terça-feira, 2 de dezembro de 2014


Para chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade de valorização da pessoa com deficiência, o Senado programou várias atividades que se iniciam nesta quarta-feira (3) e seguem até o dia 12 de dezembro. A abertura oficial dos eventos acontecerá nesta quarta, às 9h30, no auditório Petrônio Portella. Na mesma manhã, serão feitas duas palestras sobre o tema, uma do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Romário, que tem uma filha com Síndrome de Down, e outra do desenhista e criador da turma da Mônica, Maurício de Sousa. Além de oficinas de arte e de perfomances de personagens que interpretam pessoas com deficiências, o público poderá ver uma exposição no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima. 

“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar”.

Carlos Drummond de Andrade

Para chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade de valorização da pessoa com deficiência, o Senado programou várias atividades que se iniciam nesta quarta-feira (3) e seguem até o dia 12 de dezembro. A abertura oficial dos eventos acontecerá nesta quarta, às 9h30, no auditório Petrônio Portella. Na mesma manhã, serão feitas duas palestras sobre o tema, uma do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Romário, que tem uma filha com Síndrome de Down, e outra do desenhista e criador da turma da Mônica, Maurício de Sousa. Além de oficinas de arte e de perfomances de personagens que interpretam pessoas com deficiências, o público poderá ver uma exposição no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima. 

“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar”.
Carlos Drummond de Andrade

Cadeiras de rodas obrigatoriamente são transportadas como bagagem no porão, porém sem o cuidado necessário


Os principais fatores que geram reclamação por parte das pessoas com deficiência em relação às companhias aéreas são a questão do embarque e desembarque, seja na segurança, permissão ou agilidade, e também na danificação do equipamento auxiliar, como cadeira de rodas, muletas, andadores, entre outros itens. Causar um problema é muito desagradável, ou até problemático, porém pode ser reparado de alguma forma. Mas quando este problema é ignorado por parte da empresa, ela deixa de ser confiável, ainda mais se esse problema é causa de falta de atenção à obrigações que deveriam ser cumpridas.

Uma empresa que não se importa com o estrago causado na cadeira de rodas de um passageiro que utiliza esse tipo de equipamento para uso permanente, não possui sensibilidade. A cadeira de rodas não é um objeto qualquer. Quem não consegue mais andar, diz que ela faz parte do corpo. Não é como uma roupa que trocamos todo o dia, ou como uma bicicleta que pode ser deixada na oficina enquanto o dono se vira de outra forma.

A desatenção da Avianca se demonstra em outras situações também. Em uma viagem para a Colômbia, Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, disse que precisou ir ao banheiro acessível, o que é comum em aeronaves que fazem vôos internacionais. Porém o banheiro estava fechado e a tripulação não tinha a chave. Ricardo teve que encostar em um canto, e dar um jeito, sendo obrigado a passar por um grande constrangimento e sem nenhuma condições de higiene.

Em outro caso a Avianca, contrariando todas as normas exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), não realizou o transporte das baterias da cadeira de rodas, fato que levou uma passageira de Tangará, após a viagem, a permanecer vários dias deitada na cama, necessitando da ajuda de estranhos até mesmo para se locomover até o banheiro. Tal situação ocorreu mesmo com a passageira tomando todas as medidas exigidas para o transporte desse tipo de objeto.

Veja abaixo uma denúncia feita por Ricardo Shimosakai através do portal ReclameAQUI, pela danificação de sua cadeira de rodas em um vôo da Avianca:
Em um vôo realizado pela companhia aérea Avianca, fui prejudicado em relação a meus pertences. Sou paraplégico, e utilizo uma cadeira de rodas. Este equipamento é despachado como bagagem, após o embarque do passageiro, e devolvido no desembarque. Quando entregaram a cadeira a mim, percebi que ela estava danificada. Ambas as rodas traseiras estavam entortadas, o encosto estava quebrado, e o quadro da cadeira de rodas, que é a estrutura metálica principal, comparado ao chassi de um carro, também estava desalinhado, pois a cadeira não conseguia andar em linha reta.

Fiz minha reclamação junto à Avianca no próprio aeroporto, foi aberto uma ocorrência, o caso passou a ser analisado e as promessas de uma solução. Porém as respostas começaram a ficar demoradas, e sem uma posição, até passarem a não me responder mais, mesmo com minhas cobranças de todas as formas, por e-mail, telefone e até pessoalmente. Como a cadeira de rodas é um item essencial para tudo o que eu faço, não podia ficar esperando a posição da Avianca, aluguei uma cadeira por um tempo, mas depois fui obrigado a comprar uma nova com meu próprio dinheiro.

Isso porque, de acordo com uma avaliação de um técnico especializado em cadeira de rodas, a danificação foi grande, e novamente como uma comparação a carros, podemos dizer que foi uma perda total, então a necessidade de comprar uma nova. O caso aconteceu em 2011, mas como não aceitei tamanha desconsideração, resolvi retomar o caso em 12 de setembro de 2014, determinado a ter uma solução. Agora estão burocratizando todo o processo, pedindo nota fiscal da cadeira, e outros itens, alegando ser uma exigência da seguradora.

Mesmo com todas as minhas respostas, novamente a Avianca consegue ser extremamente irresponsável e brincando com a moral alheia, e não passa uma solução para um caso tão importante. Não há dúvidas dos diversos erros cometidos pela empresa, seja em relação à danificação como também no atendimento desta ocorrência, não bastassem outros problemas de acessibilidade. Ou seja, uma empresa fora da lei, que prejudicou de todas as formas a boa vontade de um cidadão correto.

Segundo as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), ao constatar a perda ou a inutilização, o operador aéreo deve efetuar o pagamento de indenização ao passageiro com necessidade de assistência especial no valor de mercado da ajuda técnica ou do equipamento médico perdido ou inutilizado, no prazo de 14 (quatorze) dias.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

DESAFIANDO OS LIMITES


RAPAZ SEM MEMBROS DESAFIA LIMITES DE DOENÇA COM ROTINA AGITADA


David Cesar, de 25 anos, trabalha, estuda e gosta de bater uma bolinha de vez em quando. Nas horas de folga, ele vai aos jogos do Atlético-MG, seu time do coração, e sai com os amigos. Não é raro ver David nas pistas de boates em Belo Horizonte. Já esteve “enrolado” com algumas garotas, mas, por enquanto, nada de namoro. “Tive uns relacionamentos aí, mas nenhum sério”, diz.

A vida do rapaz é igual a de qualquer outro jovem de 25 anos. A diferença é que ele é portador da Síndrome de Hanhart, uma doença rara que se caracteriza pela ausência completa ou de parte dos braços, pernas ou dedos.

“Eu só percebi que era deficiente físico quando estava na 4ª série. Um aluno que me perguntou: ‘Por que você é assim?’. Cheguei com esse dilema em casa, e minha mãe me disse: ‘David, vamos conversar?’. Foi aí que caiu a ficha”, conta o estudante. Segundo ele, a escola, coordenada por freiras, sempre optou pela inclusão e fazia um trabalho de orientação com as crianças.

Mas aceitar a síndrome não foi fácil. Aos 15 anos, David admite que chegou a se questionar e começou a pesquisar a doença a fundo. “Adolescência, né? Cheguei em um conflito. Será que eu seria capaz de ter uma namorada? Me perguntei: ‘O quê que eu tenho?’ Comecei a pesquisar, perguntei para o meu médico e ele disse: ‘Você tem Síndrome de Hanhart’. Pesquisei sobre a síndrome e descobri que, na época, só seis pessoas no mundo tinham isso. Eu olhei para o céu e disse: ‘Ô Deus, muito obrigado! Eu sou sortudo demais, viu'”(risos).

David consegue caminhar com apenas parte das pernas, mas ele também se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas motorizada. “Eu me viro. Vou de ônibus para o estágio e depois tem faculdade à noite. Meu dia é bem corrido”, disse. David está no 8º período do curso de direito e trabalha no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH).

“Primeiro dia de trabalho foi igual bater um pênalti. Quando dei de cara com a tela em stand by com a mensagem ‘para efetuar o login aperte crtl+alt+del’ foi aquele suspense. Eu aperto ctrl com o meu ‘toquinho’, o alt com a língua e o del com o nariz. Quando meu chefe viu aquilo ele disse: ‘Se consegue fazer o ctrl+alt+del, consegue fazer tudo'”, brinca o estudante. “Mas eu ainda não me encontrei como profissional”, desabafa David, que já chegou a trancar o curso de jornalismo. “Adoro rádio. Meu sonho era narrar jogos de futebol”, revela.

David pode não ter seguido a carreira nos estúdios, mas já se firmou como palestrante em Belo Horizonte e no interior. Há um ano, ele começou a falar sobre sua experiência em empresas, cursos e igrejas. “Já fiz mais de 50 palestras. Taí uma coisa que me dá prazer de fazer. É através desse trabalho que consigo bancar a faculdade”, explica.

Quem o encorajou foi o advogado Marcos Rossi, outro portador da Síndrome de Hanhart. Ele mora em São Paulo, é pai de dois filhos e ainda é surfista. Quem também inspirou David foi o australiano Nick Vujicic, autor de livros como “Uma Vida Sem Limites – Inspiração Para Uma Vida Absurdamente Boa”, “Superação” e “Indomável”. “Ele veio a Belo Horizonte no ano passado.

Assisti a palestra dele. Muito bacana”, conta David.

Independência

Atividades simples do cotidiano, como trocar de roupa, poderiam ser obstáculos para David. Porém, ele mesmo diz que não há nada que não consiga fazer. “Eu só preciso de ajuda na hora de fechar o zíper (risos)”. David consegue tirar o celular do bolso e atender ligações. Ele ainda nada e sai da piscina com facilidade.

Façanha mesmo é ser capaz de comer por conta própria. Com a ajuda do “toquinho”, David aproxima a colher do prato e a coloca na comida com a ajuda do queixo. Com o maxilar bem próximo, ele “arrasta” a colher com da parte do braço e consegue levar o alimento a boca sem ajuda de ninguém. “Antes eu amarrava a colher no ‘toquinho’, mas agora já consigo levar a comida na boca sem isso. Uso o maxilar e pronto. Agora estou aprendendo a comer de garfo (risos)”, explica. Destrancar a porta de casa também poderia parecer difícil, mas David conta que tira de letra. “Quase não fica gente no apartamento. Eu giro a chave com a boca e entro na boa”, conta.

David quer continuar investindo nas palestras e trabalhar em uma ONG no futuro. “A minha história não é de superação porque eu tenho ausência dos membros superiores e inferiores. Eu podia ter uma história de comodismo até. Mas eu acho que a superação, que a vontade de conquistar as coisas, vem da vontade de viver, e é o que eu passo. A minha energia é uma vontade indomável de achar o novo, buscar o que eu não vivi ainda”, diz David.

Síndrome de Hanhart

De acordo com o geneticista Sérgio Pena, a Síndrome de Hanhart (que ganhou este nome do cientista que passou a estudar a doença nos anos 50) é um distúrbio do desenvolvimento do feto. A síndrome não é causada por uma herança genética. Estudos indicam que problemas vasculares durante a gravidez estão ligados à doença, porém a medicina ainda não desvendou quais são os fatores que levam a essas alterações.

A mãe de David Cesar não teve nenhuma complicação deste tipo na gestação, mas enfrentou uma pneumonia. Porém, segundo estudos, isso não teria influencia na aparição da Síndrome de Hanhart.


Assista o vídeo: http://zip.net/bpqjv1

UM MITO QUE ATRAPALHA OS SOLTEIROS

Um mito que atrapalha os solteiros

Há um mito que corre entre os solteiros. Ele diz que não há mais quase ninguém solteiro, que a maioria das pessoas “boas para casamento” já está casada. A verdade é bem diferente.

Segundo o IBGE/PNAD, o número de pessoas solteiras no Brasil é de 64,3 milhões. Isso inclui todas as pessoas acima de 15 anos que se declaram não estar em nenhuma relação conjugal — mas não inclui divorciados, viúvos, separados (com eles, o número passa dos 70 milhões). O número de solteiros em nosso país também é bem acima do número de casados. Ou seja, há mais gente disponível para um relacionamento do que não.

Claramente, o problema dos solteiros não é a falta de pessoas. O problema é a falta de fé nas pessoas.

A cada dia que passa, as pessoas estão perdendo a fé nas outras. Elas têm dificuldade de acreditar, confiar. E com razão. Com tantas decepções, traições, divórcios, e safadeza que temos visto por aí, nossa primeira reação é desconfiar de quem não conhecemos.