Células da pele reparam danos causados pela esclerose múltipla no cérebro
11/02/2013 - 08:28
Investigadores do University of Rochester Medical Center, nos EUA, descobriram que pode ser possível utilizar a pele do próprio doente para reparar os danos causados pela esclerose múltipla (EM) no cérebro, avança o portal Isaúde.
O estudo é a primeira tentativa bem sucedida para empregar células estaminais pluripotentes induzidas (hiPSC) retiradas da pele para produzir uma população de células que são críticas para a sinalização dos neurónios no cérebro.
A pesquisa foi publicada na revista Cell Stem Cell.
Assim como fios eléctricos, os nervos têm isolamento mas, em vez de plástico, o corpo utiliza uma proteína chamada mielina.
Em pessoas com a doença, os nervos têm de lutar para comunicarem, já que o seu revestimento isolante é atacado pelo sistema imunológico, deixando os nervos expostos e causando fadiga e perda do movimento.
Agora, a equipa liderada por Steven Goldman utilizou células-tronco para tentar reparar a mielina e restaurar a função dos nervos em doentes com esclerose múltipla.
Eles retiraram uma amostra de células da pele humana e converteram-na em células estaminais, que são capazes de se tornarem qualquer outro tipo de células no corpo. O passo seguinte foi transformar as células estaminais em versões imaturas de células do cérebro que produzem mielina.
Quando essas células foram injectadas em ratos que nasceram sem qualquer mielina , elas tiveram um efeito significativo, segundo os cientistas.
Os resultados mostraram que as células-tronco induziram a produção de mielina por todo o sistema nervoso.
Os animais foram também isentos de quaisquer tumores, um efeito secundário perigoso potencial de algumas terapias com células estaminais, e sobreviveram muito mais tempo do que os ratos não tratados.
"A nova população de oligodendrócitos (que produzem a mielina) era densa, abundante e completa. De facto, o processo de re-mielinização pareceu mais rápido e eficiente do que com outras fontes de células", afirma Goldman.
A equipa sublinha que a pesquisa ainda está numa fase muito precoce, mas com mais desenvolvimento pode um dia ser usada para reparar dano à mielina em pessoas com esclerose múltipla.