quinta-feira, 25 de junho de 2015

O que é zóster?

 

Entenda o Zóster

O que é zóster?

O zóster, ou herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma inflamação aguda causada pelo mesmo vírus da catapora. Após desenvolver a catapora, o que normalmente acontece na infância, o indivíduo fica com o vírus adormecido no sistema nervoso, ao longo da medula espinhal. Quando há queda na imunidade, pode ocorrer a reativação do vírus e o desenvolvimento do zóster.
O principal sintoma em adultos é a dor intensa na extensão do nervo da medula espinhal até a pele, que pode permanecer mesmo após a cura das lesões. É a chamada neuralgia pós-herpética. Na maioria das vezes, essa neuralgia se resolve nos primeiros 3 meses, mas em alguns casos pode persistir por anos.
Sabe-se que aproximadamente 1 em cada 3 pessoas terá Zóster durante a vida:
 
No Brasil, a cada ano, registram-se cerca de 10.000 hospitalizações no SUS por varicela (catapora) e zóster. A taxa de mortalidade por complicações em adultos aumenta a partir dos 50 anos de idade.
REGIÕES CORPORAIS AFETADAS PELO ZÓSTER
Até 2 semanas antes do aparecimento das bolhas na pele, podem ocorrer sintomas inespecíficos como mal-estar, dor localizada em um dos lados do corpo, ardência e perda de sensibilidade. Uma área vermelha bem delimitada, com pequenas bolhas, surge então no local da dor, principalmente na região do tórax, abdome e rosto (perto dos olhos), e permanece por 7 a 10 dias. Após, as bolhas rompem-se, fundem-se, secam e formam crostas. Esse quadro completo dura cerca de 1 mês.
A incidência e o nível de gravidade do zóster, bem como a frequência e o nível de gravidade de suas complicações, aumentam drasticamente com a idade – dois terços dos casos ocorrem em pessoas com mais de 50 anos.
A dor associada ao zóster pode perturbar o sono, o humor, o trabalho e as atividades cotidianas, impactando negativamente a qualidade de vida e levando ao distanciamento social e à depressão.
O zóster na região dos olhos costuma ter complicações frequentes, e pode afetar permanentemente a visão.
Para o tratamento do episódio agudo de zóster são utilizados, em geral, medicamentos antivirais, na tentativa de diminuir o tempo, o nível de gravidade e as complicações; analgésicos para reduzir a dor e corticosteroides para reduzir o processo inflamatório.

A dor associada ao zóster pode perturbar o sono, o humor, o trabalho e as atividades cotidianas, impactando negativamente a qualidade de vida e levando ao distanciamento social e à depressão.
O zóster na região dos olhos costuma ter complicações frequentes, e pode afetar permanentemente a visão.
Para o tratamento do episódio agudo de zóster são utilizados, em geral, medicamentos antivirais, na tentativa de diminuir o tempo, o nível de gravidade e as complicações; analgésicos para reduzir a dor e corticosteroides para reduzir o processo inflamatório.

Fonte: http://www.entendaozoster.com.br/

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Entendendo o diagnóstico de Esclerose Múltipla



A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central de natureza inflamatória e desmielinizante para a qual não há ainda qualquer marcador de diagnóstico específico. Assim, desde a sua descrição por Charcot no século XIX, o diagnóstico assenta classicamente nas características clínicas (sintomas, sinais, evolução, remissão, entre outras), desde que excluídas outras doenças neurológicas que melhor possam explicar o quadro de cada doente.

Mais tarde, com o avanço da Medicina e o aparecimento de alguns exames subsidiários, foi sentida a necessidade de estabelecer critérios que ajudassem a estabelecer o diagnóstico.

Foi em 1965 que Schumacher e colaboradores publicaram os primeiros critérios de diagnóstico, que ainda hoje continuam a ser uma referência para os neurologistas, de entre os quais se salienta: existência clínica de lesões traduzindo disfunção primária da substância branca (mielina) disseminadas no tempo (dois ou mais episódios com duração superior a 24 horas, separados por um mês) e no espaço (atingindo regiões diferentes do sistema nervoso), num doente entre 10 e 50 anos e evidência de alterações objectivas no exame neurológico verificadas por médico competente.

Poucos anos depois, já na década de 70, os avanços tecnológicos em Medicina disparam : surge a tomografia computorizada como expoente máximo na imagiologia, são efectuadas técnicas mais apuradas para detectar alterações imunológicas no líquido céfalo-raquidiano (LCR) - bandas oligoclonais restritas ao sistema nervoso, indicando síntese de anticorpos - e a neurofisiologia é enriquecida com os potenciais evocados (visuais, auditivos e somatos-sensoriais). Isto explica que em 1983, 18 anos depois do estabelecimento dos primeiros critérios, Poser e colaboradores tivessem integrado as alterações nesses exames, designadas por evidência “paraclínica”, nos novos critérios - o TAC, idealmente com dose dupla de contraste, mostrava (raramente, é certo, devido à sua pouca definição) lesões hipodensas na substância branca, caracteristicamente periventriculares, o LCR evidenciava bandas oligloconais de imunoglobulina G, e os potenciais evocados ajudavam, tal como o LCR, a demonstrar a natureza desmielinizante do processo mediante o aumento nos tempos de latência dos traçados. Resumidamente, o doente era classificado como tendo esclerose múltipla:

A) clinicamente definida, mantendo-se os critérios clínicos anteriormente em uso aos quais se adicionava a evidência paraclínica;

B) clinicamente definida com suporte laboratorial caso o LCR fosse positivo;

C) clinicamente provável sem ou;

D) com suporte laboratorial, quando as alterações clínicas e paraclínicas eram mais ténues.

Estes critérios tiveram um impacto mundial enorme, de forma que a esmagadora maioria dos trabalhos publicados sobre esclerose múltipla até à data referem “o diagnóstico foi estabelecido segundo os critérios de Poser e colaboradores” como aconteceu, por exemplo, com os ensaios clínicos com os corticoesteróides, os interferões, as imunoglobulinas e o acetato de glatiramero. Neste período, surgem também diversos estudos de referência com revisões de grandes séries clínicas sobre as formas de evolução da doença - surto/remissão, primária progressiva, secundária progressiva, benigna, aguda - e sobre a história natural da doença.

Mas a Ressonância Magnética cedo substituiu o TAC no estudo da esclerose múltipla (e não só), ao revelar de forma detalhada a existência de lesões desmielinizantes mesmo de dimensões muito reduzidas, não só à volta do sistema ventricular mas também no tronco cerebral, no cerebelo e na medula espinal e ao demonstrar a “actividade” das lesões com padrões característicos de captação de contraste. Aparecem então inúmeros trabalhos de correlação entre a clínica e a imagem, com definição dos achados característicos da doença por diversos investigadores como Paty, Fazekas, Fillipi e Barkhof. Nos ensaios clínicos acima mencionados, é também a RM o exame universal para apreciar a evolução das lesões. Paralelamente as exigências da prática médica tendem a ser, e bem, cada vez maiores e mais aperfeiçoadas; há novos medicamentos, há novas doenças cujo diagnóstico diferencial importa excluir, há também maior informação junto do público em geral.

Em 2000, Thompson e colaboradores publicam critérios para o diagnóstico das formas primárias progressivas, já que importa testar fármacos mais eficazes nestas situações: definitiva, provável, possível. Tudo isto levou a que investigadores de todo o mundo tivessem unido esforços, desde há cerca de 2 anos, para definir novos critérios de diagnóstico, cuja publicação por McDonald e colaboradores ocorreu em 2001, curiosamente decorrido outro período de 18 anos após o trabalho de Poser. Nos novos critérios continuam a valorizar-se as características clínicas da doença (quase que inalteradas desde Schumacher) e define-se de forma objectiva o que significam RM, LCR e potenciais evocados “positivos”. Com base nestes critérios o doente é classificado de forma simples como tendo, ou não, esclerose múltipla, havendo lugar à categoria “possível” caso persistam dúvidas, o que por si só impõe a repetição dos exames com periodicidade definida. Também são implicitamente apontadas as técnicas de boa execução da RM (aparelho com boa definição, incidências correctas, aplicação de contraste) e da pesquisa de bandas da IgG no LCR (focagem isoeléctrica). Para além disso, o que é muito importante, dá-se ênfase à possibilidade de diagnosticar a doença nas formas monosintomáticas (por exemplo doentes que tiveram episódios únicos de nevrite óptica ou de mielite), permitindo desde logo o seu tratamento precoce com drogas que modificam o curso natural da doença.

Crê-se que este estudo representa um grande passo no diagnóstico mais correcto e mais precoce de muitos doentes, permitindo uma abordagem terapêutica mais segura. Por outro lado, responsabiliza os serviços de saúde na capacidade de resposta dos exames subsidiários que devem ser realizados sempre que necessário, em tempo útil, e segundo os melhores padrões. Por sua vez, os doentes devem estar bem informados e preparados para dialogar com o médico assistente, procurando partilhar as dúvidas nos resultados dos exames: onde foi efectuada a RM? Como foi descrito o relatório? O LCR foi submetido a focagem isoeléctrica? Quem interpretou os resultados das “bandas”? Daqui por quanto tempo é necessário repetir a RM? Já fiz a bateria de exames necessária para excluir outras doenças? Por fim, têm também os doentes o dever de informar o médico sempre que surjam novos sintomas, quiçá alertando para patologia diferente ou concomitante do sistema nervoso.

Prof.ª Dr.ª Maria José Sá
27 de Abril de 2002
Fonte: ANEM

Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei Brasileira da Inclusão

O Senado aprovou na última quarta feira, dia 10, por unanimidade, a criação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, com a previsão de diversas garantias e direitos às pessoas nessa condição. O texto é uma espécie de marco legal das pessoas com deficiência, e trata de questões relacionadas a diversos aspectos da vida de pessoas com algum tipo de limitação física ou intelectual, como educação, saúde, trabalho, infraestrutura urbana, cultura e esporte. O projeto original é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), mas recebeu substitutivo da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que foi apoiado pelo próprio Paim. De volta ao Senado, o texto foi relatado pelo senador Romário (PSB-RJ), que ficou emocionado ao citar a filha Ivy, que tem Síndrome de Down, ao apresentar parecer favorável à aprovação do projeto. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.
Mas na prática, o que muda para as pessoas com deficiência se a presidente sancionar a lei?
Entre os principais pontos da lei, destaco os seguintes:
- Prevê atendimento prioritário em órgãos públicos e dá ênfase às políticas públicas para as pessoas com deficiência. Fica estabelecido, que 3% das casas fabricadas com recursos de programas habitacionais do governo deverão ser acessíveis a pessoas com deficiência, 10% das vagas em hotéis deverão ter acessibilidade garantida, 10% das outorgas de táxi para motoristas com deficiência, 10% de vagas reservadas às pessoas com deficiência nos processos seletivos de curso de ensino superior ou profissional, 2% das vagas de estacionamento e 5% dos carros de autoescolas e locadoras adaptados para deficientes.
- Empresas com mais de 50 funcionários deverão reservar pelo menos uma vaga para deficiente. Atualmente só empresas acima de 100 funcionários precisam desta reserva.
- Criação do auxílio-inclusão, a ser pago às pessoas com deficiência moderada ou grave, que entrarem no mercado de trabalho.
- Definição de pena de reclusão de um a três anos para quem discriminar pessoas com deficiências.
- Criação do cadastro de inclusão, com a finalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informações georreferenciadas que permitam a identificação e caracterização das pessoas com deficiência e as barreiras que impedem fazer valer os seus direitos.
- A reforma de todas as calçadas passa a ser obrigação do Poder Público, que deverá tornar todas as rotas acessíveis. Atualmente, essa responsabilidade é dos municípios.
- Proibição das escolas privadas de cobrarem mensalidades maiores para alunos com algum tipo de deficiência. Também foi aprovada a obrigação de o poder público incentivar e fomentar a publicação de livros acessíveis pelas editoras brasileiras.
- A nova lei também assegura que as pessoas com deficiência podem votar e ser votadas, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. O projeto prevê a possibilidade de a pessoa com deficiência ser acompanhada na cabine durante o voto e a adaptação dos locais de votação aos diversos tipos de deficiência. Também são assegurados aos portadores de deficiência a garantia de participação em programas eleitorais. No exercício de cargo público, a pessoa terá assegurado o uso de tecnologias apropriadas, quando necessário.
- O projeto também permite que pessoas com deficiência intelectual casem legalmente, além de formarem união estável.
- O projeto permite que Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) seja utilizado para a compra de órteses e próteses.
Enfim, a Lei trará muitos benefícios e novos direitos às pessoas com deficiência. Achei bastante interessante as reservas, principalmente de carros para alugar e de autoescolas e outorgas de táxi. Gostei também da reforma de calçadas pelo Poder Público. Isso pode melhorar bastante a acessibilidade nas cidades.
Resta saber se a Lei será respeitada ou se será apenas mais um argumento na briga para valer nossos direitos.
 
 

3 Etapas para ter 80% de desconto em passagem aérea














De acordo com informações retiradas do Portal da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), todas as empresas aéreas oferecem desconto de 80% na passagem aérea de acompanhantes de passageiros com deficiência.



Ou seja, o cadeirante paga 100% do valor da passagem, mas se ele precisa de um acompanhante para viajar, o acompanhante terá um desconto de até 80% de sua passagem. 

Para conseguir este desconto, não é tão complicado assim, veja como o que se deve fazer:

1ª  Etapa:




– Ligue para a empresa aérea que você deseja viajar;
– Peça para fazer reserva das passagens;
– Informe-os que você é uma pessoa com deficiência e necessita do MEDIF (Formulário de Informação médica) para preencher;
– Pergunte também, para onde você deve enviar os documentos depois que forem preenchidos.


2ª Etapa:
 
– Depois que te enviarem o MEDIF (por e-mail), você deve levar o documento para um médico preencher;
-É necessário que peça um laudo do médico também, alegando que você é uma pessoa com deficiência e necessita de um acompanhante para viajar.


3ª Etapa:
 
-Com o MEDIF preenchido e com o laudo médico em mãos, envie os documentos para a sua companhia aérea;
-E por último, compre a passagem aérea.


Antes de comprar a passagem é recomendável que você ligue para a companhia aérea e pergunte como comprar a passagem com desconto sendo que já tem os laudos preenchidos prontos.


O desconto é desconhecido por muitos, mas só é efetuado se a pessoa pede, caso o acompanhante não peça, a passagem é cobrada normalmente.



Fonte: Lado B Moda Inclusiva / Autora: Dra. Dariene Rodrigues

Seleção Brasileira de rugby em cadeira de rodas fica com o quarto lugar no Amsterdam Quad Rugby Tournament, na Holanda

 


A Seleção Brasileira de rugby em cadeira de rodas disputou, nos dias 13 e 14 de junho, o Amsterdam Quad Rugby Tournament, na Holanda. O torneio fez parte dos compromissos da equipe antes dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá, em agosto.

Na chave B da competição, o Brasil venceu dois de seus três jogos na primeira fase. No primeiro, derrotou a Rússia, por 53 a 38. Depois, sofreu o revés para a equipe belga Lions Flamengas, por 56 a 47. Na última partida da etapa de grupos, superou a equipe anfitriã do torneio, o Utrech Scorpion, por 62 a 32.

Nas semifinais, a Seleção mediu forças de igual para igual contra os dinamarqueses do Danish Dynamite. Mas os rivais europeus acabaram vencendo pelo placar de 58 x 45. Com a derrota, a equipe foi disputar a terceira colocação do torneio.

O jogo contra a Alemanha pelo terceiro lugar foi marcado por bastante equilíbrio durante os dois primeiros quartos. Porém, ao final, prevaleceu a experiência dos alemães, que fecharam a partida em 49 a 44. Na decisão do torneio, a equipe  Lions Flamengas (Bélgica) venceu a competição após duas prorrogações contra o  Danish Dynamite (Dinamarca), com a diferença de apenas um gol.

A competição disputada na Holanda reuniu oito equipes, entre elas, os clubes Lions Flamengas (Bélgica), Utrech Scorpion (Holanda), Estádio Toulousaid (França), Danish Dynamite (Dinamarca) e The Gunners ( República Tcheca), e as Seleções da Alemanha, do Brasil e da Rússia.

Mesmo ficando com a quarta colocação, a delegação brasileira foi unânime na avaliação, constatando que as equipes europeias já deixaram de ver o país como um mero coadjuvante e passaram a respeitar o time verde-amarelo. Agora, a Seleção Brasileira prepara-se para uma semana de treinamento no Rio de Janeiro, com foco na principal competição do ano, o Parapan.

Convênio – Ministério do Esporte

A participação da Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas no Amsterdam Quad Rugby Tournament é custeada por um convênio entre o Ministério do Esporte e o Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte: CPB

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Como identificar um surto na Esclerose Múltipla

Como identificar um surto na Esclerose Múltipla


Mirella Fazitto
sobre o autor
Mirella Fazitto
Neurologista do Hospital Sírio Libanês, Hospital Brigadeiro e Hospital Albert Einstein. Diretora científica do CRER - Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Sírio Libanês.
+ informações sobre autor
A Esclerose Múltipla é uma síndrome clínica de natureza inflamatória e desmielinizante que, em sua maioria, se manifesta sob a forma de surtos caracterizados por sintomas e/ou sinais neurológicos variáveis.
As principais alterações observadas são a perda de força de um ou mais membros, dormências e/ou formigamentos nos pés, mãos (distúrbios de sensibilidade) e alterações no cerebelo como vertigem (tontura) que pode estar associada a náusea, vômitos, tremores, alterações na fala, dificuldade para caminhar e desequilíbrio. Uma grande parte dos pacientes pode apresentar quadro de neurite óptica que se caracteriza por redução na visão e dor ocular, com piora à movimentação dos olhos. Mais raramente observam-se alterações de nervos cranianos como paralisia do movimento ocular (dificuldade para movimentar o olho) ou neuralgia do trigêmeo (dor forte, tipo choque no rosto).
Cada surto é diagnosticado a partir do surgimento de um novo sintoma neurológico ou a piora significativa de um sintoma prévio, tendo duração mínima de 24 horas. É importante ressaltar que deve existir um intervalo mínimo de 30 dias entre um surto novo e o prévio.
O quadro clínico de cada surto é variável, sendo que muitos pacientes podem apresentar mais de um sintoma associado. A recuperação também é individual, sendo que alguns pacientes apresentam remissão completa dos sintomas e outros podem permanecer com sequelas. Alguns pacientes podem apresentar piora clínica com febre, frio, calor, fadiga, tabagismo, hiperventilação, exercício físico e estresse emocional. Geralmente a piora, nessas situações, é transitória. Além disso, há a necessidade que se descarte a presença de infecções que podem agravar o quadro e desencadear sintomas.
Na suspeita de um surto deve-se procurar auxílio médico, para que haja um diagnóstico correto e tratamento adequado. Alguns pacientes podem apresentar o chamado pseudosurto, que se caracteriza pela flutuação de sintomas neurológicos decorrentes de fatores externos como infecções, desidratação, alterações metabólicas e a fadiga. A infecção urinária é um sintoma muito frequente em pacientes com esclerose múltipla e se associa aos pseudosurtos.
O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para uma melhor recuperação do paciente pós surto. O tratamento visa reduzir o tempo do surto e a gravidade dos sintomas.
Todos os pacientes devem evitar recorrer à automedicação, devido aos riscos que ela acarreta. Um dos principais é a ocorrência de efeitos adversos, inclusive a piora dos sintomas neurológicos. Embora sejam muito úteis no tratamento do surto, devido seu efeito anti-inflamatório e imunossupressor, os corticoides (inclusive os orais) podem apresentar diversas reações adversas como: sensação de gosto metálico na boca, insônia, tremores, edema e aumento de peso, hiperglicemia transitória, alterações gastrointestinais, acne e osteoporose. Portanto, o paciente que apresentar suspeita de surto deve procurar seu médico, para que o mesmo possa diagnosticá-lo e tratá-lo de maneira adequada.
O tratamento pode ser feito com corticoide via oral ou endovenosa, havendo em alguns casos a necessidade de internação hospitalar. Embora não sejam notadas muitas diferenças entre o uso do corticoide oral e endovenoso, há consenso entre os neurologistas que durante a ocorrência de um surto mais grave e em neurite óptica a melhor resposta é observada com uso endovenoso.
Embora os corticoides sejam muito empregados na fase aguda da esclerose múltipla, não há evidência de que seu uso evite a ocorrência de novos surtos ou interfira na evolução da doença. Portanto geralmente indica-se tratamento contínuo por meio do uso dos imunomoduladores, imunossupressores e anticorpos monoclonais, com o objetivo de modificar a evolução da doença, reduzindo o número de surtos e consequentes sequelas, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Mirella Fazitto, 2014. Como identificar um surto na Esclerose Múltipla. Disponível em: <http://www.esclerosemultipla.com.br/2014/11/20/como-identificar-um-surto-na-esclerose-multipla/>. Acesso em: 11 mai. 2015.
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