quinta-feira, 6 de junho de 2013

MEDIDAS P/ CADEIRANTE

Medidas para cadeirante - NBR 9050



- A largura mínima necessária para a transposição de obstáculos isolados com extensão de no máximo 0,40 m deve ser de 0,80 m.

- As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são:

a) para rotação de 90° = 1,20 m x 1,20 m;
b) para rotação de 180° = 1,50 m x 1,20 m;
c) para rotação de 360° = diâmetro de 1,50 m.

- Condições para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento:


- Alcance manual frontal:
A3 = Altura do centro da mão com antebraço formando 90º com o tronco B3 = Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo
C3 = Altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e equipamentos
D3 = Altura mínima livre para encaixe dos pés
E3 = Altura do piso até a parte superior da coxa
F3 = Altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto
G3 = Altura das superfícies de trabalho ou mesas
H3 = Altura do centro da mão com braço estendido paralelo ao piso
I3 = Altura do centro da mão com o braço estendido, formando 30o com o piso = alcance máximo confortável
J3 = Altura do centro da mão com o braço estendido formando 60o com o piso = alcance máximo eventual
L3 = Comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão
M3 = Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão)
N3 = Profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação total
O3 = Profundidade da nádega à parte superior do joelho
P3 = Profundidade mínima necessária para encaixe dos pés

Relações entre altura e profundidade para alcance manual lateral para pessoas em cadeiras de rodas.

- Superfície de trabalho:
As superfícies de trabalho necessitam de altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a sua parte inferior, e altura de 0,75 m a 0,85 m entre o piso e a sua superfície superior. A figura 12 apresenta no plano horizontal as áreas de alcance em superfícies de trabalho, conforme abaixo:
a) A1 x A2 = 1,50 m x 0,50 m = alcance máximo para atividades eventuais;
b) B1 x B2 = 1,00 m x 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade de precisão;
c) C1 x C2 = 0,35 m x 0,25 m = alcance para atividades por tempo prolongado.

RAMPAS FIXAS E MÓVEIS

Rampa construída em prédio residencial



Solução simples



Mais um lugar acessível e agradável pra comer: o Benedita Gula da Rua Marília de Dirceu. Não tem banheiro adaptado, mas pra um lanche rápido é ótimo, boa comida e ambiente agradável, com mesas na calçada. E lá há uma solução que resolve 90% das entradas inacessíveis: uma rampa móvel. Não precisa fazer obra, mexer na estrutura ou na fachada do imóvel, basta mandar fazer uma rampa que se encaixe por cima dos degraus e colocá-lá quando necessário. É a mesma estratégia utilizada no Pinguim. Não fica muito caro e atende a quem precisa.
Só que não é só fazer uma rampa de qualquer jeito e achar que tá "quebrando o galho" de quem tá "quebrado". Tem que ter um ângulo bom o suficiente pra pessoa conseguir subir sozinha, sem precisar chamar um guindaste (o ideal é entre 6,25% e 8,33%, de acordo com a ABNT NBR 9050:2004). E tem que encaixar com segurança sobre os degraus, senão o quebrado corre o risco de ficar mais quebrado ainda!


Porque não uma rampa ao invés de um degrau?


Rampa móvel com corrimão

Rampa móvel com corrimão

Mais um exemplo de rampa móvel para permitir acesso a cadeirantes aqui em BH. E essa é nota 10: além de ter boa inclinação, tem corrimão, o que permite ao cadeirante se apoiar ou auxiliar na subida puxando com uma das mãos, e ainda ajuda uma pessoa com dificuldade de andar a subir com segurança. A rampa móvel tem a vantagem de não precisar reformar o estabelecimento, tem baixo custo e ainda pode ser retirada em uma necessidade, e na hora de fechar a loja. E o lugar, mesmo com uma porta pequena, ficou facilmente acessível.
A loja em questão é a Saúde Vida produtos médicos, na Rua dos Otoni, 615. Eles vendem cadeiras de rodas, esse dia tinha até umas pessoas escolhendo uma. Bem, um lugar que vende cadeira de rodas tem obrigação de ter acesso, né?
Rampa muito bem feita e com bônus
Aí está um belo exemplo de rampa móvel em um prédio residencial. Feita em alumínio, ela encaixa perfeitamente nos degraus. E não impede que eles sejam usados por outras pessoas. Para completar, a rampa é dobrável, o que facilita para ser transportada e guardada.
Um fato curioso que notei foi uma corrente fechada com um cadeado na base da rampa, para evitar roubo. Como ela é de alumínio e dobrável, facilita para ser retirada e transportada, por isso o receio.
Com direito a sistema anti-furto
É uma prova que até em uma entrada relativamente difícil, em terreno inclinado e com três degraus, é possível fazer uma rampa móvel seguindo as normas de acessibilidade com um ângulo de entrada excelente e com facilidade de ser vencida. E sem atrapalhar o caminho dos andantes. Só faltou um prolongamento do corrimão, que facilitaria muito a subida.
Um pequeno obstáculo para alguns...
A maior parte dos estabelecimentos comerciais que vejo pelas cidades tem apenas um degrau. Uma situação relativamente comum para qualquer pessoa, subir apenas um lance, mas muito difícil (quando não, impossível) para um cadeirante. Ou mesmo para uma mãe com um carrinho de bebê.
Esta situação pode ser resolvida com uma rampa móvel simples, feita de madeira ou metal, configurando-se numa possibilidade de atender melhor os clientes, e ainda ser identificado como socialmente responsável, que se preocupa com inclusão e está disposto a atender a todos.
...mas um grande problema para outros.
Um projeto de rampa móvel é relativamente simples, mas deve ser feito considerando a norma NBR 9050-2004, que delimita a inclinação máxima que a rampa deve ter para que um cadeirante possa subi-la sozinho e com segurança.
Mas às vezes não é possível seguir à risca a NBR, por problemas de espaço. Nestes casos, se for feita uma rampa que se encaixe com segurança sobre os degraus, mesmo não seguindo à risca a inclinação ideal, e desde que haja alguém que possa ajudar um cadeirante a subir, o problema também será resolvido.
Mas é necessário fazer um projeto para construir uma rampa móvel que dê segurança para quem for utilizar. Um projeto bem feito considera a altura e irregularidades do terreno, sugere o material mais adequado e determina a inclinação ideal de acordo com as características do imóvel, para garantir segurança e a leveza necessária em uma boa rampa móvel.




RAMPAS FIXAS
Agora posso entrar pela porta da frente 

Em acessibilidade, é fácil perceber uma característica: a maior parte das vezes em que lugares "não públicos" são adaptados para receber cadeiras de rodas, o dono tem um parente ou um amigo cadeirante. Já é muito difícil encontrar comércios adaptados por iniciativa do proprietário, ainda mais prédios residenciais.
Meu namorado, que é cadeirante, inaugurou há um tempo atrás uma rampa em um prédio residencial, onde mora um casal de amigos nossos. Eles aproveitaram que o prédio passaria por uma reforma para pleitear a rampa para o amigo cadeirante. Antes da rampa, se fossemos visitá-los, nosso amigo tinha que tirar um carro da garagem para entrarmos com o nosso carro e ter acesso ao elevador. Ele fazia sem problemas, mas era chato ter que causar esse transtorno.
E não foi tão difícil fazer a rampa, tinha bastante espaço na faixada, que na minha opinião ficou até mais bonita. Fiquei muito feliz com a lembrança e aprovei a rampinha. E ela será útil para todos, em casos de entrar com móveis ou eletrodomésticos pesados, ou mesmo em um caso de mudança. No fim das contas, vale a pena buscar acessibilidade, independente de ter parente ou amigo cadeirante. E os cadeirantes devem incentivar a todos para que tornem seus prédios acessíveis.
Afinal, todos ganham quando é instalada uma rampa, principalmente se for definitiva como no caso do nosso amigo.


Qual o melhor material?

Rampas móveis devem ser leves para transportar com facilidade e fortes para aguentar um bom peso em cima delas. Qual será, então, o melhor material para construir uma rampa móvel?
Isso depende. Depende da altura dos degraus, do terreno em que será fixada e de quem irá manuseá-la. Os materiais mais recomendáveis são madeira e alumínio, sempre em uma combinação. Madeira deve ser usada na estrutura, e compensado na plataforma, e no caso do alumínio, a estrutura deve ser de ferro e o resto de alumínio. Dependendo da situação, a plataforma pode ser de aço galvanizado.
Abaixo um bom exemplo de rampa de madeira, que vi no restaurante Siga La Vaca, em Buenos Aires. 
É só um degrau e o chão é liso, portanto a madeira foi adequada, ficou leve e tem a inclinação ideal, de acordo com as normas. Apenas uma garçonete conseguiu carregá-la e colocar no lugar.
Um exemplo bom mas que tem algumas desvantagens: é menos resistente e ocupa mais espaço. A primeira delas pode ser resolvida com uma estrutura bem feita, e a segunda, se colocada de pé, pode ser encaixada em qualquer lugar.
O importante mesmo é que uma pessoa com experiência faça o estudo do lugar e recomende o material mais adequado.

PLATAFORMAS ELEVATÓRIAS



Plataformas elevatórias

Elevador para cadeiras de rodas: tem que funcionar!
Se tem uma coisa que decepciona um cadeirante é quando chegamos a um determinado local, principalmente um órgão público, que sabemos que tem um elevador, mas ao tentar utilizar descobrimos que  ele não está funcionando. E eles sempre tem uma desculpa, como "acabou de estragar" ou "não tem quem arrume". O fato é que a maior parte dos locais com elevador não dá manutenção adequada a esses equipamentos.
O Salomão, daqui de Belo Horizonte,  trabalha com manutenção destes equipamentos há quatro anos e está muito preocupado com a precariedade das plataformas instaladas atualmente. De acordo com ele, grande parte delas se encontra em estado de deterioração, muito mal conservadas, e isto é um perigo para os usuários.
Ele me contou que uma limitação que os órgãos públicos alegam ter é a necessidade de licitação para contratar a manutenção das plataformas. O processo de licitação geralmente demora muito, enquanto isso quem precisa continua tendo dor de cabeça. 
O Salomão vai nos dar uma breve aula sobre os pontos de atenção dos diferentes tipos de plataformas elevatórias que existem.
"Existem dois tipos de Plataformas: de tração por cabo de aço e de tração por fuso (rosca sem fim).
- Tração por Cabo de Aço:
Neste tipo de plataforma, o cabo de aço tem vida útil, pois no movimento de sobe e desce o cabo passa por roldanas, e neste caso o cabo se movimenta muito, podendo se romper se não houver a manutenção ou troca preventiva e ou periódica.

2° Tração por Fuso (rosca sem fim)
Neste tipo de plataforma, a porca do fuso e as correias do motor elétrico tem vida útil, pois no movimento de sobe e desce a porca corre por toda a extensão da rosca sem fim e movimenta muito, podendo ter folga por falta de lubrificação adequada, manutenção ou troca preventiva e ou periódica.

Ambas as plataformas necessitam de uma manutenção preventiva e ou periódica, pois se os cabos se romperem acontece um acidente, e o fuso sempre tem que estar bem lubrificado e sem folga na porca.
Já fiz manutenção em uma plataforma em que o cabo de aço de sustentação estava arrebentado há mais de um ano e a mesma se encontrava funcionando normalmente. Isso me deixou revoltado com o dono da loja, imagina se arrebenta o outro cabo com alguém dentro da plataforma, pode ocorrer um acidente sério.
Os donos dos estabelecimentos não acreditam que a falta de manutenção periódica, preventiva ou até mesmo corretiva seja necessária. Depende muitas vezes dos usuários para conseguir conscientizar as pessoas do quanto isso é importante."
Salomão Manutenções
www.salomaomanutencoes.blogspot.com
(31) 8600-9395 / (31) 9268-2801

Espaços públicos


O maior obstáculo que um cadeirante enfrenta ao tentar levar uma vida "normal", na minha opinião, é sair sozinho na rua e chegar sem ajuda ao destino. Por mais perto de casa que seja, na grande maioria das vezes encontramos os mais diversos obstáculos, desde degraus na calçada a inclinações perigosas.
Mas nem tudo está perdido, a cada dia saem leis que exigem dos estabelecimentos acessos adaptados e as prefeituras trabalham (depois de muita reclamação) para tornar as ruas "viáveis" aos que tem limitações de locomoção. O pior mesmo é quando, apesar de haver acessos, as pessoas 'normais' estacionam seus veículos em frente às rampas e acessos, ou ainda ocupam as calçadas com os mais diversos obstáculos. Neste sentido me impressionou o Projeto PróRampas, desenvolvido pelo Instituto UniGente e pela empresa Via Urbana, com o aval do Governo da Paraíba. O projeto é tão bem bolado que conta com sinalização aérea e um poste com placas indicativas e para uso de propagandas de empresas (foto acima). Parte do dinheiro arrecadado com este serviço é destinado às associações de portadores de deficiência.
























Sobre as calçadas


É muito comum as pessoas reclamarem das calçadas e nem precisa estar em cadeira de rodas para sofrer com a péssima qualidade deste espaço público nas cidades brasileiras. Segundo a atual legislação, o proprietário do terreno ou imóvel é o responsável pela construção e manutenção da sua respectiva calçada. Algumas pessoas querem melhorá-las mas não tem informações sobre como torná-las regulares, seguras e bem cuidadas. Por isso a Prefeitura de São Paulo lançou o programa Passeio Livre, que visa conscientizar e sensibilizar a população sobre a importância de construir, recuperar e manter as calçadas da cidade em bom estado de conservação.
A cartilha do programa pode ser acessada em:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/passeiolivre/

Na foto acima, vemos o padrão arquitetônico adotado pela Prefeitura em pavimento de blocos intertravados, com 3 faixas: faixa de serviço (larg. mín. de 0,75m - serve para locar árvores, postes, canteiros, etc sem atrapalhar a faixa livre), faixa livre (larg. mín. 1,20m e altura livre de 2,10m - serve para o tráfego sem barreiras de pedestres) e faixa de acesso (sem larg. min. - serve para acessar o imóvel e pode abrigar placas ou vasos q não interfiram no acesso). Cada faixa tem sua função e o padrão de cores ajuda na identificação de cada uma.

casa modelo

 Casa modelo


A reatech é a referência em tecnologia de reabilitação, como o nome diz, e a partir de hoje publicarei minhas impressões da feira. Em continuidade ao post anterior, a casa modelo de acessibilidade faz o que promete, mas todo cadeirante sabe as necessidades de espaço em casa. Os principais pontos de estrangulamento são entradas, largura das portas e banheiro. Na imagem acima a entrada principal, com nossa tão querida rampa e ainda relevo tátil para cegos. A porta de entrada, assim como todas as internas, devem ter 90 centímetros de largura. E deve haver um espaço razoável para fazer as 'curvas' para cada cômodo.

O banheiro, com as barras necessárias para as transferências. O mais importante é a porta de entrada, não vi até hoje um apartamento com um banheiro que dê para entrar uma cadeira de rodas. Muitas vezes nem é possível adaptar, alargar a porta, pois há uma viga, armário ou bancada de pia no caminho. A solução é a cadeira de banho, mais estreita, porém geralmente não dá pra tocar sozinho.

O layout (em bom portugês, leiáuti) da casa, bem ampla, com três quartos, cozinha, sala e banheiro. A parte mais importante, ao meu ver, é o hall central, onde está o desenho de um cadeirante. Ali é possível girar em todas as direções para entrar nos cômodos. É o mais difícil de encontrar quando é necessário alugar uma casa ou apartamento.
A casa é muito bem montada, segue os padrões corretos, mas convenhamos que foge um pouco da realidade da grande maioria de nós. Poucos tem condição para adaptar ou construir uma residência nos moldes ideais, na maioria das vezes vamos mesmo é alugar um local mais adequado ou adaptar a residência que dispomos, própria ou alugada.

Considerando esta limitação, o que realmente chamou minha atenção foram os gráficos de medidas, mostrando as necessidades mínimas de espaço em uma casa para a locomoção de cadeira de rodas. O gráfico acima é do hall central, entre os cômodos.
Acima, as medidas necessárias para os comandos elétricos.
Finalmente, o grau de visão (pontilhado externo) e alcance (pontilhado interno) de quem está em uma cadeira de rodas.
De posse destas medidas, o cadeirante não precisa nem se deslocar muito ao buscar um apartamento ou casa para alugar, basta pedir a alguém que leve uma fita métrica aos locais de interesse para realizar as medições necessárias e procurar saber sobre a possibilidade de adaptação, pois grande parte dos proprietários de imóveis não deixa mexer nos mesmos. A solução, algumas vezes, é negociar sobre a adaptação, e depois de acertado o contrato, realizar as mudanças, sabendo que quando for devolver o imóvel elas devem ser desfeitas. Foi assim que consegui alugar o apartamento onde moro, minha namorada saiu com uma fita métrica na bolsa, fechamos o que mais se adequava e alteramos somente a porta do banheiro.

Itens importantes em um banheiro para deficientes

Esquema que mostra as principais adaptações necessárias
Já fiz alguns posts sobre as adaptações necessárias para que um banheiro atenda a um cadeirante e há muitos outros blogs que abordam o tema. Relembrando alguns pontos importantes: deve haver espaço para uma cadeira de rodas manobrar e se colocar a 90 graus do vaso para que o cadeirante faça a transferência; o vaso sanitário deve ser mais alto e de preferência com aquela tampa vazada; não deve haver armários embaixo da pia e ela deve ser alta o suficiente para uma cadeira de rodas entrar embaixo; o box não pode ter porta estreita e não deve haver ressaltos que dificultem a passagem de uma cadeira de banho; deve haver uma cadeira que possa molhar embaixo do chuveiro (de preferência, retrátil); o espelho deve ser mais baixo, de forma que um cadeirante consiga se enxergar nele; devem haver barras de apoio ao lado do vaso sanitário e dentro do box do chuveiro; o chuveiro deve ter chuveirinho anexado, e a porta deve ser de fácil abertura (a mais indicada é a porta de correr).
Itens e medidas mínimas para o banheiro
Há, porém, alguns detalhes que geralmente passam despercebidos, e por falta de experiência ou alguém para auxiliar na adaptação, muitos donos de estabelecimentos ou hotéis pecam e complicam a vida de um cadeirante que vá utilizar o banheiro. O primeiro deslize, e o que mais encontro, é a lixeira. Por incrível que pareça, já vi dezenas de banheiros adaptados para deficientes com lixeiras de pedal, aquelas em que a gente pisa para abrir a tampa. Pisa?? As pessoas esquecem que a gente não pisa. Aí a solução é a gente pegar na tampa com uma mão, abrí-la, e jogar o papel com a outra. Um processo bem inadequado, afinal pegamos na borda da lixeira, que sempre está suja e pode estar até contaminada. A lixeira ideal para um banheiro adaptado é a de tampa basculante, a do meio na foto abaixo. Ela permite que os dejetos sejam jogados sem  encostarmos a mão na tampa. A lixeira sem tampa também resolve, mas é menos higiênica e nada bonita.
Três modelos de lixeira. Jamais use a branca em banheiro adaptado
Outro detalhe que também é dificilmente lembrado é a torneira da pia. Ela deve ser mais alta, com espaço suficiente para colocarmos a mão e trazer ao rosto ou à boca sem dificuldade. Acontece que, como estamos sentados, o ângulo do braço em relação à torneira é menor, por isso é difícil entrar com a mão embaixo da torneira e depois voltar com a água. Sinto essa dificuldade principalmente na hora de escovar os dentes, acabo derramando água e me molhando no caminho. Nesse quesito há minha experiência própria, portanto deve haver pessoas que preferem a torneira mais baixa, de qualquer forma, abaixo vai uma imagem do modelo que considero ideal. Há centenas de modelos, mas o ideal (para mim) é que seja mais alta.
Torneira mais alta facilita
Agora um ponto que contou com a contribuição do meu finado tio Altair. Ele sempre foi pau pra toda obra, resolvia praticamente tudo dentro de casa. E depois de ouvir uma reclamação minha, veio com a solução. Eu me queixei do chuveirinho do meu banheiro, cuja mangueira era a conta para passar por baixo da cadeira de banho e .... bem, lavar as "partes baixas". Eu disse que ia comprar uma mangueira maior, mas ele veio com outra solução: cortou um pedaço de antena de televisão, daquelas tipo espinha de peixe, pegou um pedaço de mangueira sem uso que eu tinha em casa e fez a emenda. Ficou perfeito, a mangueirinha virou uma mangueirona (sem trocadilhos e piadinhas, por favor) e funciona muito bem até hoje. Abaixo, uma foto da emenda da mangueira.
Adaptação para lavar "lá embaixo"
Enfim, levando em conta estes detalhes, dá para fazer um banheiro perfeito para ser usado por cadeirantes. Até hoje não encontrei um assim fora da minha casa, mas com essas dicas é possível fazer um bem adaptado, e assim permitir que tenhamos mais conforto para fazer as necessidades e sair de lá limpinhos!