Medidas da cadeira de rodas
As medidas da NBR 9050 só servem para cadeiras dobráveis |
Taí um tema que pode dar muito prejuízo e dor de cabeça: medidas de uma cadeira de rodas. Ao comprar uma cadeira, você deve ter em mente que ela será a extensão do seu corpo. Portanto deve encaixar perfeitamente em você. Quanto mais justa ao corpo, sem apertar, melhor. O ideal é que não tenha nenhum espaço entre o corpo e a lateral da cadeira. Mas é fundamental que não esteja apertando. Como a gente não tem a sensibilidade normal, tem que ser no visual mesmo, e fazendo o teste, enfiando o dedo na lateral não deve ser difícil retirar.
Medidas do formulário de compra da TiLite |
Para definir as medidas ideais para sua cadeira de rodas, você deve consultar um fisioterapeuta com experiência nessa área. As medidas são separadas por segmento, sendo tronco, pernas e braços, o fisioterapeuta faz todas as medidas. Na norma NBR 9050 há algumas medidas padrão utilizadas em cadeiras de rodas dobráveis ou em X, estas da primeira figura. Elas servem para ter uma ideia de quantas medidas estão envolvidas em uma cadeira de rodas, e olha que faltam ali as medidas de ângulos, como do encosto e do apoio de pés, estes que constam do formulário de compra da cadeira TiLite, na figura acima.
Mesmo seguindo todas as medidas de um fisioterapeuta experiente, uma recomendação que sempre dou: faça test drive. Em um test drive é possível determinar também as melhores medidas de ângulo, caso não esteja familiarizado. O negócio é experimentar cadeiras com ângulos diferentes e identificar qual é mais confortável. Não varia tanto quanto parece, há ângulos pré determinados.
A melhor opção para testar cadeiras hoje em dia é a Reatech, a feira de tecnologia assistiva, apesar de não ter sido lá essas coisas neste ano... Mas ainda é uma opção, e como acontece só uma vez por ano, a alternativa no resto do ano é visitar uma grande loja que venda cadeiras. Aqui em Belo Horizonte, assim como na maior parte dos estados brasileiros, não há uma loja com vários modelos em exposição para testar. A solução é partir para São Paulo ou Rio de Janeiro para ir a uma loja. Vale a pena pagar a passagem de avião para testar uma cadeira de rodas.
A melhor opção para testar cadeiras hoje em dia é a Reatech, a feira de tecnologia assistiva, apesar de não ter sido lá essas coisas neste ano... Mas ainda é uma opção, e como acontece só uma vez por ano, a alternativa no resto do ano é visitar uma grande loja que venda cadeiras. Aqui em Belo Horizonte, assim como na maior parte dos estados brasileiros, não há uma loja com vários modelos em exposição para testar. A solução é partir para São Paulo ou Rio de Janeiro para ir a uma loja. Vale a pena pagar a passagem de avião para testar uma cadeira de rodas.
Um dos piores erros ao comprar uma cadeira de rodas é errar na largura. As outras medidas geralmente são customizáveis, mas a largura não tem jeito. Se a pessoa insistir em usar uma cadeira maior ou menor do que o ideal na largura, vai ficar dançando nela (e estragando ainda mais a coluna) ou ficará apertado o dia todo, o que pode gerar escaras com o tempo.
Portanto, fica a dica: não vacile nas medidas. Faça test drive. Senão as consequências podem ser cruéis.
Portanto, fica a dica: não vacile nas medidas. Faça test drive. Senão as consequências podem ser cruéis.
Cadeira de rodas de Segway
Cadeira de duas rodas - menos é mais! |
Tem modelos com rodas para terra |
http://vimeo.com/41532055
Modelo da Ferrari, meu sonho! |
http://www.gennymobility.com/Genny.aspx
https://www.facebook.com/pages/Paolo-Badano/418436744911573
http://www.addmovement.se/
http://www.welzorg.nl/mobiliteit/segway/
http://segsolutions4freedom.com/Home_Page.html
P.S.: O cara da Genny acha que é o Volverine...
Entrega da cadeira do Ângelo Gabriel
Com o Fábio na entrega da cadeira do Ângelo |
Agora ele vai detonar em Ribeirão das Neves! |
Eu gostaria muito de poder ajudar mais gente dessa forma, fiquei emocionado e feliz em proporcionar de alguma forma um pouco mais de qualidade de vida para quem precisa. Agradeço novamente ao Eduardo Tardiolli, que através da Cecília Acessibilidade tornou possível essa iniciativa, e ao Fábio, que já se tornou um parceiro do blog. E boa sorte para o Ângelo Gabriel com a cadeira nova!
Reatech 2013 - Cadeiras de Rodas
Strix, primeira cadeira de rodas com suspensão do Brasil |
O projeto começou a ganhar vida assim que saiu um financiamento da Finep em 2008, e os primeiros protótipos já passaram por testes de resistência em laboratório e em campo, por dois cadeirantes, na cidade de Parati. Para quem não sabe, a cidade tem muitas ruas pavimentadas com pedra fincada, um belo teste de fogo para uma cadeira com suspensão. O quadro dela é de alumínio e tem peças de fibra de carbono, em busca de baixo peso. Sem as rodas, ela pesa apenas 10 kg, contando com a suspensão. O lançamento dela está previsto para novembro e vai custar entre 8 e 10 mil reais.
Falco, o outro modelo da Vemex |
TiLite com freio a disco |
A tão sonhada Panthera X, de fibra de carbono |
Observer, sobe até parede! |
Resultado do concurso da cadeira de rodas Freedom
Esta belezinha já tem novo dono! |
Ângelo Gabriel, o ganhador da cadeira |
A cadeira dele está inadequada e em péssimo estado |
Agradeço a todos que participaram do concurso mandando histórias e fotos, e ao Eduardo Tardiolli, da Cecília Acessibilidade, que tornou possível esta boa ação, ajudando a quem precisa!
sábado, 20 de abril de 2013
Cadeira motorizada controlada por computador
No stand da Cecília Acessibilidade, está em exposição uma cadeira motorizada controlada por computador. O sistema se chama Freedom Connect, e pode ser utilizado em modelos de cadeiras de rodas motorizadas da Freedom.
Com um software próprio, o "motorista" programa velocidade média e máxima, sensibilidade do manete e potência, de acordo com o tipo de uso e de terreno que vai enfrentar. Verifica também o tempo de stand by e a roda livre. E pode salvar vários perfis para não ficar programando toda hora, quando for sair carrega o perfil desejado. Vale conferir!
Interface do sistema |
P
"Sorteio" de uma cadeira de rodas Freedom Plus
Cadeira manual Freedom Plus |
A primeira novidade que trago da Reatech 2013 é também uma ação social. O Blog do Cadeirante, em parceria com a Cecília Acessibilidade, vem trazer aos seus leitores um "sorteio" diferente. Vamos doar uma cadeira de rodas manual dobrável Freedom Plus para quem mais estiver precisando. Como decidir isso? Mandem para o e-mail do blog (blog.cadeirante@gmail.com) sua história contando porque você merece ganhar esta cadeira de rodas, e se possível mande fotos da sua atual cadeira de rodas até a próxima quarta feira, dia 24/04/2913. Se você conhece alguém que precisa mais da cadeira do que você, envie a história que iremos considerar. Mande também as medidas da cadeira, para que enviemos de acordo com suas necessidades.
Stand da Cecília Acessibilidade |
Não deixe de participar, essa promoção vem para ajudar quem mais tem necessidade. E não deixe também de visitar a Cecília Acessibilidade no stand 222, na rua 200. E a partir do próximo post, novidades fresquinhas da Reatech!
Para lamas
Originais da TiLite, não me adaptei |
Quando fiz o post de avaliação da TiLite, reclamei do protetor de roupa que veio nela, um acessório que paguei caro e não veio como imaginei. Acontece, tudo bem, mas eu estava com um problema nas mãos: não usava como protetor de roupa e ficava raspando as calças nas rodas da cadeira, e mesmo se levantasse ele para proteger a roupa, não conseguiria usar do jeito que eu gosto. Curto mesmo é protetor tipo "para lamas", justos à roda e com apoio em cima, como os da M3.
Para resolver o problema, pensei em algumas alternativas. Poderia tentar adaptar o protetor de roupa da M3, mas ia ficar estranho, um protetor vermelho em uma cadeira cinza. Iria dar muito trabalho, pois precisaria de um "nove" maior e ainda adaptar o encaixe do quadro, que na M3 é parafusado. Ou eu furaria o quadro da TiLite, ou buscaria um encaixe diferente. Complicado. Outra alternativa seria comprar um protetor de roupa da TiLite de outro modelo, mas eu pagaria caro e demoraria muito para chegar. E até chegar, minhas calças iriam acabar rasgando na lateral de tanto raspar nas rodas.
Protetor de roupa da "Jangadinha" |
Mas eis que tive uma luz! Poderia adaptar os para lamas da minha antiga cadeira dobrável, a Jangadinha (uma Ortobrás duplo X), que são de plástico, leves e resistentes. Não são os mais lindos do mundo, mas eu não me preocupo tanto com isso, priorizo a funcionalidade. Mas como adaptá-los? Eles são parafusados no quadro da cadeira, e não era uma alternativa furar minha TiLite. Mas percebi que, além do furo onde eles eram parafusados, havia outro furo mais em cima sem uso.
Abraçadeiras e o para lamas |
E aí veio a grande ideia, se eu passasse uma abraçadeira pelo quadro da TiLite, poderia parafusá-la no para lamas, e aí resolveria o problema. Parti então para a prática. Fui a uma loja de material de construção e comprei dois pares de abraçadeiras e alguns parafusos. Com elas em mãos, comecei a pensar em como fixar. Os buracos delas eram mais afastados do que os dos para lamas, então resolvi invertendo o lado de um dos buracos, já que as abraçadeiras eram moldáveis. Com um alicate resolvi facilmente.
Abraçadeira fixada no para lamas e ao fundo parafuso da cadeira que afrouxei. |
Então parafusei um lado no para lamas, dobrei e estiquei o resto da abraçadeira. Afrouxei dois parafusos do assento da TiLite e enfiei as abraçadeiras por baixo do assento. Aí foi só dobrar as abraçadeiras por trás do quadro, e então parafusar no buraco inferior do para lamas e apertar bem. Ficou ótimo! Só que os parafusos ficaram muito proeminentes, então precisei serrar os parafusos bem rentes, para não pegar nas rodas.
Resultado final, para lamas novo! |
Mas ainda tinha um problema, por mais que apertasse as abraçadeiras, elas correriam o risco de girar em falso no quadro quando eu me apoiasse nelas. Então resolvi com uma "trava": o próprio freio da cadeira. Posicionei de forma que ele pegasse na ponta do para lamas, então seguraria ele mesmo com meu peso. E deu certo! Estou muito orgulhoso da minha "acochambration" para instalar os para lamas. E no próximo post conto porque gosto tanto de protetor de roupa/para lamas. São extremamente úteis, vocês verão!
M3 X TiLite ZR
O que é melhor, cadeira top e bolso vazio ou cadeira semi top com troco? |
Mas se o cadeirante não for tão ativo assim, será que uma monobloco nacional, como a M3, não resolve? Sim, resolve. A M3 ainda é uma excelente cadeira, e os problemas que eu enfrentei com ela são facilmente resolvidos. As rodas dianteiras, que se "dissolveram", troquei por um par de Frog Legs e nunca mais tive problemas. Os encaixes dos para lamas, que quebraram com pouco tempo de uso, a própria fábrica me mandou novos feitos de alumínio, que não quebraram mais. O encosto, tive um pouco de culpa na quebra, pois eu tenho o costume de apoiar as costas quando me visto. Quebrou duas vezes e agora está durando.
Mas vamos aos números, nas medições das minhas cadeiras (tamanho 44 na M3 e 17" na TiLite):
- Peso da Tilite sem as rodas e almofada: 7,5 Kg
- Peso da M3 sem as rodas e almofada: 10 Kg
- Peso das rodas originais da TiLite com eixo, câmara e pneus: 1,6 Kg cada;
- Peso das rodas X-core 3 da M3 com eixo e pneus maciços Shox: 2,2 Kg cada;
- Almofada Roho: 1,4 Kg.
Em resumo: Ti Lite completa: 12,1 Kg X M3: 15,8 Kg. Ou seja, a primeira é 23% mais leve que a segunda. Considerando só o quadro, são dois quilos e meio a menos, um quarto do peso a menos. Isso faz diferença na hora de guardar no carro.
E a TiLite é mais bem feita. Parece um projeto mais "redondo", menos sujeito a folgas e empenos. Ela é mais estável e transmite mais segurança nas transferências. Nada exageradamente melhor, mas nota-se a maior qualidade.
Mas e o preço? Uma TiLite básica no Brasil saí por volta de R$ 10.000,00. Uma M3 básica parte dos R$ 3.415,00 (nunca entendi esses 15 reais). Portanto a M3 custa 34% do valor da TiLite.
Quem ganha o embate? Na minha opinião, a M3, pelo custo/benefício. É uma cadeira bonita, regulável, leve e prática. Não dá para comparar com uma dobrável, por exemplo. Além da praticidade, traz alta estima ao cadeirante. Ou seja, só acho que vale a pena gastar essa bolada na TiLite se você for um cadeirante muito ativo e exigente, que faz questão de leveza. Depois dela, o que vai ficar leve mesmo é o seu bolso...
Em tempo: vale a pena mesmo é ir aos EUA buscar uma TiLite. Abaixo discrimino os gastos que tive na viagem, contando os gastos da minha mulher e os ingressos em parques.
- Duas passagens aéreas ida e volta para Orlando: 25 mil milhas mais 950,00 reais cada, 1.900,00;
- Sete dias de hospedagem no hotel Radisson: 2.000,00;
- Aluguel de carro por uma semana: 1.100,00;
- Alimentação, ingressos e outros: 1.000,00
Total: R$ 6.000,00, sendo que a cadeira TiLite lá custa US$ 2.250,00 = R$ 4.837,50 (dólar a R$ 2,15).
Resumindo, pelo preço da cadeira no Brasil mais mil reais, eu e a Gi passamos o reveillon em Orlando, curtimos os parques, conhecemos vários lugares e nos divertimos bastante. Sem contar as compras que fizemos lá, roupas e eletrônicos custam metade do preço daqui. Isso sim, vale a pena!
Avaliação da TiLite ZR
Titânio na veia! |
Agora sim, a avaliação da minha cadeira nova! Afinal, foi pra isso que fui a Orlando, nos EUA. Só que rolou uma leve tensão antes da cadeira chegar... Pedi com a antecedência necessária, estava tudo certo, ela chegaria pouco antes de eu chegar ao hotel. Mandei até e-mail avisando ao pessoal de lá. Mas cheguei no sábado, e não tinha chegado ainda. Veio a segunda feira, dia 31/12, não imaginei que fosse chegar mesmo. No dia primeiro, muito menos, feriado. Mas dia 2 era pra ter chegado. No dia seguinte comecei a preocupar, afinal eu ia embora no dia 5, sábado, de manhã cedo. Comecei a despachar e-mails e mensagens para o Dado, do site Mão na Roda, que me ajudou na compra. Sexta feira, véspera de ir embora, desci para a recepção de manhã e... nada! Fui para a sala de computadores do hotel, e já estava escrevendo mais e-mails desesperados, quando de repente olhei para a portaria e lá estava a enorme caixa estrito TiLite do lado! Ufa!
A bichinha é muito bonita |
Mas vamos à avaliação da cadeira. Os principais motivos para comprar a TiLite foram facilidade para guardar no carro e mais resistência, já que minha M3 andava com uns probleminhas chatos, como quebra de alguma peças e empeno da roda dianteira. E ela superou as expectativas. Bem mais leve que a M3 (2/3 do peso dela), na hora de pegar para guardar dá para sentir uma grande diferença. E de fato ela é mais bem construída que a M3, mais firme e mais estável. Também achei ela mais ágil, por ser um pouco mais curta, apesar do centro de gravidade da roda traseira ser um pouco mais para trás. O segredo é o apoio de pés virado para dentro.
Barra para descer o encosto |
Gostei muito também da forma de dobrar o encosto, empurrando uma pequena barra em direção ao encosto. É difícil de acostumar no início, mas depois que peguei a manha achei mais fácil do que o cabo de aço da M3. É mais resistente, o da M3 vivia estourando as argolas que prendem aos encaixes. Mas a grande vantagem é que ele trava o encosto fechado, impedindo que fique abrindo quando alguém pega a cadeira por ali. Acontecia muito na M3, e era um transtorno, a pessoa tinha que colocar as rodas de novo para fechar o encosto.
Protetor de roupa, não curti |
Mas teve uma coisa que eu não gostei. O protetor de roupa. Na M3, ele é como um para lamas mesmo, se abre para cima para facilitar a transferência e dobra para dentro para guardar. E aguenta o peso da pessoa, o que é útil para vestir roupa e fazer elevação. O da TiLite é de alumínio e só dobra para dentro, o que torna difícil a transferência. A ideia é aprender a transferir com ele levantado, chegando bem na beirada da cadeira para isso. Se o protetor fosse menor, dava para fazer, mas ele é muito grande, e está difícil acostumar. Eu acabo usando a maior parte do tempo eles dobrados, e a roda fica raspando na roupa. Vou acabar trocando.
Freio original à esquerda e Scissor instalado à direita |
Agora, como disse um amigo meu, troquei a Ferrari vermelha por uma McLaren prata!
Cadeira nova
M3 se vai.... |
Esse ano resolvi trocar de cadeira. A minha M3 já fez três anos e demonstra sinais de cansaço. Essa cadeira já recebeu várias críticas de muita gente, inclusive de mim, mas ainda acho que é uma das melhores relações custo x benefício do Brasil. Não é barata, poderia ser bem mais em conta, mas pelo que oferece vale o sacrifício.
Em primeiro lugar, ela é leve. Feita de alumínio aeronáutico, pesa em torno de 12 kg, o que é razoável frente aos 16 kg das cadeiras dobráveis. Outra vantagem é a customização, ela permite diversas regulagens que podem trazer o conforto ideal de acordo com o perfil e necessidades da pessoa.
Mas tem alguns problemas críticos. A fábrica afirma que ela aguenta uma pessoa de até 110 kg, mas eu peso 90 kg e a minha já quebrou várias peças, como o suporte dos protetores de roupa (três vezes), o encosto das costas (duas vezes) e as rodas dianteiras (duas vezes, essas por má qualidade mesmo), e o que é pior, o garfo dianteiro vive empenando. Tudo bem que ele é regulável ali, mas deveria haver um sistema de trava mais eficiente. Os garfos são travados ao quadro por uma porca mestra, que não tem nenhuma trava, e quando eu dou alguma topada com um buraco ou ressalto, a rodinha empena para trás. Aí preciso de uma pessoa forte para desapertar a porca, voltar ao lugar, e apertar de novo. Isso irrita, e traz transtorno, ela fica manca e uma das rodas vibra.
... e lá vem a Tilite ZR |
Minha escolha desta vez foi por uma TiLite (www.tilite.com), modelo ZR, feita de titânio e fabricada nos Estados Unidos. O peso dela com as rodas dá menos de 8 kg, o que é um bom ganho em relação à M3. Estou indo lá buscar, comprei pela internet na Bike-on (www.bike-on.com) com ajuda do Dado, do Mão na Roda. Aproveitei e pedi alguns opcionais, como freios Scissor da Sunrise, rodas dianteiras Frog Legs, pneus Shwable Right Run e protetores de roupa de alumínio (esse, apesar de não parecer, foi o mais caro, quase 300 dólares). O pacote todo ficou por 2.792,00 dólares, quase cinco mil e novecentos reais. Só a cadeira, sem opcionais, sai por 2.250,00 dólares (aprox. R$ 4.700,00). Bem menos do que os R$ 8.000,00 reais cobrados por ela nos representantes brasileiros... Com a diferença, pago as passagens e hospedagem lá por uma semana, e ainda aproveito os parques da Flórida!
O principal motivo da mudança, entretanto, foi para evitar estragos. Eu consigo colocar a M3 no meu carro sozinho, mas como meu ombro esquerdo tem problema (já luxei), acabo forçando demais devido ao peso dela. Com a Tilite, pretendo minimizar este inconveniente, e evitar mais um problema.
Melhorias nas X-core 3
Visual novo nas rodas da cadeira! |
Desde que vi pela primeira vez, me apaixonei por estas rodas. São bonitas, resistentes e leves. Conseguicomprá-las em janeiro do ano passado, e fiquei ainda mais fã. Elas deixam a cadeira de rodas com um visual mais limpo, mais esportivo, moderno e desolado. Fazem bem ao ego e à auto estima, e minimizam um efeito que citei em um texto muito bom que fiz aqui no blog: a vergonha da cadeira de rodas.
Corte da X-core 3 |
Sou tão fã do modelo de roda que até tatuei o desenho dela nas costas. Como se não bastasse minha admiração pelo desenho das X-core 3, há pouco tempo descobri novos argumentos para falar bem delas. Conheci o Leone Fragassi, engenheiro e projetista de Handbikes, que me explicou que o processo de fabricação das rodas é super elaborado, é necessário um maquinário enorme para injetar ar no composto de poliamida, do qual elas são feitas, permitindo que sejam ocas e extremamente resistentes. Ele é tão fã da roda que disse que se eu encontrar alguma dessas quebrada, posso mandar para ele.
Mas as melhorias nas rodas que me referi no título é uma "garibada" que resolvi dar nas bichinhas: mandei plotar nelas adesivo de fibra de carbono, assim como fazem em alguns carros. Sei que elas não são feitas de fibra, mas que ficou bonito pra caramba, ficou. Fiquei muito satisfeito com o resultado, combinou com o desenho da roda e o ar de modernidade que ela passa. Completando o "tapa" nas rodas, pintei os aros de preto, pois já estavam bem arranhados.
Aproveitando o tópico, estou trocando a cadeira. A minha M3 completou três anos esse ano e já mostra alguns sinais de desgaste, apesar de não ter nenhum problema aparente. O que me fez trocar foi a dificuldade de colocar ela dentro do carro, pois mesmo sendo de alumínio ainda é muito pesada. Resolvi então comprar uma TiLite, de titânio. Aqui no Brasil, ela custa 8.000 reais. Mas como eu já estava querendo fazer uma viagem para os EUA, aproveitei uma promoção para usar milhas e comprei passagens para Orlando no reveillon. E fiz o pedido da cadeira, com ajuda do Dado, do Mão na Roda. Ficou por pouco menos que dois terços do preço... isso porque pedi alguns opcionais, se fosse sem nada era metade do preço. Depois conto mais sobre isso.
Cadeira Fashion
Bolsão Traseiro |
Na busca por acessórios para cadeiras de rodas, como o porta copos do último post, encontrei uma pessoa especializada nisso: a Flávia, de Porto Alegre, percebeu este nicho e montou uma empresa para produzir e vender acessórios para cadeiras de rodas. De muito bom gosto, ela tem produtos para várias necessidades dos cadeirantes.
De mochilas a toalhas impermeáveis, os produtos da Cadeira Fashion, marca que ela criou, são desenhados especialmente para se encaixarem perfeitamente em cadeiras de rodas, tanto do tipo dobrável quanto monobloco. Os produtos contam até com estampas diferenciadas, voltadas para o público feminino ou masculino.
Bolsão Traseiro com estampa |
O Bolsão Traseiro é uma mochila que é fixada na cadeira por tiras de nylon ajustáveis com velcro. Serve em cadeiras dobráveis ou monobloco, de vários tamanhos. Ela é ideal para carregar objetos maiores, é confeccionado em Nylon Cordura, resistente a água, as laterais podem ser expandidas através de pressões (botões) que liberam mais espaço interno. Tem bolso externo e fechamento em velcro. Ele custa R$ 56,00 na cor preta (o da primeira foto) e por mais um real você leva a com estampa.
Outra forma legal de carregar objetos do dia a dia com mais discrição, é usando a pochete interna. Esta pochete tem a mesma função da que eu uso, só que é especialmente desenhada para servir em cadeiras de rodas. Muito prática, ela é confeccionada em Nylon Cordura preto e é fixada na cadeira por tiras de nylon com velcro para regulagem de acordo com a largura do assento, tem porta-objetos com bolsos em tela externos na frente e nas laterais. O fechamento é por zíper e tem um cursor com uma adaptação para facilitar a abertura e fechamento. Custa R$ 42,00 e só tem na cor preta.
Pochete interna, super discreta e funcional |
Pochete lateral, muito chique! |
Pochete frontal, muito legal! |
Além de bolsas e pochetes, a Flávia tem também protetor de quadro, que ajuda a manter a cadeira em forma - se eu tivesse comprado um desses, a minha não estaria toda arranhada. Assim como os outros produtos, tem nas cores preta e com estampas, e custa R$ 29,00.
Toalhas impermeáveis para cadeira monobloco e dobrável |
Quem se interessar pelos produtos da Cadeira Fashion, pode pedir diretamente comigo, pelo e-mail do blog (blog.cadeirante@gmail.com). Estamos fazendo essa parceria para difundir os produtos e chegar a todo o Brasil. Todos os preços são dos produtos sem frete, para cálculo do frete é preciso informar o CEP.
Deixe logo sua cadeira bem fashion com os produtos da Flávia e saia por aí arrasando!
Vergonha da cadeira de rodas
Minha jangadinha é bem feinha |
Não são raros os casos de cadeirantes que ficam meses sem sair de casa. Tem outros que só saem para ir ao médico ou ao Hospital Sarah, pois o ambiente tem mais a ver com um cadeirante. Também não é incomum ouvir histórias de pessoas que ficaram meses, ou até anos na cama, pois não aceitaram a cadeira de rodas. Afinal, qual o problema desse povo?
Há os motivos pessoais ou até psicológicos, mas muitas vezes o motivo é a vergonha da cadeira de rodas. Não exatamente de estar em uma cadeira de rodas, mas pelo fato de uma cadeira de rodas ser um objeto feio, esquisito e sem estilo. Como muita gente pensa, a vaidade não vai embora porque a pessoa vira cadeirante. Como todo mundo, a gente continua gostando de se sentir bonito, de estar na moda e de se vestir bem.
Que tal uma corzinha? Nem tanto, né... |
Como a cadeira passa a ser um complemento constante do nosso corpo, devemos parar para pensar o quanto é importante se sentir bem com a aparência dela. E tudo começa pelo modelo. Convenhamos que as cadeiras dobráveis, tipo duplo X, são bem feinhas, mas podem ser melhoradas. A primeira coisa que pode mudar é a cor. O mais comum é o cinza claro, padrão destes modelos. Não tem porque manter ela na cor original, se você gosta de vermelho, mande pintar de vermelho. Se gosta de azul, a mesma coisa. É uma coisa simples, mas dá outro visual. Tem gente que não gosta, prefere o cinza justamente para passar despercebido, já que a cor chama a atenção. Acontece que passar despercebido em uma cadeira de rodas é impossível. Então, porque não colocar uma corzinha? Claro que não precisa pintar um arco íris na bichinha, mas escolher uma cor que combine mais com a pessoa cai bem.
As monobloco tem design mais "limpo" |
Os modelos monobloco são bem mais bonitos, independente da cor. O design mais limpo, com menos ferros à mostra, é bem mais belo do que as dobráveis. E elas geralmente são disponíveis em várias cores, metálicas ou sólidas. Mas elas costumam ser um pouco menos confortáveis, já que geralmente não tem braços, mas acho que isso é questão de adaptação. Hoje eu não sinto muita diferença. Além do design, a facilidade em desmontar ajuda muito no dia a dia.
Além da cor, o encosto rígido que geralmente vem nas monobloco permite ainda aplicar um adesivo e personalizar ainda mais a cadeira. Nas cadeiras de mulheres, que tem ainda mais vaidade, fica bem bacana, dá até um certo charme. Há vários modelos, os mais comuns são os de borboletas, acho uma gracinha. Ainda mais que a borboleta é o símbolo da transformação, o que agrega ainda mais como simbologia. A da foto abaixo é da Tuigue, do blog Muletas Cor-De-Rosa.
Com adesivo fica um charme |
Outra coisa que compõe bastante o visual de uma cadeira são as rodas. As que tem três ou cinco raios dão uma grande diferença no visual. As mais famosas são as X-core, que uso na minha cadeira, mudam completamente o visual. Ainda mais nas monobloco, no caso da minha, uma M3, acho bem bonito o desenho do eixo traseiro em alumínio, que fica aparente com essas rodas. Há também as de magnésio com três raios, também muito bonitas.
Enfim, não há porque ter vergonha da cadeira de rodas. Já que é impossível sair sem elas, que tenham a nossa cara e nos dê mais prazer em sair de casa. Porque, convenhamos, ficar dent