quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O que é o EDSS?

A Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) é um método para medir os déficits neurológicos dos pacientes com esclerose múltipla. Foi criado, em 1983, por um neurologista americano chamado John F. Kurtzke e, desde então, é o instrumento clínico mais usado no mundo todo para medir o quanto a doença está afetando as funções neurológicas do paciente.
Nesta escala, são avaliadas as seguintes funções: visual, motora, tronco cerebral, sensibilidade, coordenação, esfíncteres e mental. Por meio de exame neurológico realizado no próprio consultório, o neurologista pontua, na escala do EDSS, o estado do paciente. Quanto maior a pontuação, que vai de zero a 10, maior é o prejuízo neurológico. É importante que todos os pacientes façam este exame, a cada três meses, para verificar se está havendo progressão da doença e se o tratamento está surtindo efeito.



Por: Cláudia Vasconcelos, neurologista e coordenadora científica do site Esclerose Múltipla Rio    

quarta-feira, 28 de agosto de 2019


Cientista está a um passo da cura da esclerose multipla



nuar dando terapia, porque o corpo tem seu equilíbrio de volta”.
Como
Um dos principais elementos da pesquisa pré-clínica envolA doutora Su Metcalfe, pesquisadora associada sênior da Universidade de Cambridge Foto: Cambridge News
Após anos de pesquisa, uma cientista de Cambridge está a um passo da cura da esclerose múltipla.
A doutora Su Metcalfe, pesquisadora associada sênior da Universidade de Cambridge, descobriu uma mudança dentro da célula imunológica que poderia ser “reinicializada” para retornar à sua atividade normal.
“Não estamos usando nenhuma droga, estamos simplesmente ligando os próprios sistemas do corpo de auto-tolerância e reparo”, disse Metcalfe ao Cambridgeshire Live.
“Não há efeitos colaterais. A auto-imunidade acontece quando a balança está um pouco errada e nós simplesmente redefinimos isso. Uma vez feito isso, ele se torna autossustentável e você não precisa contive o fator inibidor da leucemia (LIF): uma pequena proteína sinalizadora que age nas células-tronco do corpo.
“O [LIF] é capaz de ativar essas células, para substituir as células danificadas durante o reparo do tecido – por exemplo, o reparo de um músculo rasgado”, diz Metcalfe.
“Outro papel importante do LIF é manter um sistema nervoso central saudável, protegendo os nervos e mantendo a mielina.”
História
Em 2013, ela fundou a empresa Cambridge LIF-NanoRx para aprofundar a pesquisa.
Sua ideia era guiar uma dose medida das minúsculas partículas especializadas até os nervos danificados e repará-los.
No entanto, quando as partículas LIF foram implantadas como um agente terapêutico, ela descobriu que o corpo quebrou LIF após 20 minutos.
Eles são tão minúsculos que a área da superfície é muito maior do que a massa.
Suas propriedades e tamanho especiais os tornam especialmente adequados para administrar terapias no interior das células.
Nanopartículas
A Dr. Metcalfe produziu nanopartículas usando o mesmo tipo de material que os pontos de dissolução.
Ela os combinou com a proteína LIF para prolongar a vida útil do agente de reparo no corpo – e até agora, seu teste foi muito bem-sucedido.
Não só o LIF tem tempo para alcançar as áreas danificadas como as nanopartículas acabam se dissolvendo dentro do corpo, deixando apenas dióxido de carbono e água.
Reversão
Isso significa que o tratamento “duplo golpe” de Metcalfe pode reverter a autoimunidade ao mesmo tempo em que repara o dano que causou no cérebro de um paciente.
Embora a pesquisa do Dr. Metcalfe tenha sido focada na esclerose múltipla, ela espera ajustar essas descobertas para fazer o mesmo com a psoríase e o diabetes – e se ela puder desenvolver a técnica para passar pela barreira hematoencefálica, ela poderia inclusive ser usada para curar a demência.

Dependendo do interesse das empresas farmacêuticas e dos investidores privados pelo financiamento, os testes em humanos podem começar em 2020.
Com informações do GNN
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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Pulsoterapia: antes, durante e depois do tratamento

O QUE É?
pulsoterapia é uma forma de tratamento em que se administra doses altas de um medicamento pela veia, por um curto espaço de tempo. No caso da esclerose múltipla, este tratamento é feito com corticoide Metilprednisolona, para tratar os surtos da doença. A dosagem, em geral, é de um grama deste corticoide por dia, por um período de três a cinco dias.
ANTES DA PULSOTERAPIA
Antes do início de uma pulsoterapia é preciso se afastar a presença de infecções, principalmente a urinária, pois o tratamento não pode ser realizado se o paciente apresentar sinais de infecção ativa. Para isso, devem ser feitos exames de sangue (hemograma completo) e de urina (EAS e urinocultura). Caso se comprove o quadro infeccioso, deve ser iniciado tratamento específico, pois há possibilidade de a infecção estar simulando ou provocando um surto. Outro cuidado que deve ser tomado é a prevenção de verminose, então, o uso de um vermífugo é recomendado, geralmente em dose única.
DURANTE A PULSOTERAPIA
Uma vez que o paciente esteja em tratamento, é importante que a dieta tenha pouco sal, para redução da retenção de líquidos, uma vez que o medicamento provoca aumento da retenção de sal pelos rins. A perda de potássio também é um efeito da medicação, então, outro cuidado que deve ser tomado é a reposição dessa substância, por meio de alimentos ricos em potássio ou com a administração de medicamentos orais, sob prescrição médica, os quais repõem este eletrólito. O uso de corticoide também pode aumentar os valores da glicose no sangue, o que requer que o paciente evite a ingestão de alimentos com açúcar, como doces e chocolates.
Não se pode esquecer que, concomitantemente, deve-se usar medicamentos para proteção da mucosa gástrica (orais ou mesmo venosos), para evitar gastrite ou ulcera gástrica, já que qualquer corticoide oferece risco de inflamação na mucosa do estômago.
EFEITOS COLATERAIS DA PULSOTERAPIA
Alguns efeitos colaterais podem ocorrer com mais frequência durante a pulsoterapia: gosto de metal na boca; sonolência ou, ao contrário, agitação e insônia; suor frio; aumento da frequência cardíaca; aumento da pressão arterial. Nestes casos, converse com seu médico, para prescrição do remédio certo a ser usado. Não faça automedicação.
APÓS O TRATAMENTO
Os cuidados após a pulsoterapia estarão na dependência da melhora do surto e dos sintomas apresentados durante o tratamento. É preciso evitar exageros alimentares, beber muito líquido e descansar o máximo possível. Não é aconselhável, na semana seguinte ao tratamento, que o paciente saia em viagens ou participe de passeios prolongados.
A pulsoterapia é a principal forma de recuperação dos surtos e de evitar o acúmulo de possíveis sequelas da Esclerose Múltipla. Quando houver necessidade de se submeter ao tratamento, tire todas suas dúvidas com seu médico e tenha certeza de que é um procedimento eficaz e seguro.

Fonte: Cláudia Vasconcelos, neurologista especializada em EM e
coordenadora científica do site Esclerose Múltipla 

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

COMO O VÍRUS EPSTEIN-BARR (VEB) PODE CAUSAR CÉLULAS IMUNES





COMO O VÍRUS EPSTEIN-BARR (VEB) PODE CAUSAR CÉLULAS IMUNES


  • A infecção pelo vírus Epstein-Barr (VEB) pode contribuir para o desenvolvimento de doenças auto-imunes, incluindo a EM
  • O vírus pode produzir proteínas que se ligam ao DNA e estas podem interagir com as partes do DNA que controlam os genes de risco de EM.
  • As variações em alguns genes que estão associadas a um risco aumentado de desenvolver EM são mais propensas a interagir com o VEB
Os vírus funcionam evitando as defesas de nossos corpos e sequestrando nossas células. Uma vez lá dentro, eles podem usar nossas células para fabricar e copiar a si mesmos, ou ficarem latentes até que estejam prontos para se mudarem para outro lugar.
Diferentes vírus humanos escolhem invadir diferentes tipos de células no corpo. O Vírus Epstein Barr, que tem sido associado ao desenvolvimento da EM e de outras doenças auto imunes, favorece as células B – um tipo de célula do sistema imunológico.
Quando os vírus comandam nossas células imunológicas, isso pode fazer com que as células “se tornem desonestas” e desviem do curso, o que, acredita-se, desempenha um papel no desenvolvimento de doenças autoimunes.
O VEB é uma infecção muito comum que é mais frequentemente adquirida durante a primeira infância, seja sem sintomas ou como uma infecção genérica do trato respiratório superior. Em adolescentes e adultos jovens, também pode causar febre glandular. Entre 90% – 95% da população geral terá sido infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Em comparação, perto de 100% das pessoas com EM foram infectadas. Assim, pensa-se que, por si só, o VEB não causa EM, mas, em pessoas suscetíveis, contribui para o desenvolvimento da EM. Até agora, a razão exata para isso não estava clara.
Quando um vírus entra em uma célula, ele começa a controlar alguns dos genes da célula. Uma nova pesquisa, publicada na Nature Genetics, descobriu agora que o VEB pode interagir de forma específica e direta com alguns dos genes que foram identificados como genes de risco para a esclerose múltipla e outras doenças auto-imunes.
Para mostrar isso, os cientistas levaram algumas células infectadas com VEB e algumas que não foram infectadas. Eles então trabalharam para identificar onde as proteínas do vírus estavam ligadas ao DNA das células, uma vez que este é um sinal chave de que o vírus está usando esses genes específicos. No caso da EM, eles descobriram que, dos 109 genes de risco da EM conhecidos, as proteínas virais estavam ligadas a 44 desses genes. Importante, o vírus pareceu fazer isto mais prontamente em células B do que em outras células.
Os cientistas também analisaram se as variações específicas no código do DNA que está ligado à EM nesses genes mudaram o quão fortemente as proteínas do vírus se ligaram ao DNA. Eles descobriram que o vírus se ligava à versão do código genético ligado à EM mais prontamente do que à versão “padrão” do gene, sugerindo uma interação específica entre as variações do gene de risco EM e o VEB.
Este trabalho revela um mecanismo importante pelo qual nossos genes e o vírus podem efetivamente causar a esclerose múltipla apenas em algumas pessoas – não em todos – que foram infectadas pelo VEB. Em última análise, esse tipo de trabalho pode nos ajudar a entender como podemos evitar as mudanças que o VEB causa no sistema imunológico e ajudar a prevenir ou tratar a esclerose múltipla.
Fonte: Multiple Sclerosis International Federation, traduzido livremente – Redação AME: https://bit.ly/2tuwTK8

sábado, 10 de agosto de 2019


O QUE ESPERAR DO SEU TRATAMENTO PARA ESCLEROSE MÚLTIPLA E COMO RECONHECER A “FALHA TERAPÊUTICA”?

Embora ainda não haja cura para a esclerose múltipla, já existem inúmeros tratamentos capazes de modificar o curso da doença, as chamadas “terapias modificadoras da doença”. Esses tratamentos têm como objetivo aliviar os sintomas no curto-prazo e, em longo prazo, prevenir a progressão da esclerose múltipla.1
Mas como saber se seu tratamento está atingindo esses objetivos de forma eficaz? Bem, existem formas de avaliar se o tratamento está entregando o resultado esperado ou, se no seu caso, ele não apresenta ou deixou de apresentar a eficácia desejada – quando ocorre a chamada “falha terapêutica”.2
Para se ter uma ideia de quão comum é a falha terapêutica na esclerose múltipla, cerca de 30% das pessoas com esclerose múltipla em tratamento com uma terapia modificadora da doença têm resposta sub-ótima (ou seja, abaixo do esperado), já nos primeiros 1-2 anos de tratamento.3
“Uma regra geral da medicina é que um tratamento que oferece um resultado sub-ótimo precisa ser trocado.”3
Jornal Europeu de Neurologia
De acordo com um recente estudo, publicado no Jornal Europeu de Neurologia, “os diferentes mecanismos de ação que compõe o leque terapêutico hoje disponível oferecem um racional forte para a troca terapêutica, tão logo seja observada uma resposta sub-ótima.”3 Mas as perguntas são: Quando trocar? Como trocar? E por qual classe terapêutica trocar?
“Evite esperar muito para trocar [o medicamento]. Lembre-se: tudo o que for possível fazer deve ser feito para interromper a progressão e prevenir a incapacidade física e cognitiva.”3
Jornal Europeu de Neurologia
COMO SABER QUAL A HORA DE TROCAR O MEDICAMENTO?
De acordo com o mesmo artigo, do Jornal Europeu de Neurologia, o fator mais determinante para a troca de um medicamento no tratamento da esclerose múltipla é quando a doença atinge um nível de atividade considerado inaceitável. Entretanto, ainda não há um consenso sobre o que é a “resposta sub-ótima” no tratamento da EM, e nem sobre qual nível de atividade da doença deve ser considerado inaceitável…3
Por isso, os médicos que participaram do estudo propõem avaliar a predisposição do paciente em responder de forma positiva (ótima) a um tratamento ao avaliar:
  • O número de novas lesões de T2 na ressonância magnética;3
  • Número de surtos apresentados no primeiro ano de tratamento;3
  • Ou ainda as novas lesões de T2 na ressonância magnética ocorridas nos primeiros seis meses de tratamento. Isso porque, a análise de um conjunto de estudos (meta-análise) demonstrou que o efeito de terapias modificadoras da doença nas lesões de ressonância magnética atingido nos primeiros 6-9 meses com um tratamento é capaz de predizer sua eficácia em relação a surtos por um período maior, de 12-24 meses.3
Quando esses índices são altos (muitas lesões e surtos), há um risco maior de aumento da incapacidade nos próximos quatro anos e, por isso, a recomendação seria não apenas trocar o medicamento, como buscar uma nova classe terapêutica na tentativa de atingir a resposta “ótima”. Se o risco existir, mas for considerado menor, o médico pode buscar a troca para outro tratamento da mesma classe terapêutica.3
Já outro estudo, publicado na revista John Hopkins Advanced Studies in Medicine, sugere que a progressão da doença já é um indicativo de que há falha terapêutica. Sinais da progressão podem incluir desde taxa de surtos e novas evidências de atividade da doença na ressonância, como também a progressão da incapacidade (medida na Escala Expandida do Estado de Incapacidade – EDSS ) ou o aparecimento de novo déficit cognitivo.4
Nesse segundo estudo, 56% dos neurologistas entrevistados acreditam que dois surtos no período de 12 meses já classifica a falha terapêutica e progressão da doença; enquanto 44% acreditam que um único surto no período de um ano já é um sinal de falha do tratamento.4
MONITORAMENTO
Para avaliar a atividade da esclerose múltipla remitente recorrente e, consequentemente, a resposta ao tratamento, existem quatro métricas-chaves. São elas:
  • Surtos;5
  • Progressão da incapacidade;5
  • Lesões nas imagens deressonância magnética (IRM);6
ATENÇÃO: CONVERSE SEMPRE COMO SEU MÉDICO SOBRE QUALQUER DÚVIDA QUE VOCÊ TENHA SOBRE O SEU TRATAMENTO!ATROFIA CEREBRAL.7
REFERÊNCIAS
  1.  Wingerchuk DM, Carter JL et al. Multiple sclerosis: current and emerging disease-modifying therapies and treatment strategies. Mayo Clin Proc. 2014 Feb;89(2):225-40.
  2. National Medical Advisory Board of the National Multiple Sclerosis  Society. Changing Therapy in Relapsing Multiple Sclerosis : Considerations and Recommendations of a Task Force of the National Multiple Sclerosis  Society. Disponível em: http://www.nationalmssociety.org/NationalMSSociety/media/MSNationalFiles/Brochures/Clinical_Bulletin_Changing-Therapy-in-Relapsing-MS .pdf. Último acesso em junho de 2016.
  3. Gallo P et al. Overview of the management of relapsing -remitting  multiple sclerosis  and practical recommendations. Eur J Neurol. 2015 Oct;22 Suppl 2:14-21.
  4. Greenberg E et al. Defining success in multiple sclerosis : treatment failures and non-responders. Adv Stud Med. 2008 Aug;8(8): 274-83.
  5. Lublin F.D., Baier M., Cutter G. E ect of relapses on development of residual deficit in multiple sclerosis .
  6. Sormani M.P. & Bruzzi P. MRI lesions  as a surrogate for relapses in multiple sclerosis : a meta-analysis of randomised trials. Lancet Neurol. 2013 Jul;12(7):669-76.
  7. Miller DH, Barkhof F, Frank JA, Parker GJ, Thompson AJ. Measurement of atrophy in multiple sclerosis : pathological basis, methodological aspects and clinical relevance. Brain . 2002 Aug;125(Pt 8):1676–95. Review.
Texto original publicado no site da Novartis

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O que pode ser dor no umbigo


10 doenças que causam dor no umbigo

Existem diversas causas para a dor que se localiza na região do umbigo, principalmente por alterações intestinais, que vão desde distensão por gases, contaminação por vermes, até doenças que causam infecção ou inflamação abdominal, como gastroenterite, apendicite, intestino irritável ou obstrução intestinal, por exemplo. 
A dor no umbigo também pode acontecer pela irradiação da dor de outros órgãos do abdômen, devido à situações como pancreatite e colecistite, ou até por mudanças provocadas na gravidez, e, além disso, pode se manifestar de diferentes formas, como uma cólica, uma pontada, ser persistente ou estar acompanhada de outros sintomas, como vômitos, suor e palidez. 
10 doenças que causam dor no umbigo
Assim, para diferenciar melhor as possíveis causas de dor nesta região, é importante passar por uma avaliação do médico clínico geral ou gastroenterologista, que poderá diferenciar entre as principais causas:

1.  Hernia umbilical

A hérnia é uma causa de dor que surge e se localiza diretamente no umbigo, e acontece quando uma parte do intestino ou outro órgão abdominal ultrapassa o revestimento do abdômen e se acumula entre os músculos e pele da região.
Geralmente, a dor surge ou piora ao realizar esforços, como tossir ou carregar peso, mas pode ser persistente ou se tornar intensa quando há um estrangulamento dos tecidos localizados na hérnia, com intensa inflamação local.
O que fazer: o tratamento da hérnia é orientado pelo cirurgião geral, que pode ser desde observação, já que em alguns casos ela pode regredir sozinha, ou cirurgia para correção. Entenda melhor o que é e como tratar a hérnia umbilical

2. Prisão de ventre

A prisão de ventre é uma importante causa de dor abdominal na região do umbigo, pois é comum que a distensão do intestino causada pelos gases ou fezes acumuladas estimule os nervos que passam pela região. 
O que fazer: evitar a prisão de ventre, com uma alimentação rica em fibras, presentes em vegetais e grãos, além de hidratar-se com, pelo menos, 2 litros de água por dia, são importantes para manter um ritmo intestinal equilibrado e sem causar inchaços abdominais. Medicamentos laxantes, como Lactulose, podem ser orientados pelo clínico geral, caso seja de difícil melhora. Confira algumas dicas para combater a prisão de ventre.

3. Gravidez

A mulher grávida pode apresentar dor ou desconforto no umbigo em qualquer período da gestação, o que costuma ser normal e acontece porque o crescimento da barriga distende o ligamento fibroso do abdômen que se insere no umbigo, situação que enfraquece a parede do umbigo e pode provocar uma hérnia umbilical.
Além disso, a compressão e distensão do útero e de outros órgãos abdominais pode estimular nervos da região e causar a sensação de dor no umbigo, sendo mais intensa no final da gravidez.
O que fazer: caso a dor seja leve ou suportável, é possível apenas observar, pois ela tende a desaparecer sozinha, mas caso seja difícil suportar, o obstetra pode indicar o uso de analgésicos, como Paracetamol. Além disso, deve-se observar sinais de vermelhidão, inchaço ou secreção no umbigo, o que pode indicar uma infecção ou caso a dor se torne intensa. Entenda melhor sobre as possíveis causas de dor no umbigo na gravidez e o que fazer

4. Gastroenterite

A diarreia que acontece por uma gastroenterite ou intoxicação alimentar, por exemplo, pode vir acompanhada de dor ao redor do umbigo, apesar de poder surgir em qualquer região do abdômen, devido à inflamação que surge nesta situação.
A dor pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e febre, com duração, em média, de 3 a 7 dias.
O que fazer: deve-se preferir uma alimentação leve, de fácil digestão, com pouca gordura e grãos, além de manter-se hidratado com água, chás e suco. Medicamentos analgésicos e anti-espasmódicos, como Dipirona e Hioscina, podem ser usados para aliviar a dor, mas caso os sintomas se tornem intensos, durem mais de 1 semana ou acompanhados de sangramento ou febre acima 39ºC, é importante ir ao pronto-socorro para uma avaliação médica.
Confira algumas dicas da nutricionista para fazer a diarreia passar mais rápido:

O QUE COMER PARA A DIARREIA

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5. Apendicite

A apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno anexo que está ligado ao intestino grosso, que, inicialmente, provoca dor ao redor do umbigo e que migra para a região inferior direita do abdômen, se tornando mais intensa, após algumas horas. Esta inflamação também é acompanhada de náuseas, vômitos, perda de apetite e febre, além da característica piora da dor com a descompressão abdominal, após apertar e soltar pontos específicos do abdômen.
O que fazer: na presença de sintomas de indiquem esta doença, é necessário ir ao pronto-socorro para que o médico faça uma avaliação e faça o diagnóstico correto. Se for confirmada, o tratamento desta doença é feito através de cirurgia e uso de antibióticos. Entenda melhor como identificar e tratar a apendicite.

6. Colecistite

É a inflamação da vesícula biliar, que geralmente acontece pelo acúmulo de cálculos que impedem a saída da bile, e causa dor abdominal e vômitos, que pioram após a alimentação. Na maioria das vezes, acontece uma dor na região superior direita do abdômen, mas que também pode ser sentida no umbigo e irradiar para as costas. 
O que fazer: no caso de sintomas que indique esta inflamação, é importante ir ao pronto-socorro, para avaliação médica e realização de exames. O tratamento é indicado pelo médico, e pode ser feito com antibióticos, mudanças na alimentação, hidratação pela veia e a realização de cirurgia para retirada da vesícula.

7. Síndrome do Intestino Irritável

Esta doença se caracteriza pela dor abdominal que melhora após evacuação, e é mais comum na parte inferior da barriga, mas que pode variar e surgir em qualquer região. Ela costuma ser associada a inchaço, gases intestinais e alternância do hábito intestinal entre diarreia e prisão de ventre.
O que fazer: a confirmação desta síndrome é feita pelo gastroenterologista, que poderá orientar o tratamento com uso de medicamentos analgésicos e antiespasmódicos para aliviar a dor, simeticona para redução dos gases, laxantes para períodos de prisão de ventre e fibras e antidiarreicos para períodos de diarreia. É comum que está doença surjam em pessoas ansiosas, sendo recomendado procurar apoio psicológico e diminuição do estresse. Saiba se é e como tratar a síndrome do intestino irritável.
10 doenças que causam dor no umbigo

8. Pancreatite

A pancreatite é uma grave inflamação do pâncreas, o principal órgão responsável pela digestão dos nutrientes no intestino, que causa forte dor na região central do abdômen, que pode irradiar para as costas e ser acompanhada de náuseas, vômitos e febre.
Ela pode ser aguda, na qual estes sintomas são mais evidentes, ou crônica, quando a dor é mais leve, persistente, e há alterações na absorção dos alimentos. Como a pancreatite pode se tornar grave, na presença desses sintomas, deve-se procurar o atendimento médico imediatamente.
O que fazer: em caso de sintomas que indiquem a pancreatite, é necessária uma avaliação médica, que poderá confirmar a presença desta doença, e indicar o tratamento correto, feito com restrições na dieta, hidratação na veia e medicamentos antibióticos e analgésicos. Apenas em casos graves e com complicações, como perfuração, pode ser indicado procedimento cirúrgico. Entenda melhor como identificar e tratar a pancreatite aguda e crônica.

9. Doença inflamatória intestinal

A doença inflamatória intestinal, caracterizada pela doença de Crohn ou pela retocolite ulcerativa, é a inflamação crônica do revestimento dos intestinos, de causa auto-imune. Alguns dos sintomas que estas doenças podem provocar incluem dor abdominal, que pode surgir em qualquer local, apesar de ser mais comum na região inferior do abdômen, diarreia e sangramento intestinal.
O que fazer: o tratamento desta doença é orientado pelo gastroenterologista, com medicamentos para aliviar as dores e para acalmar inflamação e a diarreia. Nos casos mais graves, pode ser indicada a realização de uma intervenção cirúrgica, de forma a remover porções do intestino que possam ter sido afetadas e danificadas pela doença. Entenda melhor o que é a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa

10. Isquemia intestinal

Alterações no fluxo de sangue para o intestino, causadas por doenças como doença isquêmica aguda, crônica ou trombose venosa, por exemplo, provocam dor abdominal, que pode ser localizada no umbigo, devido à inflamação e morte do tecido pela ausência de sangue, e que pode ser súbita ou persistente, dependendo da causa e do vaso sanguíneo afetado.
Esta situação pode surgir devido à aterosclerose dos vasos sanguíneos intestinais, ou por outras situações como espasmo dos vasos, queda súbita da pressão, insuficiência do coração, câncer intestinal ou por efeito colateral devido ao uso de drogas, por exemplo. 
O que fazer: o tratamento da isquemia intestinal depende da sua causa, orientado pelo gastroenterologista, geralmente com controle da alimentação e uso de remédios analgésicos, podendo ser indicado o uso de remédios para dissolver o coágulo, para melhorar o fluxo de sangue ou uma cirurgia para remoção de coágulos ou a parte do intestino inflamada. 
10 doenças que causam dor no umbigo

Outras possíveis causas de dor no umbigo

Além das principais causas, a dor no umbigo também pode ser causada por situações menos comuns, como:
  • Infecção por vermes, que podem causar a inflamação e distensão abdominal, e provocar quadros de dor umbilical ou em qualquer outro local do abdômen;
  • Tumor abdominal,que pode distender ou comprimir órgãos da região;
  • Úlcera gástrica, que causa intensa inflamação;
  • Infecção urinária, que apesar de, normalmente, causar dor na região inferior do abdômen, pode causar a irritação de nervos próximos ao umbigo, principalmente durante o ato de urinar;
  • Inflamação por pancada ou infecção dos músculos abdominais;
  • Obstrução intestinal, por fezes impactadas, doenças neurológicas ou um tumor;
  • Diverticulite, que é a inflamação dos divertículos, que são sacos causados pelo enfraquecimento da parede do intestino, e pode provocar dor umbilical, apesar de ser mais comum na região inferior esquerda do abdômen.
  • Doenças da coluna, como hérnia, que pode causar dor que irradiam para o abdômen e umbigo.
Assim, devido ao grande número de possibilidades como causa de dor na região umbilical, a melhor solução é procurar o médico, que irá identificar o tipo da dor, os sintomas que a acompanha, a história clínica da pessoa e o exame físico.