coleta adequada de cílios é fundamental para avaliar o Demodex como agente responsável pela cronificação da blefarite. Em caso de dúvida, não deixe de procurar seu médico.

O Laboratório Labclass já disponibiliza estes exames e para mais informações favor contactar-nos.

*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico.



Referência Bibliografica:

Kangari H, Eftekhari MH, Sardari S, Hashemi H, Salamzadeh J, Ghassemi-Broumand M, et al. Short-term Consumption of Oral Omega-3 and Dry Eye Syndrome. OPHTHA. 2013 May 1

Huang Y, He H, Sheha H, Tseng SCG. Ocular Demodicosis as a Risk Factor of Pterygium Recurrence. Ophthalmology. 2013 May 9.


Nenhum comentário:

Postar um comentário