O que é a H.pylori e como ela é adquirida
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Algumas pessoas relatam ter, naturalmente, um “intestino mais sensível”. Você faz parte desse grupo? Bom, há muitas causas para essa situação, sendo a contaminação pela bactéria H.pylori uma das mais comuns.
Quando falamos em comum, significa que ela é realmente prevalente! Há publicações, por exemplo, que estimam que esse valor gire em torno de 60% da população. Ou seja: muitas pessoas podem viver com esse problema e não ter nenhuma noção disso.
Será que você faz parte das estatísticas? Continue a leitura, conheça a H.pylori e saiba quais são os sintomas e o tratamento para essa questão que pode, sem dúvidas, trazer muitos prejuízos para a qualidade de vida dos pacientes acometidos. Vamos lá!
O que é a H.pylori e como ela é adquirida?
A Helicobacter pylori é uma bactéria que tem um apreço especial pelo sistema gastrointestinal dos humanos, ou seja, dando preferência ao alojamento em órgãos como o estômago e o intestino. Agora é provável que você esteja se perguntando como essa bactéria pode ser adquirida, não é mesmo? Vamos responder agora!
A verdade é que ainda não se sabe 100% quais são as vias de contaminação com a H.pylori. No entanto, estima-se que isso aconteça por meio de contato direto (como com a saliva de pessoas que já tenham a bactéria) ou até mesmo por meio da qualidade da alimentação. Ou seja: alimentos que estiverem com a bactéria e não forem bem lavados podem causar a infecção bacteriana.
Quais sintomas ela provoca?
Nem sempre a infecção pela H.pylori causa sintomas nos pacientes acometidos. Ela pode ser assintomática por muitos e muitos anos, mas se tornar sintomática com o passar do tempo e a consequente degradação das mucosas intestinais e estomacais.
Quando isso acontece, os sintomas são:
- dor estomacal ou intestinal;
- sensação de queimação na barriga;
- diminuição do apetite;
- emagrecimento progressivo;
- enjoo e vômito;
- sensação de estufamento;
- presença de arrotos frequentes;
- fezes com a presença de sangue.
Como é feito o diagnóstico do problema?
O diagnóstico de H.pylori pode ser feito de diferentes maneiras, mesclando técnicas não invasivas e algumas mais complexas. Confira algumas a seguir!
Exames de sangue
O primeiro método de tentativa de diagnóstico é a realização de um exame de sangue conhecido como sorologia. O seu objetivo é identificar se há anticorpos contra bactérias circulantes no organismo do paciente.
Testes respiratórios com ureia marcada
O segundo tipo de teste envolve a ingestão, pelo paciente, de uma substância com um marcador na ureia. Depois, ele expira em um dispositivo que poderá identificar a presença da bactéria.
Exames de fezes
Outro exame possível consiste na análise de uma amostra das fezes do paciente. O material é analisado para buscar a presença de anticorpos contra as bactérias, assim como no teste de sangue mencionado anteriormente.
Endoscopia
Novamente utilizando a ureia como veículo para a descoberta da bactéria no organismo, o método endoscópico de exame consiste na coleta de uma amostra de tecido do paciente pela endoscopia e a sua posterior análise laboratorial, com a adição de reagentes que permitem a pesquisa do micro-organismo.
Biópsia
Caso ainda exista dúvidas, o médico pode solicitar uma biópsia. Aqui, o patologista observará um fragmento do sistema gastrointestinal (também coletado por meio de endoscopia) no microscópio, buscando evidências visuais de que a bactéria esteja por ali. Normalmente, são coletadas mais de uma amostra para aumentar as chances de encontrá-la.
Qual é o tratamento para eliminar a H.pylori?
O tratamento da H.pylori envolve uma série de estratégias que, juntas, trazem sucesso. É imprescindível que você siga todas as recomendações do seu médico à risca, incluindo o tempo de medicação prescrito.
De modo geral, o tratamento inclui o uso de protetores gástricos e a prescrição de antibióticos, para matar a bactéria. É importante que eles sejam usados pelo tempo exato pedido pelo médico, para evitar a resistência dos micro-organismos.
O tratamento não é indicado para todas as pessoas, sendo bem direcionado e normalmente orientado apenas aos que têm maiores chances de desenvolver complicações (ou para os que já estão vivenciando alguma consequência). Normalmente, os sintomas são controlados com uma boa alimentação e algumas medicações de suporte.
Quais são os riscos da H.pylori?
Um dos riscos mais comuns da H.pylori é o de desenvolver anemia. Por conta da destruição das paredes estomacais e intestinais, muitos pacientes têm sangramentos (que levam à perda de sangue e, consequentemente, à diminuição do estoque de ferro no organismo) ou até mesmo dificuldade de absorver nutrientes, como os essenciais para o metabolismo do ferro no organismo.
No entanto, isso não é tudo. Algumas outras consequências são:
- a ocorrência de úlceras;
- o desenvolvimento da gastrite;
- inflamações variadas;
- câncer de estômago.
Ou seja: é imprescindível fazer um bom acompanhamento médico para combater esse problema!
Quais são os modos de prevenção?
Como vimos, ainda não se sabe exatamente quais são os métodos de contaminação com a bactéria H.pylori. Por isso, pode ser um pouco difícil se prevenir contra essa bactéria.
Apesar disso, algumas dicas para evitar o problema são:
- lavar as mãos antes de se alimentar;
- lavar as mãos após usar o banheiro;
- evitar contato direto com talheres e produtos utilizados por outras pessoas;
- lavar bem os alimentos antes do consumo.
Além disso, por mais que não seja uma medida profilática (ou seja, um meio de prevenção), investir em consultas frequentes com uma equipe médica confiável e estar sempre atento aos sinais do seu corpo são boas formas de garantir que o problema, caso exista, seja diagnosticado rapidamente. Quanto antes, melhor!
Como podemos ver, a infecção pela bactéria H.pylori é algo bem sério, que pode trazer riscos consideráveis para a saúde e para o bem-estar das pessoas acometidas. Então que tal investigar se a causa dos seus sintomas têm relação com essa bactéria ou não?
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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).