Conviver com Esclerose Múltipla é conviver com muitos sonhos.
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Olá Eiene, tudo bem?
Eu sou a Juliana, convivo com EM há 8 anos e hoje, trabalho na gestão de qualidade dos processos da AME.
Quando tive meu diagnóstico em março-2012, eu estava noiva e faltava exatamente 1 ano pra eu casar. A primeira pergunta que eu fiz para o médico foi: Doutor, eu posso engravidar? No mesmo momento ele me tranquilizou e disse que a Esclerose não influnciaria na minha fertilidade. Ufa! Que alívio eu senti.
Passados 3,5 anos do meu casamento, eu e meu marido decidimos que era hora de tentarmos ter nosso bebê, então eu fui ao neurologista para iniciarmos o processo. Parei de tomar o interferon e ele me pediu para esperar 1 mês e após esse prazo poderíamos começar a tentar.
Depois de 4 meses tentando sem sucesso, eu decidi que iria em um médico especialista em fertilidade, porque me agustiava o fato de ficar sem tomar remédio para EM… Eu não achava que tinha algum problema, porque nem eu nem meu marido tínhamos históricos na família, mas como eu tinha consulta novamente no neuro em dois meses, pensei, se tiver que fazer algum tratamento eu já converso com meu médico.
O médico de fertilidade só aceitou me examinar pelo histórico da esclerose porque ele disse que estavamos tentando engravidar fazia muito pouco tempo, mas que por isso, ele me pediria todos os exames e faríamos um check up na minha fertidade
Fiz todos os exames, levei ao médico e então descobri que receber o diagnóstico da EM não foi nada comparado às palavras do médico em comprovar que eu tinha problemas de fertilidade. Passado o susto inicial, eu me consultei com o neuro na data que eu já tinha programado e conversei sobre a possibilidade de fazer uma FIV (método de fertilização indicado pelo médico), porque eu já sabia que os hormônios que eu teria que tomar poderiam causar um surto.
Mesmo com a probabilidade de 10% de isso acontecer, eu decidi seguir adiante e fazer a FIV com todos os riscos. Reuni toda a esperança e forças que tinha e começamos o tratamento. Cada injeção de hormônio eu pensava: um dia a menos e graças a Deus estou bem.
Ao final do tratamento recebemos a notícia de que não tinha dado certo. Fiquei devastada, porque dentro de mim eu pensava que eu tinha mais uma adversidade pra lutar e não sabia de onde eu tiraria forças. Foi muito doloroso, porém juntamente com meu marido, decidimos que tentaríamos mais uma vez.
Então, novamente, falei com meu neurologista sobre o que estava acontecendo e acordamos que a nova tentativa era válida. Pensei: na segunda vez vai dar certo e vou realizar meu sonho. Mas as coisas não sairam como planejado e mais uma vez eu perdi completamente o chão.
Fazer tratamento pra fertilidade é um processo muito dolorido, pois lida diretamente com um sonho. E quando ele não da certo a frustação é tão grande que ouso compará-lo a um luto, porque a sensação de perda é algo imensurável. Eu sentia que tinha perdido algo que nem cheguei a ter.
Hoje, eu não quero voltar a fazer tratamento. Junto com meu neuro decidimos que vou continuar sem tomar remédio e tentar engravidar naturalmente. Paralelo a isso, eu e meu marido estamos pensando em adoção. Esse já era um assunto que permeava a nossa vida, porque sempre dissemos que teríamos um filho biológico e um filho adotado.
Talvez Deus queira que invertamos a ordem dos nossos planos… Como nosso desejo era adotar uma criaça maior, então eu pensava em engravidar primeiro para aprender a ser mãe. Mas eu aprendi algo durante esse processo: eu estou preparada para ser mãe e o meu filho nascerá da minha barriga e do meu coração ou do meu coração apenas… Não importa, porque eu sei que de uma forma ou de outra ele esta sendo preparado pra mim.
Quero aproveitar para te indicar um conteúdo sobre maternidade e EM! Espero que você curta!
Confira aqui: Maternidade e EM!
Ah! E amanhã, vamos ter um Bate Papo super especial no Facebook da AME sobre o Universo Feminino e a EM, à partir das 11hs! Não perca :)
Beijos,
Jú.
Enviado por Amigos Múltiplos pela Esclerose - AME
Av. Emilio Ribas, 1056 - Sala 508 - Guarulhos - SP | Contato: (011) 3181.8266
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Eu sou a Juliana, convivo com EM há 8 anos e hoje, trabalho na gestão de qualidade dos processos da AME.
Quando tive meu diagnóstico em março-2012, eu estava noiva e faltava exatamente 1 ano pra eu casar. A primeira pergunta que eu fiz para o médico foi: Doutor, eu posso engravidar? No mesmo momento ele me tranquilizou e disse que a Esclerose não influnciaria na minha fertilidade. Ufa! Que alívio eu senti.
Passados 3,5 anos do meu casamento, eu e meu marido decidimos que era hora de tentarmos ter nosso bebê, então eu fui ao neurologista para iniciarmos o processo. Parei de tomar o interferon e ele me pediu para esperar 1 mês e após esse prazo poderíamos começar a tentar.
Depois de 4 meses tentando sem sucesso, eu decidi que iria em um médico especialista em fertilidade, porque me agustiava o fato de ficar sem tomar remédio para EM… Eu não achava que tinha algum problema, porque nem eu nem meu marido tínhamos históricos na família, mas como eu tinha consulta novamente no neuro em dois meses, pensei, se tiver que fazer algum tratamento eu já converso com meu médico.
O médico de fertilidade só aceitou me examinar pelo histórico da esclerose porque ele disse que estavamos tentando engravidar fazia muito pouco tempo, mas que por isso, ele me pediria todos os exames e faríamos um check up na minha fertidade
Fiz todos os exames, levei ao médico e então descobri que receber o diagnóstico da EM não foi nada comparado às palavras do médico em comprovar que eu tinha problemas de fertilidade. Passado o susto inicial, eu me consultei com o neuro na data que eu já tinha programado e conversei sobre a possibilidade de fazer uma FIV (método de fertilização indicado pelo médico), porque eu já sabia que os hormônios que eu teria que tomar poderiam causar um surto.
Mesmo com a probabilidade de 10% de isso acontecer, eu decidi seguir adiante e fazer a FIV com todos os riscos. Reuni toda a esperança e forças que tinha e começamos o tratamento. Cada injeção de hormônio eu pensava: um dia a menos e graças a Deus estou bem.
Ao final do tratamento recebemos a notícia de que não tinha dado certo. Fiquei devastada, porque dentro de mim eu pensava que eu tinha mais uma adversidade pra lutar e não sabia de onde eu tiraria forças. Foi muito doloroso, porém juntamente com meu marido, decidimos que tentaríamos mais uma vez.
Então, novamente, falei com meu neurologista sobre o que estava acontecendo e acordamos que a nova tentativa era válida. Pensei: na segunda vez vai dar certo e vou realizar meu sonho. Mas as coisas não sairam como planejado e mais uma vez eu perdi completamente o chão.
Fazer tratamento pra fertilidade é um processo muito dolorido, pois lida diretamente com um sonho. E quando ele não da certo a frustação é tão grande que ouso compará-lo a um luto, porque a sensação de perda é algo imensurável. Eu sentia que tinha perdido algo que nem cheguei a ter.
Hoje, eu não quero voltar a fazer tratamento. Junto com meu neuro decidimos que vou continuar sem tomar remédio e tentar engravidar naturalmente. Paralelo a isso, eu e meu marido estamos pensando em adoção. Esse já era um assunto que permeava a nossa vida, porque sempre dissemos que teríamos um filho biológico e um filho adotado.
Talvez Deus queira que invertamos a ordem dos nossos planos… Como nosso desejo era adotar uma criaça maior, então eu pensava em engravidar primeiro para aprender a ser mãe. Mas eu aprendi algo durante esse processo: eu estou preparada para ser mãe e o meu filho nascerá da minha barriga e do meu coração ou do meu coração apenas… Não importa, porque eu sei que de uma forma ou de outra ele esta sendo preparado pra mim.
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