sábado, 30 de agosto de 2014

Atriz de ‘A diarista’, Cláudia Rodrigues, luta contra a esclerose múltipla 21/07/2006


diarista.jpgComeçou com uma dormência no braço, em 2000. O que parecia ser um problema de coluna acabou se revelando uma esclerose múltipla , doença inflamatória do sistema nervoso central que, durante os surtos, pode alterar a visão e a coordenação motora. Hoje, seis anos após ter ouvido o duro diagnóstico, a atriz Claudia Rodrigues, a Marinete de “A diarista”, fala com serenidade sobre o mal.
- Quando o médico me falou da esclerose múltipla, a primeira coisa que eu quis saber foi se poderia ter filhos. Ele disse que sim e isso me tranqüilizou um pouco. Cheguei a tomar medicamentos como corticóides, mas hoje a minha doença está super controlada. Os surtos podem ocorrer em fases de muito estresse – conta a atriz, que teve recentemente uma crise. – Eu estava muito cansada, estressada e com problemas pessoais. Então minha pálpebra começou a tremer muito, e logo pensei que era da esclerose. Corri ao médico e era mesmo.
Embora tenha que conviver com momentos como esse para sempre – já que a esclerose múltipla não tem cura – a atriz, que vivenciou momentos difíceis como o suicídio do irmão e a morte por câncer do pai, garante não abrir mão de nada por conta da doença.
- É como se eu tivesse diabetes: tenho que me cuidar, mas levo uma vida normal. Controlo minha alimentação e tento diminuir o estresse – conta Cláudia, que, por orientação do nutrólogo Sérgio Puppin, procura priorizar alimentos frescos e sem agrotóxicos em seu cardápio.
Anticorpos se enganam
Professor-titular de neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Sergio Novis explica que a esclerose múltipla ocorre quando anticorpos presentes no organismo combatem a mielina (substância que recobre os prolongamentos dos nervos) do cérebro e da medula.
- É como se um segurança se enganasse e atacasse a pessoa que deveria defender. Por isso, chamamos a esclerose múltipla de doença de auto-agressão – esclarece. – Para a transmissão nervosa ocorrer, é preciso que toda a via nervosa tenha a mielina íntegra. No doente, ela está desintegrada em várias partes do corpo. Assim, por exemplo, a ordem do cérebro pode não chegar ao braço para que ele se mova.
‘Para lidar bem com a doença, tento viver com alegria’, diz Cláudia Rodrigues
A única certeza que a gente tem é a morte. O mundo está tão violento que eu posso atravessar a rua e morrer atropelada ou por bala perdida. Eu sei que há casos muito mais graves que o meu.
Há pessoas em cadeira de rodas! Então, para lidar bem com a doença, tento viver com alegria e diminuir o estresse, trabalhando, brincando com a minha filha e namorando.
Cuido da alimentação e tomo vitaminas. Para quem está recebendo o diagnóstico agora, meu conselho é: não fiquem encanados.
O que é esclerose múltipla:
  • Sintomas: A doença pode se manifestar de formas diversas, dependendo da parte do corpo afetada. Alguns sintomas comuns são a paralisia, falta de coordenação, motora, deficiência visual e diminuição da sensibilidade.
  • Tratamento: Durante os surtos, o paciente é internado e usa cortisona ou imunoglobulina humana, por via venosa. Nos períodos sem crise, o remédio usual é o Interferon Beta que, a longo prazo, tenta corrigir a ação do anticorpo.
  • Exames: O diagnóstico é fechado com exame neurológico e outros complementares, como ressonância magnética e teste do líquido da espinha.
  • Causas: Não há causas conhecidas. O mal acomete mais as mulheres entre 20 e 40 anos e não é hereditário.
  • O que evitar: Sérgio Novis orienta os pacientes a evitar tomar vacinas e não se expor excessivamente ao sol ou ao calor.
  • Alimentação: Segundo Sérgio Puppin, os pacientes devem evitar alimentos a base de glutamato monossódico, adoçantes como aspartame e a sucralose, açúcar refinado e refrigerantes. E devem consumir muita proteína.
Fonte: Jornal Extra – edição de 21 de julho de 2006 – Rio de Janeiro

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