quarta-feira, 25 de maio de 2016

Esclerose Múltipla, outra vez


 Também vou registrar meu sentimento de tristeza e muita dor, ao ver que ainda estamos em um País com tão pouca informação com relação a Esclerose Múltipla, pior ainda, quando o lapso de informação vem de um Jornalista de uma grande rede de comunicação; entendo,a indignação dos companheiros de esclerose múltipla,  pois,não é  fácil lutar contra a doença e também contra os preconceitos e muitas vezes somos feridos e atacados por tamanha desinformação; gente,  como pode alguém  compara uma doença que afeta 30 mil brasileiros, com a  atual situação  política do país?por DEUS! O que as pessoas que sofrem com a esclerose múltipla tem a ver com isso? a esclerose múltipla é uma doença crônica que atinge o sistema nervoso central e não tem cura, já a situação politica do país tem  cura sim, não vamos  comparar a situação política do país com uma doença por que é devassadora, será que é por que as duas são crises uma atrás da outra?. Mas, os amigos, muitos ficaram bastante ofendidos com a comparação da doença, especialmente por ajudar na desinformação. Há uma necessidade de divulgar-se essa doença para que diagnósticos sejam feitos com mais rapidez por facilitarem o tratamento com o mínimo de sequelas. Façamos algo útil, vamos pesquisar mais e divulgar o máximo que poder, assim estamos ajudando no tratamento  precoce da doença e também na informação da mesma. 

 Dada minha opinião, agora gostaria de compartilha as palavras de minha amiga companheira de esclerose múltipla, BRUNA ROCHA, a quem admiro muito e acompanho sua luta em defesa dos nossos direitos e divulgação dessa doença, tenho certeza que essa é sem duvida a resposta que todos gostaríamos de dar a esse senhor jornalista.   

"Senhor FlávioTavares, se o senhor fosse menos ignorante e tivesse a decência de entender que esclerose múltipla é uma doença crônica, do sistema nervoso central, que acomete jovens em idade produtiva e nada tem a ver com política ou comportamentos imorais, o senhor não estaria ofendendo 30 mil brasileiros que tem essa doença e lutam diariamente para ter reconhecida sua condição.
Aliás, dia 25 de maio é Dia Mundial da Esclerose Múltipla, um ótima oportunidade pro senhor tomar conhecimento sobre essa patologia. Eu a tenho desde os meus 14 anos, e luto diariamente no meu blog (Esclerose Múltipla e Eu) e na ONG que trabalho (Amigos Múltiplos pela Esclerose), para que bobagens como a que o senhor escreveu sejam estirpadas.
Em minha tese de doutorado em educação, verso em muitas páginas sobre a ignorância das pessoas sobre as doenças, sobre o uso errado que se faz do nome de doenças para designar problemas morais da sociedade. Diz-se que a política é o câncer da sociedade, que a corrupção avança como um vírus e agora o senhor usa o nome da doença que eu carrego para falar do momento político do país.
Para o seu conhecimento, a Esclerose Múltipla não afeta a capacidade mental e intelectual de quem a tem. Ela pode nos tirar os movimentos do corpo, a visão, o equilíbrio, a destreza dos movimentos, mas também pode nos dar uma compreensão de que com a doença do outro não se brinca. Nem se usa o nome de uma doença de forma leviana e desrespeitosa como o senhor fez hoje.
De múltiplo no seu texto, apenas a sua ignorância e desrespeito. Espero que nenhum dos seus tenha uma doença como essa. Não é fácil conviver com ela. Não é fácil levar uma vida com ela. E se torna ainda mais difícil quando uma pessoa, que tem o privilégio de escrever em uma página de jornal, escreve de forma completamente errada sobre ela.
Lendo seu texto, me pergunto: o que está pior no Brasil, a política ou o jornalismo, que não se presta nem a ir atrás das palavras que escreve antes de publicar?
Se o senhor não sabe, as palavras tem poder. Tem o poder de informar e o de ofender. De exaltar e de machucar.
Faça um favor a todos nós, releia seus textos antes de publicar e vá atrás de informação de qualidade. A esclerose múltipla não tem cura, mas a ignorância sim!

 
 Texto da ZH: http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noticia/2016/05/a-esclerose-multipla-5806355.html

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