Citar a maldição de Noé torna Marco Feliciano racista? O poeta abolicionista Castro Alves diz que não!
VERDADE GOSPEL
A literatura negra, e poemas como Vozes D’África do Livro “Navio Negreiro” do poeta abolicionista Castro Alves (1896) provam que Marco Feliciano não é racista, apenas um afrodescendente que como outros poetas, descreveu sua história.
Um dos mais importantes estudos e pesquisas sobre – Poesia versus racismo – explica de forma critica literária e poética a polêmica da maldição da África e esclarece que foi um fato histórico (bíblico e/ou mítico conforme crença) contado de geração a geração e é reconhecido pela literatura brasileira e está presente em muitos poemas, descrito de forma muitas vezes romântica por poetas negros.
Mas “’o que seria este crítico literário’? É um guardião da história, um defensor de tradições, um curador do folclore, ou seja, um estudioso da cultura que define a identidade nacional de um povo. Mas ele também é um pensador, um formador de opinião, um crítico das ideologias, consequentemente, sua função essencial é pesquisar, produzir e inovar”.
Um crítico literário é também um leitor e intérprete das metáforas e alegorias da vida; um contemplador dos mitos, lendas, símbolos, arquétipos e investigador de seus significados; um observador atento da sociedade e um estudante da psique humana. A desonestidade oportunista intelectual é que “desgraçam” nossa nação e nossa política e deturpam nossas raízes, quando Marco Feliciano citou Maldição de Cam, filho de Noé, apenas o fez como pastor contanto a história da humanidade de forma a mostrar ao mundo como crer na vida, morte e ressurreição de Cristo pode nos livrar de qualquer maldição histórica.
Esse fato histórico bíblico e ou mítico para outros faz parte da cultura negra, inclusive abolicionista como Castro Alves, autor de Vozes D’África, descreve em seu poema as raízes dessa maldição. Só não entendo e acho impossível que romancistas, professorem de letras, críticos, artistas de matizes africanas, por exemplo, não conheçam a verdade cantada em versos e prosas da cultura de negra. São verdades bíblicas, ou alegoria para alguns, mas que fazem parte sim, da história do continente africano.
Com essa verdade histórica, não posso deixar de crer – trazendo para o do caso Marco Feliciano – que trata-se de um caso típico de desonestidade intelectual e perversão da verdade, uma mentira social implantada como mentira útil, que já foi desmascarada pelos próprios poetas e ativistas honestos negro e abolicionista do século retrasado e passado.
A polêmica em torno do deputado federal Marco Feliciano, chegou a um estado de histeria coletiva tão grave que cegou profissionais, parlamentares e até jornalistas que contaminados pela subjetividade e por um preconceito disfarçado de direitos humanos, massacram um deputado, com “formação reativa” na tentativa de desconstruir sua imagem e atribuindo-o um rótulo falacioso de racista, por causa de um breve estudo bíblico (histórico) de uma linha teológica que fala sobre a maldição do continente africano que diz em uma de suas explicações que “o filho de Noé Acam, foi amaldiçoado e como consequência todo continente africano”. Podemos encontrar essa história descrita no Livro de Genesis.
Mas o que quero mostrar neste texto são estudos sobre critica literária, poemas escritos por poetas abolicionistas e/ou de matizes africanas, que falam sobre o racismo e a poesia onde mostra claramente em seus versos, fatos históricos e citam vários poemas que foram inspirados justamente por esta “maldição”, que segundo a Bíblia, foi quebrada com o sangue de Cristo, como todas as outras tantas descritas no Antigo Testamento. Gostaria que os honestos os amantes de literatura, letras, líderes, personalidades, lessem este artigo de forma honesta e acabassem com essa mentira inventada de racismo. Ela não se sustenta, é mentirosa.
Citar a história da civilização humana em nenhum momento poderia ser motivo para atribuir a uma pessoa o rótulo de racista para disfarçar outros interesses sórdidos… É lamentável.
Um dos estudos sobre poema cita, entre outros, o de Castro Alves – Vozes D’África – e diz:
Veja o artigo completo, “Estudo científico Poesia versus racismo”, que fala claramente da maldição da África, neste link.
A construção do vilão racista
Marco Feliciano, ingenuamente, coloca um estudo real, bíblico, em seu Twitter pessoal, é intencionalmente mal interpretado pela “patrulha ativista”, políticos e assessores, pagos para investigar todas as “falas” de qualquer um que se oponha às suas causas. Então, ele vira literalmente o “fato” que precisavam para fortalecer suas sandices. Logo, tendo o “Fato” é só manipular as falas, atribuí-las um juízo de valor, um preconceito, uma motivação, e pronto eis ai um vilão. E me pergunto como se pode por um tweet avaliar a motivação de um ser humano? E pior: tem pastor dando entrevista afirmando que a motivação do Feliciano foi racista. Oportunismo? 15 minutos de fama, estes ditos pastores, negam a história bíblica com medo do politicamente correto, porém a literatura não nega sua história, por saber que ela faz parte da luta principalmente contra o racismo e preconceito e resignificação da raça negra.
Como amiga do pastor Feliciano, como profissional de psicologia conhecedora do comportamento humano, e das motivações humanas, fico perplexa com receio dessa histeria que formou em torno do caso Feliciano, e me questiono como as pessoas podem atribuir um juízo de valor motivacional a um simples comentário de 140 caracteres. No mínimo é uma escandalosa demonstração de preconceito por um homem que tem sim, personalidade forte e fala o que pensa mesmo quando esse pensamento não agrada a todos, ou seja, um homem que desafia a sociedade relativista e pode sim, gerar muitas interpretações oportunistas. Porém o que nos conforta é que a lei não é subjetiva, e sim trabalha com fatos reais, não inventados.
Minha preocupação é que esta história de racismo está indo longe demais, e é uma mentira, construída, inventada por opositores dispostos a destruir a imagem de qualquer pessoa que ameace seus objetivos, mesmo que isso signifique matar moralmente um ser humano e toda sua família, e pior incentivar o ódio, como vem acontecendo com as manifestações contra Marco Feliciano que nada tem de pacíficas.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, com certeza esse pastor é um entrave para os objetivos dos “embusteiros”, e a meu ver a questão passa pela via financeira também; o acusam de racista, induzindo ao erro para tentar desviar a atenção para emendas milionárias que podem conseguir aprovar através da Comissão de Direitos Humanos.
Em 2011, campanhas de apoio à prevenção e ao combate à homofobia tiveram R$ 302,8 milhões, aprovados pelo PT, na Comissão de Direitos Humanos. Fato este que me deixou preocupada, não pela verba destinada a campanhas contra o preconceito, mas porque no mesmo ano, questões como violência contra idosos e violência sexual contra crianças foram deixadas de lado, questão essas que como cidadã, militante há anos, contra a exploração sexual infantil, abuso e pedofilia, me senti indignada, pois se houvesse equilíbrio nesta comissão poderiam ao menos ter dividido essa verba.
Como cidadã já estou pedindo em ofício esclarecimentos à presidência da Comissão de Direitos Humanos. Minha questão é: como podem negligenciar a violência sexual contra crianças tendo a ciência da gravidade da violência infantil? A cada 8 minutos, uma criança é abusada e ou morta neste país.
Voltando ao caso do deputado Marco Feliciano, contesto como psicóloga e como pesquisadora e teóloga, e afirmo as referências que marco Feliciano citou são sim verdadeiras biblicamente falando, e foram apenas citações de estudos sem motivação racista. Em nenhum momento suas palavras mostraram preconceito, são apenas estudos conhecidos há dois mil anos e divulgados por pesquisadores em algumas linhas teológicas. O estudo citado por Feliciano é cantados em versos e prosas desde o século passado e por poetas negros em todo mundo e no Brasil.
Quero ainda citar mais uma vez o poeta abolicionista Castro Alves, que foi um jovem entusiasmado pelas grandes causas da liberdade e da justiça. A campanha contra a escravatura lhe inspirou Vozes d’África (1868) e O Navio Negreiro (1869). Nele descreve com amor, paixão e fé a luta de um negro por liberdade e a dor da escravidão, clama a Deus, e fala claramente sobre a maldição bíblica sobre a África. Seria Castro Alves um racista, porque citava fatos bíblicos em seus poemas? Suas motivações eram conhecidas abolicionistas, mas era um branco que lutava pelos negros. Marco Feliciano é um pastor de matizes também africana, mãe negra, padrasto negro, que apenas citou o mesmo estudo e está sendo covardemente atacado não por ser racista, mas por colocar suas opiniões claramente contrárias ao casamento gay.
O fato de o deputado Feliciano ter suas posições não atrapalha em nada sua função de presidente da Comissão de Direitos Humanos. É tudo um jogo sórdido político, movido por uma ditadura que está sendo aos poucos desmascarada, pois estamos em um estado democrático de direito.
Porém creio que, a comissão será enfim usada para todos em igualdade, causas como pedofilia, abuso sexual, perseguição religiosa, doenças mentais, contaminação por chumbo, torcedores corintianos, brasileiros presos em outros países, deficiência física, índios etc. encontrarão juntamente com as causas já defendidas pela comissão, a sua voz.
Segue outro estudo sobre o Livro O navio negreiro a autora Bárbara Del Rio Araújo. Ela descreve e analisa cada parte e conteúdo do poema, e também cita uma maldição sobre o continente africano, mas sobre outra ótica, como veem estas histórias e ou mitos existem e fazem parte da história e cultura negra:
Acesse outro estudo que descreve outra versão bíblica para a maldição do continente africano, intitulado “Mito e história encenados no ‘navio negreiro’”, clicando neste link.
Minha motivação em mostrar a verdade do caso Feliciano é acabar com o preconceito e a incitação de ódio que está se instalando no Brasil em torno de um pastor, por causa de uma mentira cruel, que visa apenas questão pessoal de políticos ativistas, oportunistas, estão usando os negros e um pastor como bode expiatório, sem se importar com as consequências sociais. E justamente neste momento histórico tão importante onde os negros conseguiram tanto espaço, onde a igualdade está sendo fortemente consolidada, esses oportunistas agem de má fé utilizando a dor de ambos os lados.
Abaixo o poema Vozes d’África, de Castro Alves, na integra: