quinta-feira, 21 de novembro de 2024



O que é Transtorno de Personalidade Borderline? Entenda
Publicado por Hospital Israelita Albert Einstein em 26/06/2024 | Atualizado em 03/07/2024

5 minutos para ler

Mudanças frequentes de humor, impulsividade e instabilidade nas emoções e nos relacionamentos estão entre as características do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). A pessoa com esse diagnóstico geralmente apresenta hipersensibilidade em suas relações e um medo intenso de abandono.

Indivíduos com borderline têm um padrão de personalidade que se mostra diferente da maioria das pessoas. Vivem relacionamentos intensos e instáveis com características impulsivas, rompantes ou oscilações de humor muito bruscas e intensas. Com isso, surgem problemas de relacionamentos interpessoais e de autoimagem.

Apesar de não existirem dados sobre sua prevalência no Brasil, estima-se que entre 1,5% e 3% da população mundial sofra desse transtorno de personalidade, que afeta tanto homens quanto mulheres. Acredita-se também que esse número possa estar subestimado, uma vez que muitos casos permanecem sem o diagnóstico correto.
Como é realizado o diagnóstico?

psiquiatra é o profissional médico que deve analisar o histórico e o padrão de funcionamento que acompanha a pessoa desde a adolescência até o momento atual, incluindo suas vivências.

Para chegar ao diagnóstico correto, é necessário que o psiquiatra crie um vínculo de confiança com o paciente para entender melhor todo o processo, suas emoções, medos e angústias. A entrevista com familiares e amigos próximos também pode ser incluída no processo, auxiliando na busca pelas informações necessárias.

É importante saber diferenciar os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline dos efeitos do uso de drogas ou mesmo de problemas de identidade, comuns na infância e adolescência.

Para realizar o diagnóstico correto de Borderline, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais indica que o paciente deve apresentar pelo menos cinco de nove características apontadas:Esforços desesperados para evitar algum episódio de abandono real ou imaginário;
Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, com alternância entre extremos de idealização e desvalorização da outra pessoa;
Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si;
Impulsividade em, no mínimo, duas áreas potencialmente autodestrutivas, como gastos excessivos, sexo desprotegido, abuso de substâncias ilícitas, direção irresponsável no trânsito ou compulsão alimentar;
Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou automutilantes;
Instabilidade afetiva em decorrência de uma acentuada reatividade de humor;
Sentimentos duradouros de vazio;
Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la;
Pensamentos paranoicos transitórios associados a episódios de estresse ou sintomas dissociativos intensos, como problemas de memória, identidade, emoção, percepção, comportamento e senso de si.

Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor para o paciente. A partir dos 14 anos, já é possível identificar os sintomas e investigar os possíveis fatores ambientais (relações, traumas, hábitos de vida etc.) que possam estar contribuindo para o desequilíbrio das emoções.
Quais as características e os sintomas?

Um dos sintomas mais significativos do TPB é o medo intenso de abandono, abrindo espaço para sentimentos de pânico ou raiva que podem ser desencadeados por situações cotidianas normais, como um atraso na resposta de um amigo a uma mensagem, por exemplo. Ao se sentirem rejeitadas, essas pessoas reagem de forma intensa e, por vezes, agressiva.

A recorrência de comportamentos, gestos e ameaças suicidas ou automutilantes é também parte dos sintomas apresentados por pessoas com TPB. Outra característica é a dinâmica dos seus relacionamentos, que tendem a ser instáveis e intensos, oscilando entre extremos de idealização e desvalorização. Em outras palavras, essas pessoas mudam rapidamente de opinião em relação aos outros.

Um traço marcante é a mudança brusca da percepção de si mesmo e da própria identidade, o que leva a mudanças frequentes de objetivos, valores, opiniões, carreira e até grupos de amigos. Com muita frequência, relatam sentir um “vazio crônico”. Apresentam humor instável, oscilando entre irritabilidade, ansiedade, tristeza e alegria, com alterações que podem durar poucas horas ou até mesmo alguns dias.
Quais as causas e os fatores envolvidos?

As causas ou fatores envolvidos no surgimento do Borderline são variados, desde predisposição genética a episódios estressantes na infância. São muito recorrentes no histórico desses pacientes situações traumáticas, como abusos físicos, verbais e sexuais, com negligência por parte de pais e/ou cuidadores.

Episódios como a separação ou a morte de um dos pais, especialmente durante os primeiros anos de vida, ou o nascimento de um irmão ou irmã, podem servir como gatilhos emocionais. Embora, à primeira vista, essas separações e mudanças possam parecer insignificantes, elas têm efeitos profundos em indivíduos que já possuem alguma predisposição genética para o transtorno.
Tratamento, remissão e manejo dos sintomas

Apesar do estigma e do desconhecimento geral, os avanços nas pesquisas, terapias e medicamentos indicam grandes chances de sucesso, seja na remissão dos sintomas ou no seu gerenciamento.

Embora a psicoterapia seja o principal tratamento reconhecido para o paciente borderline, a maioria dos métodos traçados contempla o uso de medicamentos.

Apesar de ainda não existir um único remédio que trate todos os aspectos do TPB, a medicação é útil para amenizar os sintomas associados (como antidepressivos para depressão) e domar características autodestrutivas, como a impulsividade.

O prognóstico atualmente é mais positivo do que se pensava algumas décadas atrás, mas ainda não existe uma cura definitiva para todos os indivíduos com transtorno borderline.




Síndrome de borderline


Síndrome de borderline, ou transtorno de personalidade borderline, é caracterizada por mudanças rápidas de humor, medo de ser abandonado pelos amigos ou parceiro, relacionamentos instáveis e comportamentos impulsivos.




Este é um dos diferentes tipos de transtorno da personalidade e, embora não tenha uma causa específica, parece existir uma predisposição genética da pessoa. Além disso, é mais frequente em caso de histórico de maus tratos na infância e abuso de álcool pelos pais, por exemplo.

Em caso de suspeita de síndrome de borderline, é importante consultar um psiquiatra para confirmar o diagnóstico. O tratamento geralmente é feito com psicoterapia, mas também pode envolver o uso de medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos.



Principais sintomas


Os principais sintomas da síndrome de borderline são:Mudanças rápidas do humor, que podem durar horas ou dias, variando entre momentos de ira, tristeza e ansiedade;
Identidade instável, com mudanças rápidas de valores, metas e opiniões sobre carreira profissional, identidade sexual e tipos de amigos, por exemplo;
Medo de ser abandonado, pelo parceiro, amigos ou familiares;
Sentimentos de desvalorização, achando que o parceiro ou amigos, por exemplo, não se importam o suficiente;
Impulsividade, envolvendo-se em jogos de aposta, gasto de dinheiro descontrolado, consumo exagerado de comida, abuso de álcool ou drogas e atividades irresponsáveis;
Raiva frequente e difícil de ser controlada, especialmente direcionada às pessoas com que se importa, e seguida por sentimentos de vergonha e culpa;
Sensação de solidão, que normalmente é persistente.

Pessoas com síndrome de borderline geralmente têm medo de que as emoções fujam do seu controle, demonstrando dificuldade para lidar com situações de estresse e criando uma grande dependência de outras pessoas nestes momentos. Veja mais sintomas da síndrome de borderline.



Além disso, tendem a se envolver em relacionamentos instáveis e intensos, com sentimentos que alternam rapidamente entre idealização e desvalorização da outra pessoa. Em alguns casos, podem também ter comportamentos suicidas, especialmente caso sintam que estão sendo




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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de borderline é feito pelo psiquiatra levando em consideração os sintomas presentes, comportamento da pessoa e o prejuízo que os sintomas causam na sua vida pessoal e profissional.


Geralmente, também é indicada a avaliação de outros profissionais de saúde, como psicólogos e terapeutas, para confirmar o diagnóstico. Além disso, o médico pode realizar testes específicos para verificar a presença e/ou intensidade dos sintomas da síndrome de borderline.
Possíveis causas

A síndrome de borderline não tem uma causa específica, mas existe uma predisposição genética da pessoa, especialmente quando um dos pais também é afetado.

Além disso, também é mais comum em caso de histórico de maus tratos, separação ou falta de cuidados pela mãe na infância, desorganização da família na criação dos filhos e abuso de álcool ou drogas pelos pais, por exemplo.
Tipos de borderline

Conforme os sintomas apresentados, os tipos de borderline são:Borderline impulsivo: caracterizado por comportamentos excitados, distração, indecisão e superficialidade;
Borderline Desencorajado: isolamento, introversão e sentimento frequente de perigo ou submissão, são algumas das características deste tipo;
Borderline autodestrutivo: a pessoa com este tipo pode apresentar raiva, autopunição, tensão e mau humor;
Borderline petulante: caracterizado por comportamento passivo-agressivo, teimosia, impaciência e pessimismo.

Conforme o psicólogo norte americano Theodore Millon, existem algumas diferenças que influenciam a classificação da síndrome de borderline em tipos.



No entanto, segundo a DSM-5, que classifica os transtornos mentais, não existem subtipos de síndrome de borderline, já que essas diferenças não impactam no diagnóstico ou tratamento dessa condição.

Como é feito o tratamento

A principal forma de tratamento para a síndrome de borderline é a realização de psicoterapia, especialmente a terapia comportamental dialética e terapia baseada na mentalização, que podem ajudar a pessoa a lidar melhor com emoções prejudiciais. Conheça outros tipos de psicoterapia.

Normalmente, medicamentos não são eficazes para o tratamento dos sintomas da síndrome de borderline. No entanto, podem ser indicados pelo médico caso existam outros transtornos psiquiátricos associados, como depressão ou ansiedade.

Assim, o médico pode indicar medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos ou estabilizadores do humor em alguns casos, que devem ser usados corretamente de acordo com a sua orientação.

Síndrome de borderline tem cura?

A síndrome de borderline não tem cura. No entanto, com tratamento adequado, os sintomas podem ser controlados e, embora alguns possam permanecer por toda a vida, com o tempo as pessoas tendem a conseguir se relacionar melhor.

Revisão médica:Dr. Gonzalo RamirezPsicólogo e Clínico GeralClínico geral pela UPAEP com cédula profissional nº 12420918 e licenciado em Psicologia Clínica pela UDLAP nº 10101998.





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