10 doenças que causam dor no umbigo
Existem diversas causas para a dor que se localiza na região do umbigo, principalmente por alterações intestinais, que vão desde distensão por gases, contaminação por vermes, até doenças que causam infecção ou inflamação abdominal, como gastroenterite, apendicite, intestino irritável ou obstrução intestinal, por exemplo.
A dor no umbigo também pode acontecer pela irradiação da dor de outros órgãos do abdômen, devido à situações como pancreatite e colecistite, ou até por mudanças provocadas na gravidez, e, além disso, pode se manifestar de diferentes formas, como uma cólica, uma pontada, ser persistente ou estar acompanhada de outros sintomas, como vômitos, suor e palidez.
Assim, para diferenciar melhor as possíveis causas de dor nesta região, é importante passar por uma avaliação do médico clínico geral ou gastroenterologista, que poderá diferenciar entre as principais causas:
1. Hernia umbilical
A hérnia é uma causa de dor que surge e se localiza diretamente no umbigo, e acontece quando uma parte do intestino ou outro órgão abdominal ultrapassa o revestimento do abdômen e se acumula entre os músculos e pele da região.
Geralmente, a dor surge ou piora ao realizar esforços, como tossir ou carregar peso, mas pode ser persistente ou se tornar intensa quando há um estrangulamento dos tecidos localizados na hérnia, com intensa inflamação local.
O que fazer: o tratamento da hérnia é orientado pelo cirurgião geral, que pode ser desde observação, já que em alguns casos ela pode regredir sozinha, ou cirurgia para correção. Entenda melhor o que é e como tratar a hérnia umbilical.
2. Prisão de ventre
A prisão de ventre é uma importante causa de dor abdominal na região do umbigo, pois é comum que a distensão do intestino causada pelos gases ou fezes acumuladas estimule os nervos que passam pela região.
O que fazer: evitar a prisão de ventre, com uma alimentação rica em fibras, presentes em vegetais e grãos, além de hidratar-se com, pelo menos, 2 litros de água por dia, são importantes para manter um ritmo intestinal equilibrado e sem causar inchaços abdominais. Medicamentos laxantes, como Lactulose, podem ser orientados pelo clínico geral, caso seja de difícil melhora. Confira algumas dicas para combater a prisão de ventre.
3. Gravidez
A mulher grávida pode apresentar dor ou desconforto no umbigo em qualquer período da gestação, o que costuma ser normal e acontece porque o crescimento da barriga distende o ligamento fibroso do abdômen que se insere no umbigo, situação que enfraquece a parede do umbigo e pode provocar uma hérnia umbilical.
Além disso, a compressão e distensão do útero e de outros órgãos abdominais pode estimular nervos da região e causar a sensação de dor no umbigo, sendo mais intensa no final da gravidez.
O que fazer: caso a dor seja leve ou suportável, é possível apenas observar, pois ela tende a desaparecer sozinha, mas caso seja difícil suportar, o obstetra pode indicar o uso de analgésicos, como Paracetamol. Além disso, deve-se observar sinais de vermelhidão, inchaço ou secreção no umbigo, o que pode indicar uma infecção ou caso a dor se torne intensa. Entenda melhor sobre as possíveis causas de dor no umbigo na gravidez e o que fazer.
4. Gastroenterite
A diarreia que acontece por uma gastroenterite ou intoxicação alimentar, por exemplo, pode vir acompanhada de dor ao redor do umbigo, apesar de poder surgir em qualquer região do abdômen, devido à inflamação que surge nesta situação.
A dor pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e febre, com duração, em média, de 3 a 7 dias.
O que fazer: deve-se preferir uma alimentação leve, de fácil digestão, com pouca gordura e grãos, além de manter-se hidratado com água, chás e suco. Medicamentos analgésicos e anti-espasmódicos, como Dipirona e Hioscina, podem ser usados para aliviar a dor, mas caso os sintomas se tornem intensos, durem mais de 1 semana ou acompanhados de sangramento ou febre acima 39ºC, é importante ir ao pronto-socorro para uma avaliação
5. Apendicite
A apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno anexo que está ligado ao intestino grosso, que, inicialmente, provoca dor ao redor do umbigo e que migra para a região inferior direita do abdômen, se tornando mais intensa, após algumas horas. Esta inflamação também é acompanhada de náuseas, vômitos, perda de apetite e febre, além da característica piora da dor com a descompressão abdominal, após apertar e soltar pontos específicos do abdômen.
O que fazer: na presença de sintomas de indiquem esta doença, é necessário ir ao pronto-socorro para que o médico faça uma avaliação e faça o diagnóstico correto. Se for confirmada, o tratamento desta doença é feito através de cirurgia e uso de antibióticos. Entenda melhor como identificar e tratar a apendicite.
6. Colecistite
É a inflamação da vesícula biliar, que geralmente acontece pelo acúmulo de cálculos que impedem a saída da bile, e causa dor abdominal e vômitos, que pioram após a alimentação. Na maioria das vezes, acontece uma dor na região superior direita do abdômen, mas que também pode ser sentida no umbigo e irradiar para as costas.
O que fazer: no caso de sintomas que indique esta inflamação, é importante ir ao pronto-socorro, para avaliação médica e realização de exames. O tratamento é indicado pelo médico, e pode ser feito com antibióticos, mudanças na alimentação, hidratação pela veia e a realização de cirurgia para retirada da vesícula.
7. Síndrome do Intestino Irritável
Esta doença se caracteriza pela dor abdominal que melhora após evacuação, e é mais comum na parte inferior da barriga, mas que pode variar e surgir em qualquer região. Ela costuma ser associada a inchaço, gases intestinais e alternância do hábito intestinal entre diarreia e prisão de ventre.
O que fazer: a confirmação desta síndrome é feita pelo gastroenterologista, que poderá orientar o tratamento com uso de medicamentos analgésicos e antiespasmódicos para aliviar a dor, simeticona para redução dos gases, laxantes para períodos de prisão de ventre e fibras e antidiarreicos para períodos de diarreia. É comum que está doença surjam em pessoas ansiosas, sendo recomendado procurar apoio psicológico e diminuição do estresse. Saiba se é e como tratar a síndrome do intestino irritável.
8. Pancreatite
A pancreatite é uma grave inflamação do pâncreas, o principal órgão responsável pela digestão dos nutrientes no intestino, que causa forte dor na região central do abdômen, que pode irradiar para as costas e ser acompanhada de náuseas, vômitos e febre.
Ela pode ser aguda, na qual estes sintomas são mais evidentes, ou crônica, quando a dor é mais leve, persistente, e há alterações na absorção dos alimentos. Como a pancreatite pode se tornar grave, na presença desses sintomas, deve-se procurar o atendimento médico imediatamente.
O que fazer: em caso de sintomas que indiquem a pancreatite, é necessária uma avaliação médica, que poderá confirmar a presença desta doença, e indicar o tratamento correto, feito com restrições na dieta, hidratação na veia e medicamentos antibióticos e analgésicos. Apenas em casos graves e com complicações, como perfuração, pode ser indicado procedimento cirúrgico. Entenda melhor como identificar e tratar a pancreatite aguda e crônica.
9. Doença inflamatória intestinal
A doença inflamatória intestinal, caracterizada pela doença de Crohn ou pela retocolite ulcerativa, é a inflamação crônica do revestimento dos intestinos, de causa auto-imune. Alguns dos sintomas que estas doenças podem provocar incluem dor abdominal, que pode surgir em qualquer local, apesar de ser mais comum na região inferior do abdômen, diarreia e sangramento intestinal.
O que fazer: o tratamento desta doença é orientado pelo gastroenterologista, com medicamentos para aliviar as dores e para acalmar inflamação e a diarreia. Nos casos mais graves, pode ser indicada a realização de uma intervenção cirúrgica, de forma a remover porções do intestino que possam ter sido afetadas e danificadas pela doença. Entenda melhor o que é a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.
10. Isquemia intestinal
Alterações no fluxo de sangue para o intestino, causadas por doenças como doença isquêmica aguda, crônica ou trombose venosa, por exemplo, provocam dor abdominal, que pode ser localizada no umbigo, devido à inflamação e morte do tecido pela ausência de sangue, e que pode ser súbita ou persistente, dependendo da causa e do vaso sanguíneo afetado.
Esta situação pode surgir devido à aterosclerose dos vasos sanguíneos intestinais, ou por outras situações como espasmo dos vasos, queda súbita da pressão, insuficiência do coração, câncer intestinal ou por efeito colateral devido ao uso de drogas, por exemplo.
O que fazer: o tratamento da isquemia intestinal depende da sua causa, orientado pelo gastroenterologista, geralmente com controle da alimentação e uso de remédios analgésicos, podendo ser indicado o uso de remédios para dissolver o coágulo, para melhorar o fluxo de sangue ou uma cirurgia para remoção de coágulos ou a parte do intestino inflamada.
Outras possíveis causas de dor no umbigo
Além das principais causas, a dor no umbigo também pode ser causada por situações menos comuns, como:
- Infecção por vermes, que podem causar a inflamação e distensão abdominal, e provocar quadros de dor umbilical ou em qualquer outro local do abdômen;
- Tumor abdominal,que pode distender ou comprimir órgãos da região;
- Úlcera gástrica, que causa intensa inflamação;
- Infecção urinária, que apesar de, normalmente, causar dor na região inferior do abdômen, pode causar a irritação de nervos próximos ao umbigo, principalmente durante o ato de urinar;
- Inflamação por pancada ou infecção dos músculos abdominais;
- Obstrução intestinal, por fezes impactadas, doenças neurológicas ou um tumor;
- Diverticulite, que é a inflamação dos divertículos, que são sacos causados pelo enfraquecimento da parede do intestino, e pode provocar dor umbilical, apesar de ser mais comum na região inferior esquerda do abdômen.
- Doenças da coluna, como hérnia, que pode causar dor que irradiam para o abdômen e umbigo.
Assim, devido ao grande número de possibilidades como causa de dor na região umbilical, a melhor solução é procurar o médico, que irá identificar o tipo da dor, os sintomas que a acompanha, a história clínica da pessoa e o exame físico.
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