quinta-feira, 27 de abril de 2017

VACINAÇÃO CONTRA GRIPE



Este ano, os professores fazem parte do grupo que deve ser imunizado...

Mais de 22 mil pessoas já foram vacinadas contra a influenza (gripe) na capital, desde o início da campanha em 18 de abril, o que corresponde a 3,6% do público alvo.

A meta da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) é imunizar pelo menos 90% de 673 mil indivíduos para alcançar a cobertura vacinal determinada pelo Ministério da Saúde.

Devem ser vacinadas pessoas a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas (mulheres que ganharam bebê nos últimos 45 dias), portadores de doenças crônicas e a população carcerária.

A vacina é considerada a melhor medida de prevenção da doença e pode reduzir em até 45% o número de hospitalizações por pneumonias, e até 75% a mortalidade global por complicações da influenza.

Em 2017, foram registrados 71 casos de doenças causadas por vírus respiratórios em Salvador.

Devem ser vacinadas pessoas a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas (mulheres que ganharam bebê nos últimos 45 dias), portadores de doenças crônicas e a população carcerária.

A campanha segue até o dia 26 de maio nos postos de saúde do município, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h.

Devem ser vacinados os idosos, crianças menores de 2 anos de idade, gestantes, puérperas (mulheres que ganharam bebê nos últimos 45 dias), trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada e pacientes com doenças crônicas.

Confira a lista dos portadores de doenças crônicas com indicação para vacinação:

Categoria de risco clínico

Doença respiratória crônica:

Asma em uso de corticoides inalatório ou sistêmico (Moderada ou Grave); DPOC; Bronquioectasia; Fibrose cística; Doenças intersticiais do pulmão; Displasia broncopulmonar; Hipertensão arterial pulmonar; Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade.

Doença cardíaca crônica:

Doença cardíaca congênita; Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade; Doença cardíaca isquêmica; Insuficiência cardíaca.

Doença renal crônica:

Doença renal nos estágios 3, 4 e 5; Síndrome nefrótica; Paciente em diálise.

Categoria de risco clínico: Indicações

Doença hepática crônica:

Atresia biliar; Hepatites crônicas; Cirrose.

Doença neurológica crônica:

Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica; Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo:

AVC, indivíduos com paralisia cerebral, ESCLEROSE MÚLTIPLA, e condições similares; Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular; Deficiência neurológica grave.

Diabetes: Diabetes Mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos.

Imunossupressão:

Imunodeficiência congênita ou adquirida; Imunossupressão por doenças ou medicamentos; Anemia falciforme.

Obesos:

Obesidade grau III.

Transplantados:

Órgãos sólidos; Medula óssea.

Portadores de trissomias:

Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter, Síndrome de Wakany, dentre outras trissomias.

FONTE:http://www.correio24horas.com.br/detalhe/salvador/noticia/vacinacao-contra-a-gripe-imunizou-22-mil-pessoas-em-salvador/?cHash=51a146508783e5ff9f8

26 de abril, Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hipertensão Arterial


No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hipertensão Arterial, datado em 26 de abril, segundo calendário do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a necessidade da relação médico-paciente ser bem sucedida para que a adesão ao tratamento seja efetivada e proporcione o resultado esperado pelo profissional, com foco na qualidade de vida do indivíduo.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública muito frequente no Brasil e no mundo.

Com o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (PA≥140/90mmHg), a prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade.

Recente publicação sobre a análise de prevalência da HAS no Brasil apontou para uma discreta redução nos últimos 30 anos, mas ainda apresenta uma alta taxa média de aproximadamente 30%.

A HAS é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC), por 25% das mortes por doença arterial coronariana (DAC) e, em combinação com o diabetes, por 50% dos casos de insuficiência renal terminal.

Verifica-se que a hipertensão é um problema de fácil diagnóstico e que não requer tecnologia sofisticada, podendo ser tratada e controlada com medidas não farmacológicas e medicamentos comuns ofertados adequadamente, a um baixo custo, com poucos efeitos colaterais, comprovadamente eficazes e de fácil aplicabilidade em atenção primária.

Embora se tenha demonstrado o potencial de redução da pressão arterial e seu impacto na redução de eventos cardiovasculares, através de mudanças no estilo de vida e no tratamento medicamentoso, observa-se de maneira geral números pouco promissores em relação ao reconhecimento destes hipertensos, seu tratamento e seu controle. Embora se observe um avanço nas últimas décadas, nos Estados Unidos, até os anos 2000, ainda permanecia percentual de reconhecimento da hipertensão de apenas 70%, de tratamento de 59% e de controle de 34%.

Estudos mais recentes mostram uma melhora nas proporções de reconhecimento e tratamento da hipertensão, provavelmente em razão da reorganização dos serviços.

Contudo os níveis de controle pressórico seguem baixos, constituindo ainda o maior desafio no cuidado aos hipertensos.

Para enfrentar o desafio de melhorar o cuidado de pacientes hipertensos, envolvendo seus pontos críticos, várias intervenções na atenção primária têm sido propostas e testadas. Estas intervenções podem ser dirigidas ao paciente, ao profissional ou a organização do sistema de saúde em si.

A relação médico-paciente deve ser sempre positiva e realizada da melhor forma possível para que o médico estabeleça uma relação de confiança e que se torne uma pessoa na qual o paciente se sinta acolhido e possa contar desde a primeira consulta, os problemas que possam ser reflexivos na saúde, além da evolução do tratamento e dificuldade de adesão da terapia indicada.

Para Trindade, dar voz ao paciente é um dos tópicos mais importantes durante a consulta. “Ouvir e decifrar o que há por trás de todo um problema de saúde que muitas vezes o paciente não consegue descrever é um dos princípios da Medicina de Família.

Muitos pacientes têm sintomas gerados por fatores econômicos e sociais que refletem diretamente na saúde, além de impactar na adesão e continuidade do tratamento, por isso estabelecer uma relação de confiança, conhecer a realidade daquela pessoa e estabelecer um protocolo de tratamento de acordo com o cotidiano dela é fundamental para controle de doenças como hipertensão”, explica.

Uma das ações válidas é a visita domiciliar, na qual o médico avalia os fatores de risco de cada indivíduo, além de possibilitar ao médico analisar as condições sociais, culturas e econômicas do paciente, adaptando o paciente a um tratamento que seja de maior adesão de acordo com a realidade vivida por ele.

Além da análise da interação medicamentosa de remédios para controle da hipertensão com outros prescritos por outras especialidades médicas como, por exemplo, para coração, depressão, entre outros, que pode evitar efeitos colaterais e adversos, que possam causar incomodo, desconforto e sintomas que possam levar ao abandono do tratamento proposto.

A não-adesão ao tratamento da hipertensão deve-se a vários fatores, entre eles, por ser de tempo prolongado e, pelo medicamento ser de alto custo, em alguns casos, por isso há a necessidade da análise da condição social do paciente.

Entre os motivos para o abandono do tratamento estão desconhecimento da importância da continuação do uso do medicamento, custo, medo dos efeitos da mistura com demais medicamentos e álcool. Portanto, cabe ao médico fazer uma análise sobre toda a vida do paciente para checar como a possibilidade de adesão, assim como descontinuidade do uso de medicamentos.

Os médicos de família, especialidade que atua na Estratégia da Saúde da Família, implementada pelo Ministério da Saúde em 1994, são capacitados para identificar, controlar e prevenir a hipertensão, além de evitar complicações.

A Estratégia da Saúde da Família também tem impacto positivo econômico, pois com o tratamento preventivo e detecção inicial de doenças, como a hipertensão, evita agravos que possam impactar em demandas emergências de pacientes como cirurgias cardíacas emergenciais, internações, entre outros.

Na Atenção Básica, o atendimento integral ao paciente hipertenso precisa levar em conta os diferentes aspectos da saúde dele. Considerada porta de entrada dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) com equipes formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, profissionais de saúde bucal e cirurgião-dentista.

Esse modelo de atendimento remete a integralidade com atendimento das necessidades reais de cada paciente e de uma comunidade como um todo.

FONTE:http://odocumento.com.br/noticias/variedades/relacao-medico-paciente-e-fundamental-para-adesao-ao-tratamento,21188

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Infecções Urinárias em pacientes com esclerose múltipla


Infecções Urinárias em pacientes com esclerose múltipla



Fonte: https://goo.gl/6IK5Rx

Sintomas urinários ocorrem em até 90% dos pacientes com Esclerose Múltipla em algum momento da doença. As dúvidas, causas e sintomas sempre surgem, motivo pelo qual conversamos com a neurologista Dra. Ana Claudia Piccolo, Coordenadora do Ambulatório de Esclerose Múltipla e Neuroimunologia do Hospital Santa Marcelina – SP, que nos esclareceu alguns pontos sobre o assunto. Acompanhem!

A infecção urinária é um quadro infeccioso que pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e ureteres. Esse tipo de infecção é mais comum na parte inferior do trato urinário, do qual fazem parte a bexiga e a uretra. Sobre isso compreendemos, mas ainda restou a dúvida: por que as infecções urinárias acometem pacientes com EM? Dra. Ana Claudia explicou: “sintomas de disfunção urinária, como vontade incontrolável de urinar e incontinência (não conseguir segurar) ocorrem devido a lesões localizadas nas áreas envolvidas com o controle da micção, como a região frontal, tronco cerebral e principalmente a medula espinhal”.

“O fato de não haver um esvaziamento urinário completo, pois apesar de haver hiperatividade do músculo da bexiga (detrussor), ocorre também uma hiperatividade do esfíncter da bexiga, faz com que a urina fique parada na bexiga e isso determina maior chance de proliferação bacteriana e consequentemente uma infecção urinária”, disse a doutora.

Os sintomas de infecção urinária mais comuns são: dor e dificuldade para urinar (disúria), vontade de ir ao banheiro mais vezes urinando um volume menor.

É necessário tratamento rápido e segundo a neurologista deve-se “procurar seu médico imediatamente, pois precisará confirmar a infecção urinária através de exames e iniciar o tratamento através de antibiótico", e finalizou: “a melhor forma de prevenção é fazer avaliação com urologista que verificará através de estudo urodinâmico o esvaziamento e funcionamento da bexiga”. No caso de haver esvaziamento inadequado, com um volume residual maior que 150 ml de urina, estará indicada, por exemplo, sondagem urinária intermitente e muitas vezes também será necessário uso profilático de antibiótico.


Ainah Carvalho
Jornalista 

Jornalista, 23 anos, apaixonada por futebol, pelo Corinthians e shows de pagode. "Tenho Esclerose Múltipla, mas posso ter uma vida normal."




https://youtu.be/8UPXEeP8818

Mulher: fases e esclerose múltipla



Posso usar anticoncepcional?
Posso engravidar?
Devo continuar tomando minhas medicações?
Devo fazer cesárea?
Poderei amamentar?
Posso ter agravamento da doença no período da gestação e parto?
Conseguirei cuidar do meu filho? Vê-lo crescer?
Quais os riscos de meu filho também ter a doença?

Estes são questionamentos frequentes na cabeça de uma mulher com esclerose múltipla.

Vamos conversar sobre vários aspectos deste amplo e tão importante tema.

A mulher enfrenta várias nuances em seu corpo inerentes ao gênero: variações hormonais, menstruação, gestação, parto, puerpério, menopausa. Na mulher com esclerose múltipla esses podem ser fatores de flutuação de seu quadro.


Menstruação



Fonte: Google imagens

Sintomas podem se agravar no período menstrual, confundindo, em algumas situações, com surto.

Estudo com 149 mulheres demonstra que 70% agravaram 7 dias antes do fluxo e 3 dias após, predominantemente: desequilíbrio, fraqueza, depressão e fadiga. Acredita-se que isto se deva ao aumento da temperatura corporal neste período.

Alguns medicamentos podem causar irregularidades no ciclo menstrual: Mitoxantrone, Natalizumab, antidepressivos. Os interferons podem ocasionar sangramento entre ciclos.


Contracepção


Fonte: Google imagens

A esclerose múltipla não afeta a fertilidade, por isto a contracepção deve ser realizada principalmente em uso de imunomoduladores e imunossupressores.

O melhor método é o que se adequa ao ritmo de vida da mulher e do seu parceiro. Sempre discuta com o seu ginecologista.


Menopausa


Fonte: Google imagens

Com sua queda hormonal característica não parece influenciar a esclerose múltipla, nem positiva, nem negativamente.

Algumas queixas sintomáticas podem se agravar principalmente relacionadas ao controle urinário e fadiga, porém estas são maiores na menopausa sem esclerose múltipla também.

Mais importante ainda nesta fase é cuidar da alimentação, hidratação e atividade física.

Não há contraindicações para terapia hormonal (TRH), mas a necessidade, qual tipo utilizar, quando e por quanto tempo devem ser discutidos com seu ginecologista.


Gestação



Fonte: Google imagens

Ocorre nesse momento uma mudança do sistema imune, o feto é albergue de antígenos estranhos ao organismo. Não nos esqueçamos de que 50% dele são genética paterna, estranha ao organismo materno. Em resposta a isso, a gestação induz um desvio imune com o intuito de proteger o feto e ao mesmo tempo altera a resposta autoimune, beneficiando a mulher na gestação.

O estudo PRIMS (The pregnancy in multiple sclerosis study), o primeiro grande estudo prospectivo observacional multicêntrico, realizado com 12 centros europeus que procuraram avaliar a atividade inflamatória na gravidez e no parto no curso clínico da esclerose múltpla, demonstrou declínio significativo de surtos durante a gravidez, em particular no terceiro trimestre, seguido de agravamento nos três primeiros meses pós- parto, pois nesta fase ocorre o rebote imunológico, ou seja, retorno ao padrão pré-gestação.

Foram avaliadas 227 mulheres com esclerose múltipla que apresentaram gravidez a termo e foram observadas por 1 ano pós-parto. Verificou-se redução da atividade da doença mais marcada no terceirro trimestre (70%), dramática redução das lesões ativas na gestação com ressurgimento no pós-parto.

A gravidez ideal é a planejada, costumo brincar que a três: mulher, parceiro e seu médico. Brincadeiras a parte, um planejamento adequado minimiza riscos, evita gravidez em vigência de medicamentos e seus possíveis riscos. Uma pessoa livre de surtos e sem alterações novas em ressonância, por ao menos 1 ano, chance de gestação tranquila e sem surpresas.

É uma conduta de maior segurança se realizar ressonância antes da decisão de engravidar, em especial em pessoas com história de alta atividade da doença; se exame mostrar atividade inflamatória ou pior que exame anterior é seguro postergar a concepção e repetir as ressonâncias após 6 meses.

E se eu surtar na gestação e/ou puerpério?
Pulsoterapia venosa com corticoide padrão – metilprednisona, de 3-5 dias.
Imunoglobulina venosa – reduz incidência no pós-parto
Plasmaférese – segura, alternativa para pulsoterapia, sem risco para o feto e segura na amamentação.

O pré-natal é diferente?

Não difere da população que não apresenta a doença. A gestação pode agravar sintomas intestinais e urinários. Deve-se monitorar com maior cautela risco de infecção urinária.

O aumento de peso, que gira em torno de 12 kg, muda o centro de gravidade corpóreo, isto pode acarretar maiores dores lombares, fadiga, instabilidade postural, desequilíbrio, maior dificuldade pra caminhar. O maior peso sobre a bexiga, ocasionado pelo útero aumentado, acarreta muitas vezes agravamento em quadros de incontinência urinária. Uma outra situação que deve ser monitorada com maior frequência é o risco de infecções urinárias que podem aumentar nesta fase e sem sintomatologia clínica, nesta situação se faz necessário realização de exames de urina periódicos.

O intestino, devido as mudanças hormonais apresentam uma mobilidade diminuída. Maior risco de constipação, devendo-se atentar a uma dieta rica em fibras, hidratação, atividade física moderada e com regularidade.

Há um risco maior de estase circulatória nas veias dos membros inferiores, devido compressão das veias pelo ventre aumentado, isto acarreta edema de membros inferiores, aumento de varicosidades. Uso de meias elásticas, evitar tempos prolongados em pé ou sentada, repousos intermitentes no decorrer do dia com os membros elevados e uma maior restrição de sal na dieta auxiliam, além da manutenção de atividade física regular e moderada.

Um controle rigoroso do aumento de peso e seguimento de dieta equilibrada auxiliam cuidados especiais em cadeirantes e em espasticidade.

E o parto? Anestesia?

Indicação de cesárea é obstétrica. Taxa cesárea de 10-40% em pacientes com espasticidade, fadiga e fraqueza neuromuscular perineal.

Estudo de 423 partos, sendo 321 mulheres com esclerose múltipla com controle e as demais sem a doença, não encontrou diferença no peso de nascimento da criança, da idade gestacional média, da duração do trabalho de parto e do Apgar do quinto minuto.

Uma metanálise que avaliou 22 estudos publicados de 1983 a 2009, não encontrou maior visão de baixo peso, abortos, prematuridade, malformações ou mortes neonatais. Outros estudos não observaram diferenças entre duração e via de parto, taxa de complicações quanto à diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.

Não há correlação entre via do parto, anestesia epidural e surtos pós-partos.

Em síntese: parto normal pode ser realizado e cesárea só se indica na vigência de necessidade obstétrica e casos especiais.

Posso fazer ressonância?

Não há registros de malformações fetais relacionadas com a realização de ressonância durante a gestação, mas não é recomendada, a não ser que o exame possa modificar a conduta clínica.

Posso amamentar?



Fonte: Google imagens

Sim, mas deve evitar uso de imunomoduladores durante a amamentação, pois não se sabe se há passagem para o leite materno.

A amamentação está associada com baixo risco de surtos, no entanto se ocorrer atividade da doença ou surtos deve-se reintroduzir os imunomoduladores e reve a continuidade da amamentação.


Qual o risco de meu filho desenvolver a doença?

A esclerose múltipla não é considerada uma patologia hereditária, com a visão Mendeliana de transmissibilidade, ou seja, de mãe para filho, avó para neto.

A causalidade exata da doença ainda é desconhecida. Hoje se crê em um imbricamento multifatorial, no qual susceptibilidade genética e fatores ambientais têm papéis a desempenhar no desenvolvimento da doença.

O risco do filho ter esclerose múltipla quando um dos progenitores é acometido pela patologia é de 4%, se os dois 30%. Na população geral 0,2%.

O que faço com a medicação? Devo manter? Suspender?

Assunto polêmico e de difícil resposta visto a delicadeza ética que o envolve.

Não há estudos que se realizem em gestantes com o intuito de analisar riscos na gestação. Os dados conhecidos são de acidente, ou seja, mulheres que engravidaram inadvertidamente (sem planejamento) e experimentação em animais.

O FDA classifica os riscos das drogas e gestação, em classe alfabética. abaixo tabela explicativa:


FDA – Categorias na gestação
A – Estudos controlados não demonstram risco no primeiro trimestre
B – Estudo animal de risco/ ser humano desconhecido
C – Risco animal/ usar com cautela, benefícios podem superar riscos
D – evidência de risco fetal/ situações especiais benefícios podem superar riscos
X – riscos superam benefícios



Tabela com característica dos imunomoduladores aprovados e em via de aprovação e sua correlação com fertilidade e  risco de malformações fetais e amamentação:



Medicação
Classe
Presença no leite
Amamentação
Fertilidade
Teratogenicidade
(Capacidade de produzir malformações congênitas no feto)
Interferon

C
Desconhecido
Evitar
_________
População geral
Glatirâmer

B
Sim
Evitar
Não cruza placenta
____________
Mitoxantrone
D
Sim
Evitar
Cruza placenta
Sim

Natalizumabe

C
Desconhecido
Evitar
Cruza placenta
Sim
Fingolimode
C
Sim
Evitar
Cruza placenta
Em ratos anomalias congênitas
Fumarato
C
Desconhecido
Evitar
Desconhece se cruza placenta
Não em ratos e coelhos
Alemtazumabe
D
Desconhecido
Evitar
Desconhece se cruza placenta
Em ratos alterações
farmacológicas durante e pós-parto
Ocrelizumabe

Desconhecido
Desconhecido
Desconhecido
Desconhecido
Desconhecido
Daclizumabe

C
Um pouco
Evitar
Desconhecido
Em macacos
Laquinimod
Ainda em aprovação
Sim
Evitar
Cruza placenta
Má formação em ratos, mas não em coelhos
Teriflunamida
X
Sim
Evitar
Cruza placenta
Más formações em animais

Rituximabe
C
Desconhecido
Evitar
Desconhecido
Desconhecido



Observações:
Deve-se utilizar anticoncepcional em idade fértil quando em uso dessas medicações.
Fingolimode – após parada esperar 2 meses para engravidar
Alemtazumab – utilizar anticoncepcional 4 meses após infusão


Conseguirei cuidar de meu filho? Vê-lo crescer?

Essa questão é universal para cada mãe e pai. Dúvidas sobre: Como estarei? Darei conta? E se tiver alguma limitação maior?

Quem conhece o amanhã?

Essas dúvidas são inerentes ao ser humano, à recém-mãe e ao recém-pai com ou sem esclerose múltipla, sem ou com limitações visíveis ou não.

A vida é uma caixa de surpresas, com erros e acertos, alegrias e tristezas, medos e superações.

Questões a serem respondidas:

Olhar com benevolência e resiliência para com a vida. Adaptações talvez sejam necessárias, planejamento minucioso e organização das atividades e do ambiente doméstico. Um terapeuta ocupacional pode auxiliar na escolha e adaptação de objetos, disposição deles, pequenas modificações nas rotinas, de técnicas de conservação de energia e transformar o dia a dia mais simples.


Aconselhamentos – Síntese

Gravidez não interfere negativamente na doença.
Gestação planejada. Suspender medicação previamente.
Puerpério: maior risco de surtos. Discussão: amamentação x reintrodução de medicação.
Binômio gestante x médico próximos.
Individualização: cada pessoa é única, com seus anseios, suas dúvidas. Apreensões sobre capacidade de cuidar da família a curto e longo prazo. Isso te faz humano.


Liliana Russo
Neurologista
Diretora técnica da ABCEM

Fontes

Act. Obst.ginec.port. 2013; 7(4): 293-297
Buraga,i.,popovici,r. Multiple sclerosis and pregnancy: current considerations – scientific world journal: publish online 2014 april7.
Lorenzi,a.r., ford,h.l., multiple sclerosis and pregnancy – postgrade med j 2002 78:460-464.
Confreaux, m.d, et al. – rate pregnancy related. Relapse in ms.g new engl.j.med. 998,39:285-291



Paulista, médica graduada em 1987 pela faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. Pelo interesse e grande curiosidade do desempenho da mente humana e bem como a interação do sistema nervoso central com o meio interno e externo, especializou-se em Neurologia Clínica , em 1990, pelo Hospital do Servidor Público Estadual. Buscou estudar a relação de trabalho e riscos à saúde, realizando estudo lato sensu, em 1997, pela Universidade São Francisco. Não satisfeita com a visão cartesiana e Galênica do ser humano e da medicina atual, buscou uma visão mais holística, por meio de especialização lato sensu em Homeopatia, em 1996, pelo Centro de Estudos do Hospital do Servidor Público Municipal e Medicina Tradicional Chinesa, em 2000, pelo mesmo Centro. E é com esta óptica amplificada que visualiza e aborda o ser humano hoje. Atuação Profissional: Médica Neurologista - sócia e Diretora Técnica da Holus Serviços Médicos Ltda - Médica Neurologista Assistente da Casa da Esperança de Santo André - Médica Neurologista e de Apoio nas Atividades Científicas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla - Médica Neurologista Voluntária no Ambulatório de doenças desmielinizantes, da Faculdade de Medicina da Fundação ABC. Participante em diversos congressos nacionais e internacionais e publicação de artigos científicos. Diretora técnica da ABCEM.


Postado por ABCEM ABC Esclerose Múltipla às 21:11

Linhaça e seus benefícios


Linhaça e seus benefícios



Não se sabe ao certo qual a origem do linho ou linhaça. Acredita-se que essa planta de cultivo milenar seja asiática. O linho é mencionado no Antigo Testamento e era usado pelos antigos egípcios para confecção do tecido que envolvia as múmias. Recentemente, arqueologistas encontraram em uma pequena vila próxima ao rio Tigre, na Turquia, uma ferramenta envolvida em um pano de linho. Esse artefato foi datado de aproximadamente 7.000 a.C., sendo o tecido mais antigo já descoberto pelo homem. Como alimento, alguns historiadores acreditam que as sementes de linhaça já eram utilizadas na Grécia Antiga (700 a.C.).

A semente de linhaça possui ações anti-inflamatória, cicatrizantes, laxantes e vitamínica, considerada um alimento funcional, utilizado na alimentação e na medicina natural.

Os benefícios da linhaça são atribuídos ao seu óleo rico em ácido alfa-linolênico, lignanas e fibras alimentares encontradas nas formas de grão, moída ou óleo. Pode ser utilizada em preparações como pães, biscoitos, bolos tipo muffins, biscoitos tipo cookies, bolos e sucos.

As sementes de linhaça possuem alguns efeitos biológicos que as tornam úteis na prevenção e tratamento de doenças como: doenças do fígado, diabetes tipo 2, protetores cardiovascular, aterosclerose, pressão alta, prevenção de certos tipos de câncer, antioxidante, redutora do colesterol, melhoria do trânsito intestinal e embolias.

Riscos do consumo em excesso
Fitoestrógeneos: Reduz o risco de doenças cardiovasculares como também certos cânceres relacionados com hormônios, particularmente mama e próstata.
Flavonoides: Atuam como inibidores da peroxidação lipídica, da agregação plaquetária e da permeabilidade capilar.
Fibras insolúveis: Promovem melhoras no sistema digestivo e previnem a constipação, principalmente devido ao aumento do bolo fecal e a redução do período de trânsito intestinal.
Fibra solúvel: Representa um terço da fibra dietética total da linhaça, auxilia na manutenção dos níveis de glicose no sangue e redução dos níveis de colesterol sanguíneo.
Lignanas: Ação citostática, anti-inflamatória, antioxidante e como protetor do fígado, tendo ação preventiva contra diversos tipos de câncer.
Ácido alfa-linolênico: Estimula o sistema imunológico e reduz as inflamações (também presente na soja, noz e amêndoa.
Ômega-3: Fundamental para deixar o CÉREBRO ativo, assim prevenindo quadros de falta de memória e raciocínio lento.
Ômega-6: Ajuda a reduzir o LDL, o risco de ataque cardíaco, promovendo o HDL. Auxilia também no equilíbrio do sistema imunológico, auxilia na cicatrização de feridas.
Lipídeos – ácidos graxos: Importante na prevenção de doenças cardíacas e câncer.
Proteína: Atuante nas funções imunológicas do organismo.

Como consumir a linhaça
Farinha de linhaça: Pode ser adicionada a sucos, saladas, frutas e iogurtes, e por já estar triturada garante uma melhor absorção de todos os seus nutrientes, além de conservar as fibras.
Grão: Ao consumir a linhaça em grãos, o ideal e mastigá-los muito bem para quebrar sua casca. Como ela é feita de celulose, não é digerida no intestino e acaba se tornando uma barreira para os nutrientes. Outra forma de garantir o consumo de seus nutrientes é triturá-la em casa, mas só é possível conservar esse alimento na geladeira por quatro dias, mais do que isso ela perde seus nutrientes essenciais. Também dá para comprar a linhaça moída industrialmente, que tem prazo de validade de um mês quando aberta a embalagem. Ou você pode batê-la diretamente com sucos, iogurtes e vitaminas.
Óleo de linhaça: Quando prensado a frio, ele se torna uma boa opção e pode ser utilizado em preparações prontas, como temperar saladas. Porém esse óleo não pode ser aquecido nem prensado no calor, pois as altas temperaturas anulam as propriedades da linhaça. Por isso é preciso muito cuidado ao comprar. Além disso, essa versão perde as fibras.
Suplementos: O consumo do óleo de linhaça pode ser manipulado em cápsulas. Normalmente, por conta da manipulação e de todo processo de encapsulamento, elas acabam sendo menos efetivas do que o alimento in natura, mesmo assim seu consumo desta forma deve ser receitado por um médico nutrólogo ou nutricionista com especialidade em fitoterápicos.

Contraindicações

Devido ao alto teor de fibras, a linhaça é contraindicada para crianças com menos de seis meses, pois ainda não têm um aparelho digestório que consegue digerir de forma eficiente essas substâncias. Pessoas com intestino que funciona rapidamente podem ter desconfortos.

Riscos do consumo em excesso

Devido ao alto teor de fibras, consumir além de duas colheres de sopa de linhaça pode causar inconvenientes como competição por absorção, produção excessiva de gases, chegando até mesmo a obstrução intestinal.

Além disso, mesmo que seja fonte de gorduras consideradas saudáveis, elas são calóricas e podem causar ganho excessivo de peso.

Deixo abaixo uma deliciosa receita de suco funcional de linhaça com farinha de banana verde.


Receita de suco funcional
Rendimento: 300 ml

Fonte: Google imagens


Ingredientes:
Suco de 1 laranja
1 folha de couve
100 ml de suco de uva
1 colher (sopa) de linhaça
1 colher (sopa) da farinha de banana verde

Modo de preparo: Bata os ingredientes no liquidificador e consuma este suco energético no café da manhã

Valor Nutricional (300ml):
Valor calórico 183 kcal
Proteínas 4,3 g
Carboidratos 36 g
Gorduras 4 g


Referências

CUPERSMID, Lilian et al. Linhaça: Composição química e efeitos biológicos.e-Scientia, v. 5, n. 2, p. 33-40, 2012.

Tatiane Araujo Rufino
Nutricionista


Formada em Nutrição pela faculdade Fama de Mauá.
Nutricionista Voluntária da Associação Casa Do Senhor, Mauá – SP. Nutricionista da Clínica Dr. Vida, Mauá-SP