Gente não posso ficar sem postar essa mensagem do meu irmão e amigo de blog: Eliseu Antonio Gomes, a quem agradeço por tantas mensagens que nos elevam o Espírito e nos instimula a caminhar nestas caminhadas tão dificil.
Então e assim, Jó... - reflexão no capítulo 42.10-12
Ao conversar ontem pela manhã com uma pessoa muito estimada, senti a
necessidade de mostrar textos bíblicos referentes a relação de dar e
receber. Citei Jó e Jesus Cristo.
"E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e
o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.
Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos
quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se
condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe
havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um
pendente de ouro.
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro;
pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de
bois, e mil jumentas" - Jó 42.10-12.
O cativeiro
Por cativeiro, podemos considerar um lugar ou o tempo que uma pessoa
permanece sem liberdade. Esta é a descrição que o escritor do Livro de
Jó faz da situação em que Jó se encontra.
No primeiro capítulo, escreveu:
"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem
íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas
juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a
seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do
oriente" - Jó 1.1-3.
Sobre cativos, temos a seguinte profecia:
"Assim diz Deus, o Senhor,
que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto
produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que
andam nela.
Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te
guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.
Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do
cárcere os que jazem em trevas" - Isaías 42.5-7.
Jesus Cristo identificou-se com esta profecia:
"E foi-lhe dado o
livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que
estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E,
cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os
olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a
dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos" - Lucas 4.17-21.
Todos os dias restantes de Jó
"Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua
robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado,
pois cedo se corta e vamos voando" - Salmos 90.10.
Notamos que o termo cativeiro é usado em Jó 42.5-7 de maneira figurada. O
patriarca não estava dentro de uma cela, sofria com grave doença, pela
perda da família e perda da condição financeira privilegiada. Mesmo
nestas condições, tinha forças para orar em favor dos amigos. Depois da
oração, todas as amizades que o conheciam antes do seu sofrimento foram
visitá-lo em sua casa, e em sinal de comunhão todos comeram pão juntos.
Após a refeição, os visitantes sentiram compaixão de Jó e tomaram a
decisão de agir para ajudá-lo, e essa ajuda aconteceu através de
compartilhamento de bens ao ponto dele ficar em condição financeira
melhor do que antes das aflições que o acometeram e o empobreceram.
A narrativa bíblica não revela como Jó recuperou-se da doença, mas
mostra que experimentou novo vigor físico, pois voltou a casar-se e teve
dez filhos, sendo que três eram mulheres muito bonitas e faleceu em
idade avançada, aos cento de quarenta anos (o dobro de anos
considerados normais), em plenas condições de ver o crescimento de sua
família até os tataranetos. E o livro termina com essas palavras:
"Então morreu Jó, velho e farto de dias."
As bênçãos que Deus te dá
Não cabe ao cristão ter a esperança de ser abençoado apenas no plano
desta vida, como também desprezar as bênçãos de ordem material.
Para instruir sobre as bênçãos que Deus nos dá, Jesus Cristo usou como
ilustração as figuras do agricultor e do cesto de sementes usado como
forma de medir porções no mercado. O agricultor generoso, no momento da
compra de grãos recebe o produto de maneira extremamente generosa.
"Dai,
e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos
deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes
também vos medirão de novo" - Lucas 6.38.
As bem-aventuranças em dar e receber
"Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário
auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse:
Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber" - Atos 20.35.
Lucas, relatou uma exortação do apóstolo Paulo, em que ele discursa
sobre coisas da esfera material, e nesta exortação relembra as palavras
de Cristo sobre bem-aventurança. E fica claro que são felizes tanto quem
dá quanto quem recebe.
Escrevendo aos crentes da cidade de Filipos, 4.13, Paulo afirmou ter
condições de viver bem, espiritualmente, tanto passando necessidade
quanto tendo sobras, ser alguém pobre ou rico. Nós também devemos ter a
mesma estrutura espiritual dele. São muitas as vezes na vida em que
podemos servir de instrumento de Deus para abençoar outros, tal qual
fizeram as amizades de Jó. E poderá existir vezes em que estaremos em
posição parecida com a do patriarca, em que será preciso ter o coração
humilde para receber a bênção que o Senhor quer nos entregar por
intermédio de pessoas perto de nós. Assim sendo, estejamos prontos para
dar e também para receber. Na primeira e na segunda condição somos
pessoas bem-aventuradas.
Ninguém, mesmo que esteja longe do estado de extrema necessidade, deve
dizer "eu não preciso", porque o Senhor é bondoso e muitas vezes não se
satisfaz com o nosso cesto cheio, quer que seja recalcado (espremer o
produto para baixo e colocar mais), sacudí-lo, e fazê-lo transbordar.