domingo, 21 de fevereiro de 2021

Hepatite autoimune Outros nomes: HAI




Hepatite Autoimune: o que é, principais sintomas, diagnóstico e tratamento



A hepatite autoimune é uma doença que causa inflamação crônica no fígado devido a uma alteração no sistema imune, que passa a reconhecer as suas próprias células como estranhas e as ataca, provocando diminuição do funcionamento do fígado e aparecimento de sintomas como dor abdominal, pele amarelada e fortes náuseas.

Geralmente, a hepatite autoimune surge antes dos 30 anos e é mais frequente em mulheres. Ainda não se sabe a causa exata do surgimento desta doença, que provavelmente está relacionada à alterações genéticas, mas deve-se lembrar que não é uma doença contagiosa e, por isso, não é transmissível de uma pessoa para a outra.


Além disso, a hepatite autoimune pode dividida em três subtipos:
Hepatite autoimune tipo 1: mais comum entre os 16 e os 30 anos, sendo caracterizada pela presença de anticorpos FAN e AML no exame de sangue, e pode estar associada ao surgimento de outras doenças autoimunes, como tireoidite, doença celíaca, sinovite e colite ulcerativa;
Hepatite autoimune tipo 2: surge normalmente em crianças com idade entre os 2 e os 14 anos, o anticorpo característico é o Anti-LKM1, e pode surgir em conjunto com diabetes tipo 1, vitiligo e tireoidite autoimune;


Hepatite autoimune tipo 3: parecida com a hepatite autoimune do tipo 1, com anticorpo anti-SLA/LP positivo, porém possivelmente mais grave que a tipo 1.

Apesar de não ter cura, a hepatite autoimune pode ser muito bem controlada com o tratamento, que é feito com medicamentos para controlar a imunidade, como Prednisona e Azatioprina, além de ser indicada uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e cereais, evitando-se o consumo de álcool, gorduras, excesso de conservantes e agrotóxicos. A cirurgia ou o transplante de fígado somente são indicados em casos muito graves.



Principais sintomas

Os sintomas de hepatite autoimune são normalmente inespecíficos e o quadro clínico pode variar desde um paciente assintomático até à ocorrência de falência do fígado. Assim, os principais sinais e sintomas que podem indicar hepatite autoimune são:
Cansaço excessivo;
Perda de apetite;
Dor muscular;
Dor abdominal constante;
Enjoos e vômitos;
Pele e olhos amarelados, também chamado de icterícia;
Coceira leve pelo corpo;
Dor nas articulações;
Barriga inchada.

Normalmente a doença tem início gradual, progredindo lentamente de semanas a meses até levar à fibrose do fígado e perda da função, caso a doença não seja identificada e tratada. Entretanto, em alguns casos, a doença pode agravar-se rapidamente, sendo denominada hepatite fulminante, que é extremamente grave e pode resultar em óbito. Saiba o que é e quais são os perigos da hepatite fulminante.


Além disso, em uma pequena parcela dos casos, a doença pode não provocar sintomas, sendo descoberta em exames de rotina, que evidenciam aumento das enzimas hepáticas. É importante que o diagnóstico seja feito de forma precoce para que o tratamento possa ser logo estabelecido pelo médico, podendo evitar complicações, como cirrose, ascite e encefalopatia hepática.
Hepatite autoimune na gravidez

Os sintomas de hepatite autoimune na gravidez são os mesmos que os da doença fora desse período e é importante que a mulher seja acompanhada pelo obstetra para verificar se não há riscos tanto para ela quanto para o bebê, o que é raro quando a doença ainda encontra-se em fase inicial.

Nas gestantes que possuem a doença mais desenvolvida e possuem cirrose como complicação, o acompanhamento torna-se mais importante, uma vez que há maior risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e necessidade de cesariana. Assim, é importante que o obstetra indique o melhor tratamento, que normalmente é feito com um corticoesteroide, como a Prednisona.
Como confirmar

O diagnóstico da hepatite autoimune é feito através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e resultado de exames laboratoriais que devem ser solicitados pelo médico. Um dos exames que confirma o diagnóstico da hepatite autoimune é a biópsia do fígado, em que um fragmento desse órgão é coletado e enviado para o laboratório para que seja observada alterações no tecido que indiquem hepatite autoimune.

Além disso, o médico pode solicitar a dosagem de enzimas hepáticas, como TGO, TGP e fosfatase alcalina, além da dosagem de imunoglobulinas, anticorpos e sorologia para os vírus da hepatite A, B e C.

Também é levado em consideração no momento do diagnóstico os hábitos de vida da pessoa, como consumo de álcool em excesso e uso de medicamentos que são tóxico para o fígado, sendo assim possível excluir outras causas de problemas no fígado.

Como é feito o tratamento

O tratamento para hepatite autoimune é indicado pelo hepatologista ou gastroenterologista, e é iniciado com o uso de remédios corticoesteroides, como a Prednisona, ou imunossupressores, como a Azatioprina, que reduzem a inflamação aguda do fígado mantendo-a controlada ao longo dos anos, e pode ser feito em casa. Em alguns casos, principalmente em pacientes jovens, pode ser recomendado o uso da associação de Prednisona com Azatioprina para diminuir os efeitos colaterais.

Além disso, é recomendado que os pacientes com hepatite autoimune façam uma alimentação variada e equilibrada, evitando beber álcool ou ingerir alimentos muito gordurosos, como embutidos e salgadinhos.

Nos casos mais graves, em que não é possível controlar a inflamação com o uso de remédios, pode ser utilizada cirurgia para transplante hepático, que consiste em substituir o fígado doente por outro saudável. No entanto, como a hepatite autoimune está relacionada com o sistema imunológico e não com o fígado, após o transplante é possível que a doença volte a se desenvolver.

INFORMAÇÃO DO AUTOR:Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021



Lisina


Descrição
A Lisina é um aminoácido polar básico, codificado pelos códons AAA e AAG. Altamente solúvel em água, foi descoberta em 1889 por Edmund Drechsel, que a isolou pela primeira vez a partir da caseína. Sua estrutura foi elucidada três anos depois. Em humanos, o aminoácido lisina é exclusivamente cetogênico. Wikipédia
Fórmula: C6H14N2O2
IUPAC: Lysine
Massa molar: 146,19 g/mol
Solubilidade em água: 1,5 g/cm³
Classificação: Aminoácido
Solúvel em: Água


Função

Para que serve a lisina

A lisina serve para combater infeções por vírus, pois tem propriedades antivirais e é muito eficaz para a osteoporose, pois ajuda a aumentar a absorção de cálcio. Além disso, é importante no desenvolvimento ósseo e muscular infantil, pois participa na atividade do hormônio do crescimento.


A lisina tem poder antioxidante e é um componente das proteínas. Por tanto, é necessária para a construção de massa muscular, recuperação de lesões e feridas, produção de hormonas, enzimas e anticorpos. Também participa na absorção de cálcio e estimula a libertação da hormona do crescimento


10 alimentos ricos em lisina


Os alimentos ricos em lisina são principalmente leite, soja e carne. A lisina é um aminoácido essencial que pode ser utilizada contra o herpes, porque diminui a replicação do vírus herpes simplex, reduzindo sua recorrência, severidade e o tempo de recuperação.

Como a lisina é um aminoácido que o nosso organismo não consegue produzir é importante consumir este aminoácido através da alimentação.








Tabela de alimentos ricos em Lisina

Alimentos Quantidade de lisina em 100 g Energia em 100 g
Leite desnatado 2768 mg 36 calorias
Soja 2414 mg 395 calorias
Carne de peru 2173 mg 150 calorias
Coração de peru 2173 mg 186 calorias
Carne de galinha 1810 mg 149 calorias
Ervilha 1744 mg 100 calorias
Peixe 1600 mg 83 calorias
Tremoço 1447 mg 382 calorias
Amendoim 1099 mg 577 calorias
Gema de ovo 1074 mg 352 calorias


Como a lisina é um aminoácido que o nosso organismo não consegue produzir é importante consumir este aminoácido através da alimentação.
Quantidade diária recomendada

A quantidade diária recomendada de lisina é de aproximadamente 30 mg por kg de peso, o que para um adulto de 70 kg significa uma ingestão de cerca de 2100 mg de lisina por dia.


A lisina se encontra nos alimentos, mas, dependendo da alimentação, a quantidade pode não ser suficiente e, por isso, também pode ser aconselhada a suplementação com 500 mg por dia.
Para que serve a lisina

A lisina serve para combater infeções por vírus, pois tem propriedades antivirais e é muito eficaz para a osteoporose, pois ajuda a aumentar a absorção de cálcio. Além disso, é importante no desenvolvimento ósseo e muscular infantil, pois participa na atividade do hormônio do crescimento.

A lisina é também um componente do medicamento lisinato de cetoprofeno, que é indicado para várias doenças como artroses, periartrite, artrite, artrite reumatoide, gota, reumatismo articular agudo, lombalgia/lombociatalgia, tendinite, neurite, distensão muscular, contusão, proporcionando também alívio da dor em cirurgias odontológicas, dismenorreia, cirurgia ortopédica e outras condições traumáticas e pós-operatórias



INFORMAÇÃO DO AUTOR:Tatiana Zanin
Nutricionista

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

exame de líquor

Para que serve o exame de líquor?

Utilizado desde o final do século XIX, o exame de líquor é de grande importância no diagnóstico de doenças neurológicas, como neuroinfecções, doenças inflamatórias do sistema nervoso, doenças neurovasculares, demências e neoplasias que atingem, de forma direta ou indireta, o sistema nervoso.

O procedimento de coleta para exame de líquor, com a introdução de uma agulha na região lombar (em geral entre a terceira, quarta e quinta vértebras lombares), é bastante seguro quando feito por profissionais capacitados.

Veja a seguir quais são as principais características deste fluído corporal, como a coleta do líquor é realizada e quais os diagnósticos que podem ser realizados a partir do exame de líquor.

O que é líquor?

Líquor, ou líquido cefalorraqueano (LCR), é um líquido produzido nos ventrículos laterais (cavidades localizadas no interior do cérebro). Sua principal função é fornecer uma barreira mecânica e imunológica, protegendo o sistema nervoso central (SNC).

O volume normal do líquor em um adulto é de cerca de 150 ml. Levemente alcalino, sua composição é de 99% de água, e em adultos, a sua produção é contínua e equivale a três vezes o volume total de LCR, ou seja, cerca de 450ml/24 horas.

 Qual a finalidade do exame de líquor?

A análise do exame de líquor é de fundamental importância no diagnóstico de inúmeras doenças que afetam o sistema nervoso. .

Algumas doenças aumentam a pressão intracraniana, como a hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebral), uma doença neurológica que causa cefaleia (dor de cabeça) e que pode levar à perda visual, se não tratada. 

No momento da coleta do LCR é possível medir a pressão intracraniana e fazer o diagnóstico desta doença, permitindo o rápido início do tratamento.  

Além da mensuração da pressão intracraniana, a coleta auxilia no diagnóstico rápido através análise da aparência do LCR. Em condições normais o LCR é límpido e incolor (transparente), com aspecto de “água de rocha”. Quando apresenta-se turvo é indicativo de uma infecção (meningite). Quando o aspecto é hemorrágico, indica uma um sangramento no SNC. Quanto está xantocrômico (coloração amarelada), sugere sangramento prévio ou um bloqueio no fluxo liquórico.

Após a coleta, o LCR é encaminhado para o laboratório especializado para a realização de análise de diversos parâmetros (contagem e análise das células, parâmetros bioquímicos, imunológicos e moleculares). Com essa análise são obtidas informações relevantes para o diagnóstico de diversas doenças:

  •       Infecções:

o   Meningites (causadas por vírus, bactérias, fungos, parasitas)

o   Encefalites (infecção do tecido cerebral, sendo também causada por inúmeros agentes infecciosos como, por exemplo, diferentes tipos de vírus)

o   Infecções da medula (mielites)

o   Neurotuberculose

o   Neurosífilis

o   Complicações infecciosas em pacientes com deficiência imunológica

o   Neurocisticercose (associada à teníase do porco)

o   Doenças neuroinfecciosas raras

  •       Doenças inflamatórias

o   Esclerose Múltipla (o exame de líquor é indispensável para esse diagnóstico)

o   Outras doenças desmielinizantes do SNC como a Neuromielite Óptica e a Doença associada ao MOG)

o   Vasculites (inflamação dos vasos cerebrais)

o   Encefalites autoimunes (causadas por anticorpos que afetam o funcionamento do cérebro)

o   Neuropatias autoimunes (causadas por anticorpos que atacam os nervos periféricos)

  •       Cefaleias e Doenças vasculares do SNC

o   Hemorragia meníngea (ruptura de aneurisma cerebral)

o   Pseudotumor cerebral

o   Exclusão de causas graves de cefaleias

  •       Demências (distúrbios com perda progressiva da memória)

o   Doença de Alzheimer

o   Causas mais raras de demências (Doença de Creutzfeldt-Jakob, uma doença rara que causa uma demência de rápida evolução)

o   Demências de causa infecciosa ou inflamatória

  •       Neoplasias

o   Neoplasias hematológicas que infiltram o SNC e meninges

o   Metástases de tumores sólidos que infiltram o SNC e meninges

o   Tumores do cérebro ou da medula 

Dependendo da suspeita clínica, o laboratório de LCR realiza a análise, incluindo testes especificamente direcionados para o diagnóstico de cada uma destas diferentes doenças ou grupos de enfermidades. 

Portanto, o exame de líquor não é um procedimento igual para todos os pacientes. Sendo assim, a análise eficaz do LCR requer:

  •       Coleta por profissional capacitado não apenas a obter o LCR, mas também para interpretar os parâmetros obtidos na punção,
  •       Análise adequada dos parâmetros celulares e bioquímicos do LCR,
  •       Utilização de testes imunológicos moleculares específicos e sofisticados, quando necessário e de acordo com a suspeita clínica ,  
  •       Interpretação clínica adequada de todos os parâmetros obtidos na punção e análise do LCR para a elaboração das hipóteses diagnósticas

Como funciona a coleta do líquor?

A coleta para exame de líquor é realizada por um médico que recebe um treinamento específico para a realização deste procedimento. 

O paciente é colocado em posição de decúbito lateral, com os joelhos dobrados contra o peito, de acordo com a orientação do médico. Pode ser utilizado anestésico local. 

O local é identificado pelo médico com expertise na realização da punção, e, a seguir procede-se à antissepsia da área da punção. Uma vez coletado, o LCR é armazenado em tubos próprios e enviado rapidamente para análise.

O que fazer antes e após o exame de líquor?

Não há necessidade de permanecer em jejum antes do exame de líquor. A coleta é um procedimento bastante seguro, contudo, o médico sempre deve excluir potenciais contraindicações. 

Neste sentido, frequentemente há necessidade de análise prévia de exames de imagem, como uma tomografia ou ressonância do cérebro. 

Há necessidade de avaliar o uso de medicamentos que podem interferir na coagulação, aumentando o risco de sangramento. Para tanto devem ser respeitados protocolos específicos a depender do medicamento em uso. Além disso, doenças locais da coluna podem também interferir no procedimento da punção.

Após a coleta do LCR, pode ocorrer tontura e, em alguns casos, cefaleia. O paciente deve permanecer em repouso por 24 horas após a coleta do LCR. A cefaleia pós punção do LCR pode ocorrer em cerca de 10-15% dos pacientes e caracteriza-se por uma dor de cabeça quando o paciente fica de pé. 

O uso de agulhas finas e mais modernas e o repouso após o exame reduzem o risco desta cefaleia. Outros incômodos que podem surgir após a coleta são dor na região lombar, principalmente no local da punção e dores nas pernas, principalmente em crianças.

Portanto, a coleta do LCR para exame de líquor é bastante segura se feita de forma adequada. Considerando que o organismo produz e absorve todo o volume de LCR três vezes por dia, a quantidade retirada não causará nenhum dano no cérebro e medula. 

Não há nenhum risco da agulha lesar a medula, pois, a medula não tem relação anatômica com o local da punção (a medula termina e a primeira e segunda vértebras lombares e a punção é feita em geral entre a terceira e a quarta).

Leia também: A importância da coleta especializada do Líquido Cefalorraqueano (LCR)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

 

Moléculas inflamatórias explicam confusão mental e 'cérebro de Covid'

O 'brain fog' ou 'névoa no cérebro', também apelidado de 'cérebro de Covid' provoca confusão mental, dor de cabeça, perda de memória a curto e longo prazo e, nos casos mais graves, psicose e convulsões.

Moléculas inflamatórias explicam confusão mental e 'cérebro de Covid'

Notícias ao Minuto

12/02/21 08:54 ‧ HÁ 15 HORAS POR NOTÍCIAS AO MINUTO 

LIFESTYLE COVID-19

Na edição de fevereiro da revista Cancer Cell, uma equipa de médicos do hospital Memorial Sloan Kettering (MSK), nos Estados Unidos, revela uma possível causa associada a esta manifestação da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2: a presença de moléculas inflamatórias no líquido ao redor do cérebro e da medula espinhal, ochamado líquido cefalorraquidiano.

A descoberta é extremamente relevante visto que pode desvendar potenciais tratamentos contra a complicação, como medicamentos específicos, reporta um artigo publicado na revista Galileu. 

Segundo Jessica Wilcox, investigadora chefe em neuro-oncologia do MSK e uma das principais autoras do estudo: "fomos inicialmente abordados pelos nossos colegas de medicina intensiva que observaram delírios graves em muitos pacientes hospitalizados com Covid-19".

"Aquela reunião transformou-se numa tremenda colaboração entre neurologia, cuidados intensivos, microbiologia e neurorradiologia para aprender o que estava a acontecer e ver como poderíamos ajudar os nossos pacientes", acrescenta. 

encefalopatia, explica a revista Galileu, o nome técnico do problema, é igualmente um efeito secundários em doentes em tratamento de imunoterapia com células T de receptor de anticorpo quimérico (CAR) para combater cancros do sangue.

Ao ser administrada, a terapia com as CAR T faz com que células imunológicas libertem as moléculas citocinas, que auxiliam o corpo a combater a doença, tal como sucede nos casos severos de Covid-19.

No caso de indivíduos que recebem as CAR T, são utilizados esteroides contra o efeito neurológico, o que por sua vez poderá ser uma alternativa para os pacientes infetados com o novo coronavírus

O estudo contou com a participação 18 pacientes internados no MSK com Covid-19, que estavam a sofrer de problemas neurológicos graves. Os indivíduos foram avaliados extensivamente, nomeadamente foram realizadas varreduras cerebrais através de ressonância magnética, tomografia computadorizada e monitorização de eletroencefalograma, de forma a tentar detetar a causa dos delírios. Todavia, ainda assim, nada explicava o fenómeno. Foi nesse momento que os investigadores contemplaram que a resposta poderia estar no líquido cefalorraquidiano.

"Descobrimos que esses pacientes apresentavam inflamação persistente e altos níveis de citocinas no líquido cefalorraquidiano, o que explicava os sintomas que apresentavam", conta Jan Remsik, investigador e outro dos principais autores da pesquisa.

"Costumávamos pensar que o sistema nervoso era um órgão com privilégios imunológicos, o que significa que não tinha nenhum tipo de relação com o sistema imunológico", afirma Remsik.

Concluindo: "mas quanto mais olhamos, mais encontramos conexões entre os dois"

 

Enxaqueca

O que é Dor de cabeça, cefaleia, enxaqueca, migrânea…?

Todos nós sabemos o que é dor de cabeça e precisamos saber que o termo médico sinônimo para isso é “Cefaleia”. Existem cefaleias secundárias, assim chamadas quando a dor é consequência de qualquer outras doenças, tais como sinusites, gripe, meningite e etc. Nas cefaleias primárias, que são as mais comuns, não há nenhuma outra doença causando a dor, a dor em si é o único problema em questão. São exemplos delas a “Enxaqueca” (também chamada de “Migrânea”), a cefaleia tensional e outras.

A Enxaqueca, ou Migrânea, é uma das cefaleias primárias e pode ocorrer de forma episódica (ou pouco frequente) ou crônica. Chamamos de crônica quando houver crises de dor que duram pelo menos 4 horas (ou mais), por pelo menos 15 dias ao mês (ou mais) e que persistem por pelo menos 3 meses (ou muito mais!).

Quais as características da Enxaqueca?

Crises de dor de cabeça que:
• Duram entre 4 e 72 horas
• São geralmente unilaterais, latejantes (ou pulsáteis), moderadas ou intensas
• Limitam as atividades diárias normais dos pacientes
• São acompanhadas de pelo menos 2 dos 3 seguintes sintomas:
• Náusea e/ou vômitos
• Incômodo pela luz
• Incômodo por sons
• Outros sintomas possíveis: sudorese, mãos frias, palidez, incômodos digestivos e diarreia, sensibilidade ao toque da cabeça e couro cabeludo

A Enxaqueca é muito comum. Você não está sozinho.

• A enxaqueca acomete cerca de 24 milhões de brasileiros, já que ocorre em 12% da população.
• É mais comum em mulheres (17%) do que em homens (6%).
• Aproximadamente 25% dos pacientes frequentemente perdem dias de trabalho ou compromissos
• Mais da metade dos pacientes apresentam restrições no dia a dia ou necessitam repousar deitados durantes as crises de dor.

O que você deve fazer para melhorar?

Procure um médico! O especialista em cefaleia é o neurologista. Você deve participar ativamente do seu tratamento e para isso, algumas informações são extremamente úteis. Anote algumas características da sua dor para que o neurologista possa definir precisamente o seu diagnóstico e o seu tratamento. Você pode utilizar o que se chama “Diário da Dor”, como o que se encontra no final desse encarte. Procure anotar as crises a cada dia e tudo o que se relacionar com ela por 30 dias.
Anote:
• Frequência, intensidade, localização e duração das crises de dor,
• Medicamentos utilizados e seus efeitos (positivos ou negativos),
• Possíveis fatores que desencadeiam as crises a cada dia,
• Hábitos alimentares; de sono; de atividade física,
• Relação das crises com a luminosidade, sons, odores e características climáticas,
• Dados sobre o seu ciclo menstrual.

O que vai ajudar no seu tratamento.

A sua história e os seus dados pessoais são fundamentais. O “Diário da Dor” ajuda muito! (Final desse encarte). Não existe nenhum exame laboratorial que defina o seu diagnóstico. Os exames laboratoriais podem ser utilizados para afastar outras doenças ou identificar condições coexistentes.

Você sabia que…

As dores de cabeça são o segundo principal motivo para as pessoas procurarem um médico em todo o mundo?

Um dia de crise enxaquecosa intensa se assemelha a um dia de tetraplegia, ou demência avançada, ou psicose ativa no que se refere à incapacitação para quaisquer atividades naquele dia?

A enxaqueca crônica (mais de 15 dias de dor por mês , por mais de 3 meses) é tão frequente que, mundialmente, se estima acometer 2% de toda a população?

O abuso de medicamentos analgésicos e sintomáticos é um grande problema no tratamento dos pacientes com enxaqueca crônica e precisa ser evitado?

Bases do Tratamento.

• A enxaqueca não tem cura, mas TEM CONTROLE.
• VIVER BEM E SEM DOR É CLARAMENTE POSSÍVEL e a qualidade de vida dos pacientes muito comprometidos fica bastante prejudicada. Cuide-se!
• O ABUSO DE ANALGÉSICOS E SINTOMÁTICOS É PÉSSIMO para o seu tratamento e representa um dos fatores de piora das crises, que se tornam mais frequentes e resistentes aos medicamentos.
• Condições concomitantes à enxaqueca que precisam de tratamento: OBESIDADE, DISTÚRBIOS ALIMENTARES, RONCO, CONSUMO EXCESSIVO DE CAFEÍNA, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, DORES NAS COSTAS, BRUXISMO E APERTAMENTO DOS DENTES, DISFUNÇÕES HORMONAIS, SEDENTARISMO.
• ATENÇÃO ÀS MODIFICAÇÕES NECESSÁRIAS NO SEU ESTILO DE VIDA. Evite os fatores desencadeantes de crises que identificar no seu caso.

Fatores desencadeantes de crises enxaquecosas

Jejum e alguns alimentos: O jejum prolongado deve ser sempre evitado e a identificação individual de alimentos suspeitos de gerarem crises é fundamental
Alterações do ritmo de sono: variações do horário de dormir, ou privação do sono, ou mesmo dormir “demais” (além do horário usual) devem ser evitados
Luzes Intensas podem desencadear crises em algumas pessoas. Observe seu caso e relate ao seu médico
Odores fortes, mesmo que agradáveis, podem desencadear crises em algumas pessoas. Observe seu caso e relate ao seu médico
Variações climáticas, como o Sol forte, podem desencadear crises em algumas pessoas. Observe seu caso e relate ao seu médico
Variações hormonais, ou mesmo o próprio ciclo menstrual normal podem gerar crises. Observe o seu caso e relate ao seu médico
Estresse: o usualmente mais lembrado fator desencadeante. Observe seu caso e relate ao seu médico
Lembre-se: os fatores desencadeantes são sempre de consideração INDIVIDUAL: variam a cada pessoa. Podem agir isolada ou associadamente, somando-se os fatores geradores de crise. Procure fazer um diário da dor (VEJA NO FINAL DESSE ENCARTE). Evitar OS SEUS fatores desencadeantes é sempre recomendável no tratamento preventivo de qualquer cefaleia.

Opções de tratamento na Enxaqueca (Migrânea)

Modificações do Estilo de vida:
Identifique e evite os fatores desencadeantes de crises; mantenha hábitos saudáveis de alimentação, sono e atividade física, diminua seu estresse.

Tratamentos Não-Farmacológicos e Complementares:
Relaxamento; Psicoterapia; Acupuntura; Massagem; Fisioterapia, Suplementos Nutricionais.

Medicamentos de uso agudo, sintomáticos:
Triptanos; Derivados do Ergot; Antiinflamatórios; Analgésicos.

Tratamentos Preventivos Orais:
Antiepilépticos, Betabloqueadores; Bloqueadores o canal de cálcio; Antidepressivos tricíclicos.

Tratamento Preventivo: Bloqueio Periférico:
Toxína Botulin.

Como a Toxína Botulin. pode ser usada em enxaqueca crônica?

No Brasil, já há aprovação pela ANVISA para mais esse uso da Toxína Botulin. desde 2011. Trata-se de mais uma importante arma a disposição do neurologista para o tratamento da Enxaqueca Crônica (mais de 15 dias de dor ao mês, com crises durando 4 horas ou mais, por mais de 3 meses). São realizadas aplicações em pontos específicos da cabeça e região cervical para prevenção de crises de cefaleia. Há estudos científicos muito bem conduzidos na Europa e Estados Unidos, com muitos pacientes, que comprovam seu benefício.

As aplicações podem ser realizadas em associação aos outros medicamentos preventivos disponíveis, ou isoladamente, principalmente naqueles pacientes que não tiveram sucesso ou apresentaram efeitos adversos com as outras drogas de uso oral. Além da grande eficácia, outro grande benefício da Toxína Botulin. é a baixa frequência de eventos adversos, que são muito discretos e passageiros.

As aplicações são rápidas e muito pouco dolorosas! O efeito da Toxína Botulin. na Enxaqueca Crônica não tem nada a ver com seu uso cosmético!

As principais metas do tratamento são diminuir a incapacitação e melhorar a qualidade de vida!
Os objetivos do tratamento são: reduzir os dias com cefaleia; reduzir a duração das cefaleias; reduzir a intensidade das cefaleias!


 

Neuropatias Periféricas

A neuropatia periférica é uma condição comum que resulta do comprometimento de qualquer nervo do nosso corpo por muitas doenças de diferentes naturezas. Quando apenas um nervo é comprometido damos o nome de Mononeuropatia; quando cada nervo é comprometido sucessivamente damos o nome de Mononeuropatia Múltipla; quando os nervos periféricos são acometidos em conjunto, ao mesmo tempo e muitas vezes de forma simétrica, damos o nome de Polineuropatia.

A primeira causa de qualquer tipo de neuropatia periférica no mundo inteiro é o diabetes, mas também são muito frequentes os casos secundários ao uso excessivo de álcool e muitas outras doenças, por exemplo infecciosas, carenciais, metabólicas, hereditárias, autoimunes e outras. Há inclusive medicamentos que podem causar neuropatia periférica.

 

Vídeo: Dr. Leandro fala sobre as Neuropatias: