O QUE É?
A pulsoterapia é uma forma de tratamento em que se administra doses altas de um medicamento pela veia, por um curto espaço de tempo. No caso da esclerose múltipla, este tratamento é feito com corticoide Metilprednisolona, para tratar os surtos da doença. A dosagem, em geral, é de um grama deste corticoide por dia, por um período de três a cinco dias.
ANTES DA PULSOTERAPIA
Antes do início de uma pulsoterapia é preciso se afastar a presença de infecções, principalmente a urinária, pois o tratamento não pode ser realizado se o paciente apresentar sinais de infecção ativa. Para isso, devem ser feitos exames de sangue (hemograma completo) e de urina (EAS e urinocultura). Caso se comprove o quadro infeccioso, deve ser iniciado tratamento específico, pois há possibilidade de a infecção estar simulando ou provocando um surto. Outro cuidado que deve ser tomado é a prevenção de verminose, então, o uso de um vermífugo é recomendado, geralmente em dose única.
DURANTE A PULSOTERAPIA
Uma vez que o paciente esteja em tratamento, é importante que a dieta tenha pouco sal, para redução da retenção de líquidos, uma vez que o medicamento provoca aumento da retenção de sal pelos rins. A perda de potássio também é um efeito da medicação, então, outro cuidado que deve ser tomado é a reposição dessa substância, por meio de alimentos ricos em potássio ou com a administração de medicamentos orais, sob prescrição médica, os quais repõem este eletrólito. O uso de corticoide também pode aumentar os valores da glicose no sangue, o que requer que o paciente evite a ingestão de alimentos com açúcar, como doces e chocolates.
Não se pode esquecer que, concomitantemente, deve-se usar medicamentos para proteção da mucosa gástrica (orais ou mesmo venosos), para evitar gastrite ou ulcera gástrica, já que qualquer corticoide oferece risco de inflamação na mucosa do estômago.
EFEITOS COLATERAIS DA PULSOTERAPIA
Alguns efeitos colaterais podem ocorrer com mais frequência durante a pulsoterapia: gosto de metal na boca; sonolência ou, ao contrário, agitação e insônia; suor frio; aumento da frequência cardíaca; aumento da pressão arterial. Nestes casos, converse com seu médico, para prescrição do remédio certo a ser usado. Não faça automedicação.
APÓS O TRATAMENTO
Os cuidados após a pulsoterapia estarão na dependência da melhora do surto e dos sintomas apresentados durante o tratamento. É preciso evitar exageros alimentares, beber muito líquido e descansar o máximo possível. Não é aconselhável, na semana seguinte ao tratamento, que o paciente saia em viagens ou participe de passeios prolongados.
A pulsoterapia é a principal forma de recuperação dos surtos e de evitar o acúmulo de possíveis sequelas da Esclerose Múltipla. Quando houver necessidade de se submeter ao tratamento, tire todas suas dúvidas com seu médico e tenha certeza de que é um procedimento eficaz e seguro.
Fonte: Cláudia Vasconcelos, neurologista especializada em EM e
coordenadora científica do site Esclerose Múltipla