EPSTEIN-BARR:
ENTENDA COMO É TRANSMITIDA, SINTOMAS E TRATAMENTO DA MONONUCLEOSE
Autora: Dra. Sylvia Hinrichsen
Médica infectologista
Epstein-Barr (herpes-vírus humano tipo 4) é o vírus causador da mononucleose, doença transmitida pela saliva. É um vírus que está relacionado não apenas a essa doença, mas também a outros problemas de saúde, incluindo alguns tipos de cânceres, especialmente no sistema linfático, cabeça e pescoço.
Pode ser uma doença assintomática ou apresentar diversos sintomas que se assemelham a outras condições médicas, sendo fundamental a realização do diagnóstico clínico e laboratorial.
O QUE É EPSTEIN BARR?
Epstein Barr é um vírus da família Herpesviridae, conhecido principalmente por desencadear a mononucleose infecciosa, popularmente chamada de doença do beijo.
Do ponto de vista genético, é um vírus de DNA que apresenta a capacidade de se manter em latência no organismo mesmo sem manifestar sintomas, não sendo responsável por epidemias.
O QUE É MONONUCLEOSE?
É a infecção viral transmitida através do beijo ou contato com objetos contaminados pela saliva doente.
Estima-se que cerca de 95% dos adultos e 40% da população infantil, já tiveram contato com esse vírus e desenvolveram anticorpos contra ele
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE MONONUCLEOSE?
Muitas pessoas não apresentam sintomas e mesmo assim podem estar com a doença e transmitindo o vírus para outras pessoas.
Quando há sintomas, os principais são:Placas esbranquiçadas na boca, língua e garganta;
Dor de cabeça, que pode ser constante;
Febre alta;
Dor de garganta;
Cansaço excessivo;
Mal-estar geral;
Aparecimento de ínguas e nódulos no pescoço.
Costumam se manifestar de 4 a 6 semanas após o contato do vírus Esptein-Barr, podendo ser um intervalo menor dependendo do sistema imunológico de cada pessoa.
Um fator importante é que esses sintomas se assemelham com os da gripe, covid-19, adenovírus ou qualquer outra infecção que pode vir a surgir posterior a essa sintomatologia. Desse modo, é necessário realizar exames de check-up e diagnósticos.
COMO O VÍRUS EPSTEIN BARR É TRANSMITIDO?
A transmissão do Epstein-Barr ocorre principalmente via oral-oral, através do contato íntimo com a saliva de um indivíduo doente ou de um portador assintomático.
Como dito anteriormente, é por esse motivo que a mononucleose também é conhecida como doença do beijo. No caso das crianças, a transmissão associa-se muito ao fato de que elas costumam levar objetos a boca, que podem estar contaminados com a saliva de outras crianças.
Raramente a transmissão ocorre através de contato sexual ou transfusão de sangue.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico é feito basicamente pela clínica, com a epidemiologia das idades e contatos.
Também são solicitados exames laboratoriais quando os sintomas são pouco específicos ou quando é necessário fazer um diagnóstico diferencial com outras doenças causadas por vírus.
Além disso, pode ser feito um hemograma, que permite observar a presença de linfócitos atípicos, comuns em processos virais com diminuição nos neutrófilos e plaquetas. Outras doenças, como a dengue, podem ser associadas com essas condições. Portanto, a confirmação diagnóstica é recomendada através da pesquisa de anticorpos circulantes ou também por testes de biologia molecular.
QUAIS COMPLICAÇÕES O EPSTEIN BARR PODE CAUSAR?
A mononucleose pode causar diversas complicações, como anemia hemolítica e pancitopenia, cânceres nasofaríngeo e gástrico, linfoma Burkitt e linfoma Hodgkin, encefalites, meningites e condições neurológicas.
COMO É FEITO O TRATAMENTO?
O tratamento é sintomático, pois o ciclo da doença tem início, meio e fim, ou seja, é autolimitado.
Em geral, recomenda-se repouso, se hidratar e aguardar que o próprio organismo se recupere. Já em alguns casos, pode haver inflamação do fígado e aumento do baço, sendo indicado que evite exercícios de impacto que possam trazer traumas abdominais.
Quando a condição está com sintomas mais graves, podem ser recomendados medicamentos antitérmicos, analgésicos e corticoides. Isso porque algumas pessoas desenvolvem edema situado, o que faz com que dificulte a alimentação e, até mesmo, a fala e a deglutição.
Não está recomendado o uso de antibióticos, podendo inclusive levar ao surgimento de lesões na pele
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