terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS CEREAIS INTEGRAIS NA ALIMENTAÇÃO

A importância dos cereais integrais na alimentação

Existem evidências científicas convincentes, permitindo conclusões e recomendações para o uso dos cereais integrais pela população de portadores de Esclerose Múltipla (EM), no auxílio ao tratamento multidisciplinar.
           Os mecanismos de proteção relacionados a EM incluem os seguintes fatos:
1) Os cereais integrais são os alimentos mais concentrados em fibras, as quais incorporam as gorduras excessivas dos alimentos de origem animal , diminuindo  sua absorção e eliminando-as com as fezes, diminuindo os níveis sanguíneos de colesterol, preservando boa circulação cerebral, essencial para os portadores de Esclerose Múltipla. Adicionalmente sabemos que a alimentação rica em fibras contribui positivamente em relação a prevenção de sintomas que podem surgir na EM como as eliminações intestinais, incluindo tanto a retenção como a incontinência fecal. Devemos salientar que cerca de 40 a 60% dos portadores de EM apresentam constipação e 25% incontinência fecal. 2) Os cereais integrais são mais nutritivos, pois mantém o farelo e o  germe do grão,  tendo 80% mais gorduras de boa qualidade, 97% mais vitamina B1, 68% mais vitamina B2, 88% mais vitamina B3, 57% mais vitamina B5, 94% mais vitamina B6, 25% mais proteínas, 50% mais cálcio. O maior aporte de vitaminas do complexo B e gorduras boas são benéficas para o sistema nervoso.
3) O farelo do cereal integral, o qual é removido, contém o inositol-hexafosfato , que inibe o crescimento de células de vários tipos de câncer,. Entre outros efeitos benéficos do inositol-hexafosfato estão a redução das gorduras do sangue, inibe a agregação plaquetária, regula a produção de insulina, inibe a cristalização do cálcio com o oxalato e fosfato prevenindo a formação de cálculos de vias urinarias, inibe calcificações cardiovasculares, associando-se com menor risco de placas arterioescleroticas, tem efeito gastro-protetor, aumentado o muco do estomago, demonstrando significativa proteção contra úlceras induzidas por etanol (contido em bebidas alcoólicas) e ibuprofen  anti-inflamatório).  Portanto, podemos inferir que os benefícios para EM são muitos, pois, ajudam o portador a manter uma vida saldável e a prevenir comorbidades e agravamentos dos sintomas da EM.
A proporção de cereais em nossa alimentação gira em torno de 50%, principalmente devido ao arroz e trigo de consumo diário e do milho e aveia de uso menos frequente.
O trigo é consumido sob a forma de farinha de trigo, obtida do trigo refinado, do qual são extraídos os tão preciosos farelo e germe, por isso dê preferencia a alimentos feitos com farinha de trigo integral. A farinha pode ser ingerida regularmente em todas as refeições, sob a forma de pão, bolachas, bolos, tortas salgadas, macarrão, pizza, esfiha e vários outros alimentos feitos basicamente com a farinha de trigo.
No site da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo (www.cve.saude.sp.gov.br) estão disponíveis 80 receitas destes alimentos feitos com farinha de trigo integral e de outros cereais integrais como centeio e aveia. As receitas estão disponíveis no link:ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/cronicas/livro09_receitas.pdfe são saborosas e fáceis de produzir.
Algumas empresas já produzem alimentos feitos com farinha de trigo integral sem acrescentar farinha de trigo refinada e o pão “100% integral”, o qual é saboroso  tendo tido boa aceitação popular, demonstrando a viabilidade destes alimentos. Porém, você deverá observar a tabela de ingredientes para se certificar de que não há a farinha de trigo.
Sidney Federmann Médico Aposentado do Ministério da Saúde Titulo de Especialista em Cirurgia Pediátrica. Pós-Graduado em Nutrologia Abran Ex. Diretor Clinico do Hospital São Camilo Santana - São Paulo SP CRM 17.901

Bibliografia
1) Mateljan, G. The world s Healthest Foods. First edition. Seattle, Washington, 2007
2)Vucenik, I; Protection Against Cancer by Dietary IP6 and Inositol  Nutrition and Cancer, 55 (2), 109-125; 2006.
3) Machado, S; et al. Recomendações Esclerose Múltipla. Academia Brasileira de Neurologia, 2012.
4) Guggemnos, J;  Antibody Cross Reactivity between Myelin Oligodendrocyte Glycoprotein and the Milk Protein Butyrophilin in Mulltiple Sclerosis  The Journal of Immunology January 1 2004, Vol 172  nº 1  661-668.

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BLOG VEM : OS DÉFICITS COGNITIVOS (DC ) NA ESCLEROSE MÚLTIPLA...: Cognição é o ato ou processo de conhecer e a psicologia cognitiva estuda os processos de aprendizagem e de aquisição do conhecimento. A...

OS DÉFICITS COGNITIVOS (DC ) NA ESCLEROSE MÚLTIPLA

Cognição é o ato ou processo de conhecer e a psicologia cognitiva estuda os processos de aprendizagem e de aquisição do conhecimento.
A importância dos problemas, cognitivos e afetivo-emocionais na EM, são a possibilidade de apresentarem um impacto considerável sobre o bem estar da pessoa em várias áreas de sua vida: adaptação familiar, profissional, social e outros que são essenciais na qualidade de vida.
Os Déficits Cognitivos (DC) na EM podem mesmo anteceder o diagnóstico da doença, pois os DC em pacientes com EM está intimamente ligados à patologia da doença (processo inflamatório e degenerativos).
Alterações cognitivas são muito comuns na EM, estando presentes em 40% a 70% dos pacientes, já presentes em 25% dos casos em fase inicial da doença. Os problemas mais comuns são as dificuldades e deficiências da atenção e da memória e a redução da rapidez e eficiência do processamento de informações. Há também o déficit da atenção sustentada, ou seja, da capacidade de concentração em determinada atividade, especialmente naquelas que requerem também dividir a atenção com diferentes tarefas, ações ou informações simultâneas. De modo similar estão deficientes tanto a memória a curto-prazo (ou seja, memória operacional, que lida com informações simultâneas, na faixa de segundos), como também a memória a longo-prazo (aprendizado de informações e recordação de fatos ocorridos vários minutos, horas ou dias antes).
A redução da rapidez no processamento de informações é o déficit cognitivo mais comum na EM, tal como se verifica durante a execução do teste PASAT (que consiste em operar com números dados consecutivamente, somando o número dito a cada 3 segundos (pelo computador) com o último número apresentado, e não com a soma anterior). Os déficits de atenção mantida e dividida, da memória operacional e da rapidez de processamento de informações, prejudicam o funcionamento executivo do paciente, inclusive em tarefas cotidianas.
A Avaliação Neuropsicológica é um procedimento que tem por objetivo investigar as funções cognitivas de pacientes, buscando elucidar os distúrbios de atenção, memória e funções executivas, além de alterações cognitivas específicas como capacidade de raciocínio, cálculo, abstração, planejamento, e seus diagnósticos diferenciais.
Em atendimento a pacientes diagnosticados com EM, é comum observar as aflições, ansiedade e preocupações quando suas funções cognitivas começam a apresentar falhas, porém estudos recentes nos mostram o quanto uma Avaliação Neuropsicológica realizada nos primeiros sintomas se faz necessário para uma melhor recuperação das funções atingidas.
A Reabilitação Cognitiva é um processo terapêutico que visa recuperar ou estimular as habilidades funcionais e cognitivas do homem, ou seja, reconstruir seus instrumento cognitivos.
Assim como a visita periódica ao neurologista o atendimento multidisciplinar também tem grande importância para a reabilitação cognitiva. Profissionais como Neuropsicólogo, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta, Nutricionista e Terapeuta Ocupacionais voltados para um atendimento específico ao problema tem apresentado resultados positivos na reabilitação dos pacientes, melhorando sua saúde física e mental.
A EM é uma doença envolta em muitos aspectos neuroquímicos e imunológicos desconhecidos. Além disso torna-se necessário uma conscientização do paciente e de sua família em buscar uma superação das funções comprometidas, evitando o agravamento da doença.
Dicas para manter uma boa cognição:
- Alimentação saudável, evitar gorduras e açúcares;
- Dormir bem, o sono revigora as energias;

- Fazer palavras cruzadas, caça palavras, jogo dos sete erros, dama, xadrez e outros jogos para manter sempre uma boa memória;
- Ler livros, revistas, jornais. A leitura melhora o vocabulário aumentando as sinapses (comunicação entre um neurônio e outro);
- Usar sempre o computador para fazer pesquisas, jogar, conversar com amigos distantes;
- Praticar exercícios físicos como caminhada, natação, hidroginástica, respeitando sempre suas limitações. O exercício físico melhora a oxigenação cerebral, sendo bom para o coração e para o corpo.
- Evitar bebidas alcoólicas, cigarros e drogas, pois estes vícios proporcionam a morte neuronal prejudicando as cognições;
- Fazer novos amigos, conversar, divertir, passear;
- Procure sempre estar feliz, pois a felicidade  proporciona uma vida melhor;
Elizabeth Ferreira Guimarães Zenha (CRP: 09/2060). Especialista em Neuropsicologia pela PUC ( Pontifícia Universidade Católica de Goiás)
Trabalha como Neuropsicóloga em consultório particular e no CRIEM (Centro de Reabilitação Investigação e Pesquisa em Esclerose Múltipla), desde maio de 2008.


REFERÊNCIAS
1 – Diniz, D.S. Correlação Clínico-Laboratorial e de Imagem do Lúpus Eritematoso Sistêmico e da Esclerose Múltipla no HC/FM/UFG em Goiânia/Goiás de 2009 a 2010: Ênfase nas Manifestações Neurológicas. Dissertação (Doutorado), UFG, Goiânia, 2011.
2- O, Connor, P. Key issues in the diagnosis and treatment of multiple sclerosis: an overview. Neurology.59: S!-S33,2002..
3- McDonald, W.I., Ron, M. Multiple Sclerosis: the disease and its manifestations. Philosophical Transactions of theRoyal Society, London, 354: 1615-1622,1999.
4- Lima, E.P., Rodrigues, J.L., Vasconcelos, A.G., Peixoto, M.A.L., Haase, V.G. Heterogeneidade dos déficits cognitivo e motor na Esclerose Multipla: Um estudo com a MSFC. Psico.,39(3): 371-381,2008.
5- Callegaro,D. Epidemiologia da Esclerose Múltipla. Trabalho apresentado no BCTRIMS. First Annual Meeting, Brazilian Commitee for Treatmente and Research in Multiple Sclerosis, Salvador (BA). 2000.
26- Ferreira, F.O.,et al. Velocidade de processamento, sintomas depressivos e memória de trabalho: comparação entre idosos e portadores de esclerose múltipla.Psicol reflex crit., 24(2): 367-380,2011.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

MITOS E VERDADES SOBRE ARTROSE


CONHEÇA MITOS E VERDADES SOBRE ARTROSE
Procure saber 03/02/2014




Rigidez no corpo, inchaços e inflamações são os sintomas mais comuns.
Doença ainda desperta muitas dúvidas nos pacientes.


Tema pouco discutido no Brasil, a artrose é uma patologia que já afeta 10 milhões de pessoas no país, segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Dores nas articulações após esforços, sensação de rigidez no corpo, inchaços e inflamações são os sintomas presentes na maioria dos casos. Embora muitas pessoas associem a doença exclusivamente aos idosos e não despertam interesse no assunto, a anomalia também pode atingir pessoas mais jovens.

Há muita desinformação entre a população, e especialistas garantem que é fundamental a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce para que as chances de sucesso no tratamento e a qualidade de vida do paciente aumentem.

— Medicamentos adequados e exercícios podem evitar cirurgias e aliviar e controlar os sintomas— explica a fisioterapeuta Mariana Schamas.

Para o diagnóstico, é necessário observar os sintomas que o indivíduo apresenta, podendo o médico solicitar um raio-x ou ressonância magnética da articulação.


Confira mitos e verdades a respeito da doença:

A artrose é uma doença sem cura conhecida

Verdade - Quem tem sintomas da artrose os pode amenizar com tratamentos conhecidos. A atividade física cuidadosa e acompanhada, alguns medicamentos e até mesmo cirurgias podem ajudar o paciente.

A incidência de artrose em homens e mulheres é igual

Mito - Estudos provam que há mais mulheres afetadas pela doença. Elas representam 61% dos pacientes que sofrem com a patologia.

O excesso de peso aumenta os sintomas da artrose

Verdade - O paciente que está acima do peso força mais as articulações por conta da sustentação natural do corpo. O joelho é a parte do corpo mais afetada pela doença, com sintomas em mais de 80% das pessoas acima de 41 anos.

Pessoas idosas que sofrem com a doença vão ficar incapacitadas em algum momento

Mito - Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce e os tratamentos adequados podem frear a progressão da doença e fazer com que o paciente tenha boa qualidade de vida e realize suas atividades normalmente.

Quem carregou muito peso durante a vida desenvolve sintomas da artrose

Verdade - A origem pode advir de determinados hábitos, tais como má-postura recorrente, levantamento de peso em excesso e esforços repetitivos. Cerca de 20% dos adultos brasileiros já são acometidos pela doença e o excesso de exercícios físicos será a causa de 45% dos casos de artrose no futuro.

FONTE:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2014/02/conheca-mitos-e-verdades-sobre-a-artrose-4408398.html

HISTÓRIA DE UMA PORTADORA DE ESCLEROSE MÚLTIPLA

LUTA PELO BEM-VIVER

Portadores de esclerose múltipla, doença ainda mal conhecida pela medicina, encontram refúgio em centro de estudos do HC
Quando se viu doente, há um ano, sem saber, ao menos, o nome do mal que tinha, a cozinheira Vera Lúcia Ribeiro, 49 anos, entregou-se ao desespero. Ainda hoje, em muitos momentos, a morena forte, olhos grandes, sente uma vontade incontida de chorar. Ela é movida pelo mesmo sentimento que acompanha a bonita e magra auxiliar de enfermagem Anita Ferreira Tavares, 50 anos. As duas não se conheciam, até se tornarem companheiras na luta pelo bem-viver. Elas e outros pacientes de esclerose múltipla, doença desconhecida inclusive por muitos médicos, participam regularmente de programas de apoio aos portadores e de tratamento desse mal, desenvolvidos pela UFMG .
Antes de chegarem ao Centro de Investigação de Esclerose Múltipla (Ciem), do Hospital das Clínicas, todos que ali freqüentam lutaram, durante meses, contra sintomas terríveis, como dormências, dores por todo o corpo e até cegueira. Pior ainda: desconheciam completamente as causas desses males, na verdade, sintomas de um mal maior. No Ciem, eles readquiriram parte da paz interior perdida bem antes da revelação do diagnóstico. Lá, compartilham dificuldades físicas e emocionais, que, muitas vezes, parecem impossíveis de superar.
Sintomas
Há dois anos e meio, os pacientes do Ciem passaram a contar com a assistência do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND), criado no curso de Psicologia, em l997. “A esclerose múltipla é uma doença degenerativa do sistema nervoso central e um dos principais sintomas é a fadiga anormal’, explica o neurologista e especialista em Medicina Comportamental Vitor Geraldi Haase. Seus portadores sentem-se extremamente cansados quando submetidos a qualquer tipo de esforço e, por isso, deixam de exercer muitas atividades que os ajudariam a superar, pelo menos em parte, os problemas da enfermidade.
É nesse contexto que os profissionais do Laboratório trabalham, em parceria com a equipe do Ciem. Um grupo, formado atualmente por 11 pessoas, é acompanhado por meio de programas de avaliação das alterações cognitivas, especialmente a memória, e de reabilitação física orientados pelo LND. O primeiro programa, psicoeducativo, aborda, por exemplo, atividades para a ativação da memória, comprometida com a doença, e de compreensão e aceitação da esclerose múltipla.
O segundo baseia-se na realização de exercícios aeróbicos, que permitem aos pacientes reconquistarem um condicionamento físico que amenize as conseqüências da doença. Os exercícios, coordenados pelo fisioterapeuta Luiz Edmundo Costa, são realizados no Parque Municipal e no Laboratório do Movimento, pertencente à Faculdade de Medicina. “São pessoas que percebem os sintomas da doença no auge de suas vidas produtivas”, lembra Haase, um dos coordenadores do LND. Os resultados do trabalho são apurados por métodos de controle e, segundo Haase, demonstram ganhos muito significativos.
No programa de aeróbica, a melhoria no sintoma de fadiga, numa escala de zero a 50, alcançou 10 pontos de diferença. Um grupo que iniciou os programas, mas não avançou no tratamento, serve de referência para as avaliações. Mas a importância de todo o trabalho pode ser mais bem dimensionada pelo vínculo criado entre os pacientes. O grupo do Ciem conquistou segurança suficiente para pensar em ajudar outros pacientes. Homens e mulheres querem atuar como monitores do Centro, ampliando, assim, a possibilidade de atendimento aos portadores de esclerose múltipla.
Dramas
“O grupo passou a ser uma referência para todos nós. Muitos, dentre os que sofrem de esclerose múltipla, não têm sequer com quem falar sobre o que é isso na vida deles. Aqui, a gente conversa e não se sente abandonado”, diz o arquiteto Romildo Nascimento Custódio, de 48 anos. Durante quase três anos, Romildo foi tratado como se fosse portador de uma outra doença, o que só fez aumentar sua angústia e o sentimento de não ser compreendido pelos que estavam à sua volta.
“Eu vivia tudo sozinho. Meu chefe me avaliou mal no trabalho, porque achava que eu estava me isolando”, conta o arquiteto. Este semestre ele se aposentou e está aproveitando para ficar mais tempo com a família. “Estou conseguindo levar a doença”, diz.
Fechar-se ao contato com as pessoas foi a reação do motorista e mecânico Ronildo Santos Oliveira, de 46 anos. “Sempre fui calado, mas piorei. Fico chorando sozinho e não gosto nem de pensar que não vou mais fazer o que fazia, trabalhar no que eu gostava”, desabafa.
As lamentações de Ronildo fazem eco com o drama vivido pela auxiliar de enfermagem Anita Tavares. Para ela, tem sido muito difícil aceitar o fato de não poder mais trabalhar como antes. “Passei 20 anos na área de Saúde sem nunca ter ouvido falar de esclerose múltipla. Foi um choque sentir as minhas limitações. Eu tenho tanta vontade de trabalhar, mas não posso”, diz ela, agora aposentada e, atualmente, dependente de um andador para se locomover.
Com três filhos criados, Anita lembra que sofreu horrores até aceitar a doença que a pegou “desprevenida”. Ela ainda sofre muito e, para tentar conviver melhor com as limitações, faz acompanhamento psicológico, também na UFMG. Anita quer voltar a trabalhar e, como faz artesanato, busca um lugar para expor seus produtos. “Muitos no Ciem fazem alguma coisa e, por isso, estamos pensando em ter um espaço que a gente possa dividir”, conta.
“Melhorei muito desde que comecei no Ciem. Antes, eu não tinha ânimo nem para tomar água. Vivia numa preguiça louca e, por isso, me isolava e chorava sem parar. Não é mais assim. Ainda choro muito, mas sei me controlar”, confidencia Vera Lúcia, a cozinheira de olhos grandes. Num dos surtos da doença, ela perdeu a visão e passou mais de dois meses internada antes de receber o diagnóstico definitivo. A dor não a largou mais, mas Vera Lúcia já consegue reunir forças para consolar os amigos que ganhou no Ciem.


Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla afeta cerca de 30 mil pessoas no Brasil e 2,5 milhões de pessoas no mundo. A principal incidência é em adultos jovens.

Como é o tratamento da doença no Brasil: Atualmente, há no país duas formas principais de tratamento da doença: a mais comum é a administração de injeções, que variam de frequência, dependendo do caso. Esse é o método disponível pelo SUS. No entanto, há outro medicamento denominado Fingolimode, que é administrado por via oral, possui aprovação da ANVISA, mas só pode ser adquirido, caso o paciente se disponha a pagar pelo medicamento, ou por via judicial. Um estudo, publicado no New England Journal of Medicine, demonstrou eficácia 52% superior na diminuição dos surtos provocados pela doença, em comparação com o medicamento injetáveis. Uma das principais reivindicações dos pacientes de Esclerose Múltipla é pela incorporação do Fingolimode pelo SUS.

Sobre o MOPEM: O Movimento dos Pacientes com Esclerose Múltipla (MOPEM) possui dezoito anos de existência e 400 membros cadastrados. Uma das principais atribuições da entidade é verificar a correta distribuição de medicamentos aos pacientes pelas secretarias de saúde.

FONTE:http://www.segs.com.br/so-saude-segs/147385-especialista-da-dicas-de-como-lidar-com-a-esclerose-multipla-no-verao.html