domingo, 21 de fevereiro de 2021

 

Doenças Crônicas

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis por 63% das mortes no mundo. No Brasil, são a causa de 74% dos óbitos.

Apesar desta realidade, a maioria das doenças crônicas pode ser prevenida ou controlada, possibilitando viver com qualidade. Para isso é preciso, em primeiro lugar, conhecer a doença e, em segundo, tratá-la de forma correta, completa e contínua.

O que é?

Doenças crônicas são aquelas de progressão lenta e longa duração, que muitas vezes levamos por toda a vida. Podem ser silenciosas ou sintomáticas, comprometendo a qualidade de vida. Nos dois casos, representam risco para o paciente.

Entre as principais DCNT estão: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas (bronquite, asma, DPO, rinite), hipertensão, câncer, diabetes e doenças metabólicas (obesidade, diabetes, dislipidemia).

Causas

As doenças crônicas não estão associadas a uma causa única. Normalmente são decorrentes de múltiplos fatores relacionados, que podem ser:

            Condições de saúde:

  • Obesidade
  • Doença congênita (que se adquire com o nascimento)
  • Doença genética (produzida por alterações no DNA)
  • Comorbidades (coexistência de doenças)

              Hábitos de saúde:

Embora os fatores de risco devam ser considerados em conjunto para compreender e tratar uma doença crônica, podemos relacioná-las com hábitos de vida que influenciam seu surgimento.

  Prevenção e Controle

Mudanças nos hábitos são necessárias tanto no controle como na prevenção das doenças crônicas. Os fatores de risco evitáveis têm um papel importante no surgimento e progressão destas doenças. Um estilo de vida saudável pode melhorar a expectativa e a qualidade de vida. Comece incluindo no seu dia a dia:

  • Alimentação saudável e variada, rica em frutas, vegetais e cereais e com consumo reduzido de industrializados, açúcar e sódio.
  • Atividades físicas regulares, programada (academia, esportes) ou não programada (recreativa).
  • Consumo reduzido de bebidas alcoólicas.
  • Não fumar.
  • Reservar um tempo para realizar atividades que tragam prazer, tranquilidade e relaxamento.

Veja quais são as 10 principais e mais comuns doenças crônicas no Brasil:

 

1) Colesterol Alto

O nível de colesterol alto está diretamente ligado ao consumo excessivo de alimentos gordurosos. Esse fator é muito prejudicial à saúde, pode levar ao infarto, e ainda aumenta o risco para o surgimento de doenças cardiovasculares.

Segundo levantamento feito pelo IBGE, pelo menos 12,5% dos brasileiros, ou seja, 18,4 milhões de pessoas no país, já foram diagnosticas com colesterol Alto.

 

2) DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica)

Também chamada de enfisema ou bronquite crônica, a doença pulmonar obstrutiva crônica, é uma doença que causa dificuldades respiratórias pois provoca inflamação nos brônquios. Também pode provocar tosse e catarro.

Ela geralmente é ocasionada devido a constante inalação de fumaça ou gases que prejudicam a saúde, em função disso é muito comum entre os fumantes.

 

3) Hipertensão

Hipertensão ou simplesmente pressão alta como é popularmente chamada, é uma doença que contrai os vasos sanguíneos, forçando assim o coração a se esforçar mais em sua função.

Os sintomas aparecem apenas quando a doença já prejudicou o organismo, incluem: dor de cabeça, tontura e mal-estar. A hipertensão é capaz de desencadear vários outros problemas como doenças cardiovasculares, colesterol elevado, infarto e derrame. Ao decorrer da pesquisa 31,3 milhões de pessoas afirmaram terem sido diagnosticadas com a doença.

 

4) Osteoporose

A osteoporose, assim como a hipertensão, é uma doença silenciosa. Seus sintomas podem aparecer apenas quando a doença já estiver em um gral elevado.

Ela é responsável por causar o enfraquecimento dos ossos por meio da redução na quantidade de cálcio, o que pode causar lesões frequentes.

 

5) Mal de Parkinson

O mal de Parkinson é uma doença crônica que afeta o sistema nervoso central do corpo, causando tremores constantes. Ela é uma doença degenerativa, pode levar a pessoa a perder o controle dos músculos e o próprio equilibro de forma progressiva, caso não seja devidamente controlada com medicamentos.

 

6) Doença de Alzheimer

Outra doença crônica progressiva é o Alzheimer, ela é a uma doença genética e também é causa mais comum de demência. A doença de Alzheimer é capaz de destruir memórias e prejudicar gravemente outras funções cerebrais.

Ela interfere no comportamento da pessoa diagnosticada, privando-a de conseguir realizar atividades simples do dia-a-dia, comprometendo bruscamente sua forma de pensamento e discernimento.

 

7) Asma

A asma ocorre devido a uma inflamação que afeta as vias aéreas, prejudicando a respiração e provocando falta de ar, chiado no peito e tosse. Existem vários fatores que a desencadeiam como clima, poeira doméstica, pelos de animais, fumaça, gripes ou resfriados. No Brasil o equivalente a 6,3 milhões pessoas declararam sofrer da doença segundo o IBGE.

 

8) Diabetes

O diabetes é uma doença crônica que provém de dois tipos específicos; a diabetes tipo 1, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente, levando ao excesso de açúcar no sangue; e o tipo 2 que é relacionado ao modo como o corpo processa a entrada do açúcar no sangue.

Os dois tipos podem desencadear diversos outros problemas de saúde. Segundo a pesquisa 9,1 milhões de brasileiros disseram possuir algum tipo de diabetes.

 

9) Derrame cerebral

O derrame cerebral conhecido popularmente como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade, não só do Brasil como no mundo. Conforme o estudo constatou, 1,5% da população brasileira, número que corresponde a 2,2 milhões de pessoas, já tiveram AVC.

O derrame ocorre devido a rompimento dos vasos sanguíneos responsáveis pelo cérebro, seus sintomas são: dor de cabeça, perda de visão, fraqueza muscular e paralisia.

 

10) Câncer

O câncer é uma das doenças mais conhecidas, justamente pelo seu nível de gravidade e por ser responsável pela maioria das mortes de pessoas que são diagnosticadas. A pesquisa do IBGE revelou que 2,7 milhões de brasileiros foram diagnosticados com a doença.

É uma doença muito agressiva que advém do crescimento desordenado de células anormais, essas células se alastram rapidamente e são capazes de invadir outras partes importantes e vitais do corpo, e formarem tumores malignos que podem comprometer a vida caso não sejam descobertos em sua fase inicial e devidamente tratados.

O câncer pode surgir por relação familiar, ou seja, de forma hereditária, mas também pode ser desenvolvido pelo fumo de cigarros, ou pela exposição irregular a outros tipos de agentes cancerígenos que incluem: luz solar, raios-x, produtos químicos, entre outros.

- Instituto lado a Lado pela Vida



Herpes zoster







Herpes zoster, também conhecido por zona, é uma doença viral caracterizada por erupções cutâneas dolorosas com bolhas e que afeta uma área de pele reduzida.[2][6] Geralmente a erupção cutânea ocorre num dos lados do corpo ou da face ao longo de uma faixa. Entre dois a quatro dias antes da erupção pode verificar-se dor ou formigueiro na área, não existindo praticamente outros sintomas para além destes.[1] A erupção cutânea geralmente resolve-se sozinha ao fim de duas a quatro semanas.[2] No entanto, algumas pessoas desenvolvem dores nos nervos que podem durar de meses a anos, uma condição denominada nevralgia pós-herpética. Em pessoas com o sistema imunitário debilitado, a doença pode-se espalhar pelo corpo todo.[1] Quando a erupção afeta o olho, pode ocorrer perda de visão.[2]

O herpes zoster é causado pela reativação do vírus Varicela-Zoster (VVZ) no corpo da pessoa. A infeção inicial com o VVZ causa varicela. Depois da varicela desaparecer, o vírus pode permanecer dormente nas células nervosas.[1] Os fatores de risco para a reativação do vírus incluem idade avançada, sistema imunitário debilitado e ter tido varicela antes dos 18 meses de idade. Ainda não é totalmente conhecida a forma como o vírus permanece no corpo e é posteriormente re-activado.[1] A exposição ao vírus presente nas bolhas pode transmitir varicela às pessoas que não tiveram a doença anteriormente, mas não causa herpes zoster.[7] O diagnóstico tem por base os sinais e sintomas da pessoa.[3] O vírus varicela-zoster não é o mesmo que o vírus do herpes simples, embora ambos pertençam à mesma família de vírus.[8]

A vacina contra o herpes zoster diminui entre 50% e 90% o risco de desenvolver herpes zoster, dependendo da vacina usada.[1][9] Diminui também o risco de nevralgia pós-herpética e a gravidade dos surtos. Após os 80 anos a vacina ainda é eficaz, embora em menor grau. A vacina contém o mesmo material da vacina contra a varicela, mas em dosagem maior.[1] Caso a doença se desenvolva, os antivirais como o aciclovir podem diminuir a gravidade e duração da doença quando são administrados no prazo de 72 horas a seguir ao aparecimento da erupção cutânea.[3] As evidências não demonstram haver efeito significativo dos antivirais ou dos esteroides no risco de nevralgia pós-herpética.[10][11] Para o alívio da dor aguda podem ser administrados paracetamol, anti-inflamatórios não esteroides ou opiáceos.[3]

Estima-se que cerca de um terço das pessoas desenvolva herpes zoster em determinado momento da vida.[1] Embora a doença seja mais comum entre os idosos, também afeta as crianças.[8] O número de novos casos por ano varia entre 1,2–3,4 por cada 1000 pessoas entre adultos saudáveis e 3,9–11,8 por cada 1000 pessoas entre os maiores de 65 anos.[12] Cerca de metade das pessoas com 85 anos tiveram pelo menos um episódio da doença e menos de 5% tiveram mais de um episódio.[1][13] A doença é conhecida desde a Antiguidade.[1]


Sinais e sintomas




Ao contrário da varicela, caracterizada pelo surgimento de vesículas (bolhas) em todo o corpo, no Herpes-zóster estas lesões aparecem, em geral, somente no segmento de pele inervado pelo ramo nervoso acometido pelo vírus e em apenas um dos lados do corpo - "cobreando-se", ou seja, ziguezagueando, daí a origem do nome popular "cobreiro" para este mal.

O primeiro sintoma é a sensação de dor no local, depois ocorre a eclosão das bolhas, deixando a pele avermelhada, além de indisposição. O paciente pode sentir desde uma dor muito forte no local e até mesmo pontadas e coceira. A dor pode durar meses ou até anos em pacientes que venham a ter mais idade, mas é mais habitual durar entre 3 a 5 semanas. Geralmente este tipo de herpes ocorre em pacientes com mais de 50 anos e em pessoas mais debilitadas.

A paralisia facial tem sido observada em associação com o herpes zoster da face ou do canal auditivo externo. A síndrome de Ramsay Hunt é a combinação de lesões cutâneas do canal auditivo externo com o desenvolvimento ipsilateral da face e nervos auditivos. A síndrome causa paralisia facial, deficiência auditiva, vertigem e diversos outros sintomas auditivos e vestibulares. O envolvimento ocular não é incomum e pode ser a fonte de significativa morbidade, incluindo cegueira permanente. As manifestações são altamente variáveis e podem surgir do dano epitelial direto mediado pelo vírus, neuropatia, injúria imunomediada ou secundária à vasculopatia. Se a ponta nasal é envolvida, este constitui um sinal de que o ramo nasociliar do quinto nervo craniano foi acometido, sugerindo o potencial para a infecção ocular. Nestes casos, o encaminhamento para um oftalmologista é obrigatório.

As lesões orais ocorrem com o desenvolvimento do nervo trigêmeo e podem estar presentes na mucosa móvel ou aderida. As lesões, muitas vezes, estendem-se à linha média e estão presentes, frequentemente, em conjunto com o acometimento da pele que recobre o quadrante afetado. Como a varicela, as lesões individuais apresentam-se como vesículas branco-opacas com 1 a 4 mm, as quais se rompem para formar ulcerações rasas. O envolvimento da maxila pode estar associado com a desvitalização dos dentes da região afetada. Além disso, vários relatos documentaram necrose óssea significativa com perda de dentes nas áreas envolvidas com o herpes zoster.


Transmissão



A transmissão, como no caso da varicela e do herpes simples, dá-se pelo contato com as secreções contidas nas vesículas, quando estas eclodem. A transmissão ocorre quando a pessoa receptora está com o sistema imunológico debilitado.

Fisiopatologia

O vírus da varicela-zóster normalmente permanece dormente, apesar de debelado do organismo, no interioor de alguns gânglios do sistema nervoso (especialmente o semi-lunar, da base do crânio, ou nos próximos à medula espinal (cadeia para-vertebral)- podendo, no entanto, ocorrer noutros gânglios). O sistema imunológico mantém o vírus sob controle, mas quando estas defesas naturais encontram-se debilitadas ocorre a deflagração da doença.

A recorrência inicia-se com dor na área do epitélio inervado pelo nervo sensitivo afetado (dermátomo). Caracteristicamente, um dermátomo é acometido, porém pode ocorrer o envolvimento de dois ou mais. Esta dor prodómica, a qual pode ser acompanhada de febre, mal-estar e cefaleia, é a observada normalmente um a quatro dias antes do desenvolvimento das lesões cutâneas e orais. Durante tal período, antes do exantema, a dor pode simular uma dor de dente, otite média, cefaleia migratória, enfarte do miocárdio ou apendicite, dependendo de qual dermátomo esteja afetado.

O envolvimento cutâneo mostra um agrupamento de vesículas em uma base eritematosa. No período de três a quatro dias, as vesículas tornam-se pustulares e ulceram, com o desenvolvimento de crostas após sete a 10 dias. Não é infrequente a formação de cicatrizes. As lesões tendem a seguir a área do nervo afetado e terminam na linha média. O exantema regride, caracteristicamente, no período de duas a três semanas, em indivíduos sadios.

Algumas vezes, pode ocorrer a resistência na ausência de vesículas na pele ou mucosa. Este padrão é denominado zoster sine herpete, e os pacientes acometidos apresentam dor acentuada de início abrupto e hiperestesia sobre o dermátomo específico. Febre, cefaleia, mialgia, e linfadenopatia podem ou não acompanhar a recorrência. A dor dura de um mês após o episódio do zoster é denominada de nevralgia ou neuralgia pós-herpética e ocorre em mais de 14% dos pacientes, especialmente naqueles acima dos 60 anos de idade. A maioria das neuralgias regride após um ano, com metade apresentando regressão após dois meses. Casos raros podem durar mais de 20 anos.

Tratamento

O mesmo da varicela: antivirais, sobretudo o Aciclovir (Zovirax) ou pró-fármacos como o famciclovir (Famvir), or valacyclovir (Valtrex). Como não há uma cura conhecida para o cobreiro, o tratamento se concentra na diminuição da dor. Um analgésico pode aliviar a sensação de queimação. O aciclovir e outros antivirais semelhantes administrados oralmente provaram diminuir o progresso e a gravidade da doença em muitos casos, além de reduzir a probabilidade de neuralgia pós-herpética. Alguns médicos receitam medicamentos esteróides para diminuir a inflamação do nervo. Para serem eficazes, os esteróides devem ser tomados logo após o início do cobreiro. O tratamento à base de esteróides geralmente não é recomendado para as pessoas com doença subjacente, pois os esteróides podem interferir na resistência à infecção.

A procura de atendimento médico imediato pode diminuir a possibilidade de neuralgia pós-herpética. O contaminado não deve manter contato com crianças e adultos que ainda não tiveram catapora, pois o risco de contaminação aumenta.

Epidemiologia

Aproximadamente 1 a cada 3 pessoas terá herpes-zóster durante a vida. A partir dos 50 anos de idade, o risco e gravidade do herpes-zóster aumentam significativamente pelo declínio da imunidade relacionado à idade e a crescente população de idosos impactará o número de casos de herpes-zóster que surgirão. [14][15][16]

Segundo um estudo epidemiológico realizado no Brasil, 95% dos adultos já foram expostos ao vírus da varicela-zóster. [17] Desde abril de 2014, o Brasil passou a contar com a vacina herpes-zóster (atenuada), conhecida internacionalmente como Zostavax. Indicada para pessoas a partir dos 50 anos de idade, está é a primeira e única vacina para prevenir o herpes-zóster e a neuralgia pós-herpética, além de contribuir para a redução da dor aguda e crônica associada ao herpes-zóster. A eficácia e o perfil de segurança da vacina herpes-zóster (atenuada) foram avaliados em mais de 60 mil indivíduos. 
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ESPONDILITE ANQUILOSANTE: O QUE É?




Espondilite anquilosante é um tipo de artrite, autoimune inflamatória crônica, que afeta os tecidos conjuntivos, especialmente as articulações da coluna, causando rigidez e dor nas costas. A doença também pode afetar os quadris, joelhos, ombros e outras regiões. Casos mais graves da doença acarretam lesões nos olhos (uveíte), coração (doença cardíaca espondilítica), pulmões (fibrose pulmonar), intestinos (colite ulcerativa) e pele (psoríase). Ainda não se sabe a causa, mas a doença acomete mais os homens do que as mulheres, de 20 a 40 anos. Como não há cura e costuma acompanhar a pessoa por toda a vida, a espondilite anquilosante deve ser tratada o quanto antes e desde o início. Assim, evita-se a progressão da doença e maiores complicações, como tornar-se incapacitante. O seu diagnóstico leva em conta sinais e sintomas da doença, resultados de exames laboratoriais de sangue e achados radiográficos nas articulações da região sacroilíaca. Nesse artigo vamos explorar a história da espondilite anquilosante, seus sintomas e causas, diagnóstico e tratamentos. Além disso, vamos dar dicas para ajudar a conviver com a doença, assim como evitar certos exercícios para não agravar ou se prejudicar ainda mais
O que é?




A espondilite anquilosante é doença reumática sistêmicaA espondilite anquilosante é doença reumática sistêmica, autoimune, inflamatória e crônica que pertence a uma família de doenças chamadas Espondiloartrites Soronegativas, que também inclui a Artrite Psoriásica, Artrite Enteropática e Artrite Reativa. Espondilite significa inflamação da coluna, e Anquilosante significa a fusão, ou solda, de dois ossos em um só. A doença afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna, fazendo com que ela se torne dura e inflexível. Além disso, afeta também as grandes articulações, como: quadris, ombros e outras regiões. Por ser autoimune, sabe-se que é causada por uma deficiência no sistema imunológico, que faz com que ele ataque as próprias células e tecidos saudáveis do corpo, como se fossem invasores. Não se sabe o motivo que leva a este comportamento. No entanto, quando “ativado”, o sistema imunológico ataca a coluna e as articulações, ossificando os ligamentos da coluna, fazendo com que os ossos se fundam.​ Embora não exista cura para a doença, é muito importante diagnosticar a Espondilite Anquilosante e tratar o quanto antes. Isso vai estacionar a progressão da doença, manter a mobilidade das articulações acometidas, evitar maiores danos que podem trazer sequelas, e reduzir os riscos de outros problemas relacionados, como doenças cardíacas, entre outras.





A Espondilite Anquilosante foi descoberta há muitos anos atrás.Supostamente, a Espondilite Anquilosante foi descoberta por Galeno no segundo século (d.C.), e inicialmente classificada como uma doença diferente da artrite reumatoide. No entanto, anos depois, foram observadas algumas evidências esqueléticas da doença como ossificação das articulações, êntese, envolvendo primariamente o esqueleto axial, no esqueleto de um homem, com mais de 5000 anos, encontrado em escavações arqueológicas egípcias. O anatomista e cirurgião Realdo Colombo descreveu o que pode ter sido um caso de espondilite anquilosante em 1559. Mas a primeira descrição de alterações patológicas do esqueleto, provavelmente associada à espondilite anquilosante, foi publicada em 1691, por Bernard Connor. Em 1818, Benjamin Brodie se tornou o primeiro médico a documentar um paciente com espondilite anquilosante associada à uveíte. Em 1858, David Tucker publicou um livro, que descrevia um paciente que sofria de dor lombar e deformidades, o qual parece ter sido a primeira publicação estadunidense de um caso típico de espondilite anquilosante. Em 1893, o neurofisiologista Wladimir Bechterev, Adolph Strümpell na Alemanha em 1897 e Pierre Marie da França em 1898, foram os primeiros a fornecerem adequadas descrições clínicas, que permitiram um melhor diagnóstico de espondilite anquilosante, mesmo antes que as deformidades da coluna pudessem ser evidentes nos pacientes. Por esta razão, a espondilite anquilosante é conhecida também como doença de Bechterew, ou doença de Marie-Strümpel. A ligação da Espondilite Anquilosante com o antígeno HLA – B27, foi descrita em 1973, por Brewerton, e o termo espondilartrites foi estabelecido em 1974, por Moll e Wright, dois pesquisadores ingleses. Atualmente, o termo espondilartropatias foi substituído de forma mais adequada por espondilartrites.


Causas




As causas da Espondilite Anquilosante são desconhecidas.A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que espondilite anquilosante ocorre quando o sistema imunológico do corpo passa a atacar suas próprias articulações, por razões ainda não compreendidas. Normalmente, as articulações entre os ossos da coluna e/ou as articulações entre a coluna e o quadril (articulações sacroilíacas), são os primeiros alvos desses ataques.


O papel do gene HLA-B27

No entanto, como muitas outras doenças, acredita-se na existência de uma influência genética no desenvolvimento da espondilite anquilosante. Segundo especialistas, a doença é cerca de 300 vezes mais frequente, em pessoas que possuem um determinado grupo sanguíneo de glóbulos brancos, denominado HLA-B27. Praticamente, 90% dos pacientes brancos com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos. Entretanto, possuir o gene HLA-B27 não determina que a pessoa irá desenvolver espondilite anquilosante, apenas significa uma propensão maior para desenvolver a doença. A teoria mais aceita é de que a doença possa ser desencadeada por uma infecção intestinal em pessoas geneticamente predispostas, portadoras do HLA-B27. Sabe-se também que a espondilite anquilosante não é transmitida por contágio ou por transfusão sanguínea. Pacientes com espondilite anquilosante são atacados pelo próprio sistema imunológico e acometidos por inflamações na coluna. Durante os ataques, o corpo busca se regenerar criando mais osso no lugar das articulações atacadas. Esse processo de inflamação e auto regeneração do corpo funciona para curar pequenas lesões, como uma torção no tornozelo. Mas no caso da espondilite anquilosante, esse processo de regeneração causa um crescimento ósseo no lugar das articulações, levando à junção deles (ossificação). Caso não for tratada, os ossos da coluna e quadril podem ficar completamente fundidos, levando a um enrijecimento e dor, assim como deformidades ou dificuldade para se movimentar.Agendar sua Avaliação
Espondilite anquilosante: Prevalência

Estudos mostram que cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 terão espondilite anquilosante. Apesar disso, a maioria nunca será diagnosticada, pois ela se apresentará de forma mais branda. Como o HLA-B27 está presente em 7% a 10% da população, pouco mais de um em 100 indivíduos apresentará a doença. Filhos de pacientes com espondilite anquilosante possuem riscos muito reduzidos de apresentar a doença (até 15%) comparados às chances de 85% de gerar crianças saudáveis, sem a doença. Mesmo entre os 15% que sofram da doença, provavelmente apenas um apresentará uma condição severa, o suficiente para interferir em sua vida normal. Pais com espondilite anquilosante não devem testar seus filhos através de exames para verificar a presença do gene o HLA-B27, pois não há como saber qual criança com esse grupo sanguíneo apresentará a doença.
Espondilite Anquilosante Sintomas




Os sintomas da espondilite anquilosante são as dores na coluna.O primeiro sintoma da espondilite anquilosante são as dores na coluna, especialmente na região lombar, podendo irradiar para as pernas. Normalmente, essa dor costuma persistir por mais de três meses, abranda com o movimento e aumenta com o repouso. A maioria das pessoas percebem os primeiros sinais e sintomas da doença entre o final da adolescência até os 30 anos, no entanto a espondilite anquilosante pode iniciar em qualquer idade. É comum também que diferentes sintomas se apresentem, e as pessoas sintam diferentes níveis de desconforto e redução de mobilidade. Algumas pessoas com espondilite anquilosante vivem anos achando que possuem apenas costas rígidas, sem saber que podem ter uma doença autoimune. Tais sintomas aparecem lentamente ou insidioso durante algumas semanas, e podem desaparecer espontaneamente (são intermitentes) e recidivar depois de algum tempo.


Evolução dos sintomas

No início, a espondilite anquilosante costuma causar dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna. Geralmente, um lado fica mais doloroso que o outro. Outros sintomas incluem rigidez matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia, o comprometimento progressivo da mobilidade da coluna que vai enrijecendo (anquilose) e aumento da curvatura da coluna na região dorsal. Quando o sistema imunológico é “ativado”, e passa a atacar a coluna e as articulações, a sensação é similar à de uma gripe, fazendo a pessoa se sentir muito cansada, perder o apetite, peso e podendo até ter anemia. Já a inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor no peito ao redor das costelas, que piora com a respiração profunda devido à diminuição da expansibilidade do tórax. Neste caso, não se deve fumar, pois os pulmões quando não podem expandir normalmente ficam ainda mais suscetíveis a infecções. Com a evolução da doença, a tendência é a dor tornar-se mais intensa, especialmente à noite. Com o passar do tempo, a inflamação causada pela espondilite anquilosante pode também avançar para outras regiões da coluna e outras partes do corpo, como quadril, ombros, joelho, calcanhar (tendão de Aquiles) ou na parte de baixo dos pés (fasceíte plantar).
Espondilite anquilosante ​Diagnóstico




A espondilite anquilosante é mais facilmente diagnosticada pelo reumatologistaA espondilite anquilosante é mais facilmente diagnosticada pelo reumatologista, médico especializado em artrites e doenças autoimunes. Normalmente, seu diagnóstico é baseado no histórico do paciente, conjunto de sintomas descritos por ele (dor nas nádegas e dor nas costas) e exames físicos. Durante o exame físico, o médico examina as costas e procura por espasmos musculares, focando na postura e na mobilidade, examinando também outras partes do corpo para encontrar outras evidências. De posse de todas essas informações, são pedidos exames sanguíneos, aliados à exames de imagem (raios-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) das articulações sacroilíacas, da coluna e das juntas afetadas para confirmar o diagnóstico. As alterações características costumam estar nas juntas sacroilíacas (sacroileíte), mas também essas alterações podem levar alguns anos para desenvolver-se. Portanto, podem não ser notadas na primeira consulta. Por isso, o médico avaliará o paciente com relação à anemia e aos testes da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) e proteína C Reativa (PCR), que informam quão ativa a doença está.


Espondilite anquilosante vs. outros problemas de coluna

A dor na coluna é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos. No entanto, nem todas as pessoas com dor na coluna têm espondilite anquilosante. Por isso, o médico deve reconhecer as diferentes causas em cada paciente. As causas mais frequentes de dor na coluna são distensões ou entorses, que podem ocorrer em qualquer idade. Uma hérnia de disco é outro exemplo de causa de dor na coluna. Em pacientes idosos, problemas degenerativos como a osteoartrite, comumente afetam a coluna. Ao procurar o médico devido a dor na coluna, ele precisa determinar se o paciente tem artrite inflamatória e que se trata da espondilite anquilosante, ou se é uma das frequentes causas mecânicas. Pois o tratamento para ambas é diferente. O diagnóstico é feito através de um exame físico e dos sintomas, aliados à alguns exames de sangue e radiografias da bacia e coluna.
A importância do diagnóstico precoce

Apesar do diagnóstico precoce ser muito importante para determinar o melhor tratamento, muitos pacientes só foram diagnosticados vários meses ou anos após o início dos primeiros sintomas. No entanto, não há nenhum teste diagnóstico que possa ser solicitado no início da dor na coluna. Porém, os sintomas do paciente, que são diferentes das dores de coluna comuns, devem determinar o diagnóstico da espondilite anquilosante. A presença do gene HLA-B27 sozinho não determina o diagnóstico, embora ajuda em determinados pacientes, visto que cerca de 90% dos pacientes com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos. No entanto, esse é um exame caro e de difícil acesso, e atualmente se considera os exames de imagem (radiografia, mapeamento, tomografia e ressonância magnética) mais recomendáveis para detectar precocemente a inflamação das articulações sacroilíacas, que normalmente ocorre na fase inicial da espondilite anquilosante.
Espondilite Anquilosante: Progressão

A espondilite anquilosante se manifesta de forma diferente nas pessoas. Ou seja, um caso nunca é igual ao outro. Após a fase ativa em que as juntas estão mais inflamadas, a doença pode se tornar bem menos ativa ou mesmo totalmente inativa. Isto é, os sintomas podem surgir e desaparecer com o tempo e por longos períodos. Em alguns casos, os ossos das vértebras da coluna crescem, formando pontes entre as vértebras, às vezes envolvendo completamente as juntas. Com isso, as juntas ficam impedidas de movimento, causando a rigidez denominada anquilose. Assim, a coluna lombar enrijece, bem como a região posterior superior do pescoço. Por isso, é muito importante manter uma boa postura. Outras pessoas podem ter apenas uma série de leves dores e desconfortos, durante vários meses, sendo mais comum nas mulheres. Nesse estágio, a doença pode tanto desaparecer, como prosseguir causando rigidez na coluna dorsal ou mesmo no pescoço.
Órgãos e tecidos afetados pela espondilite anquilosante

Em casos mais graves, a espondilite anquilosante pode afetar outros órgãos e tecidos além da coluna lombar. São eles:
Articulações da coluna vertebral

Quando a espondilite anquilosante acomete as articulações da coluna vertebral ocorre inflamação das articulações da coluna e causa dores e rigidez matinal. A doença começa nas juntas entre o sacro e a pélvis, denominadas juntas sacroilíacas (sacroíleite).
Outras articulações

Quando acomete outras articulações causando inflamação das articulações dos quadris, ombros, joelhos e tornozelos com efeitos similares aos da coluna. Pode haver um período de dor na junta, talvez até com a ocorrência de algum inchaço, porém o tratamento alivia os sintomas.
Ossos

Algumas vezes, ocorrem dores em ossos que não fazem parte da coluna, como o osso do calcanhar, tornando–se desconfortável ficar em pé em chão duro (Fascíte Plantar), e o osso ísquio da bacia, tornando as cadeiras duras muito desagradáveis.
Olhos (uveíte ou irite)

Inflamação da região colorida do olho (íris), ocorrendo em um a cada sete pacientes. Os pacientes apresentam olhos avermelhados e doloridos, devendo procurar um médico o mais rápido possível, pois leva à danos permanentes.
Coração, pulmão e sistema nervoso central

Essas são complicações raras, afetando menos de um entre cem pacientes. A inflamação pode afetar as válvulas do coração, as articulações ou os discos entre as vértebras, podendo assim comprimir um nervo ou a medula óssea, causando dormência, fraqueza muscular ou dores. O pulmão raramente é diretamente afetado, mas pode ocorrer uma fibrose na sua parte superior. Além disso, o pulmão pode ser indiretamente comprometido pela diminuição da expansibilidade da caixa torácica.
Pele

Psoríase, uma condição inflamatória comum da pele, caracterizada por episódios frequentes de vermelhidão, coceira e presença de escamas prateadas, secas e espessas.
Intestino

A colite, ou inflamação do intestino, pode também estar associada à espondilite anquilosante em alguns pacientes.
Espondilite Anquilosante e Entesites

A entesite é um processo inflamatório da entese, nome dado ao local da ligação do músculo, tendão ou ligamento ao osso, ou seja, é o ponto de inserção entre eles. Nesse processo, as enteses locais ficam dolorosas e inflamadas. O desenvolvimento da entesite tem sido associado à presença do gene HLA B27, outro gene fortemente ligado à espondilite anquilosante. Frequentemente, as duas condições ocorrem juntas, entre 25 e 58% dos casos. Na verdade, essa ligação é tão forte que a entesite foi definida como uma característica da espondilite anquilosante. Entesite pode atacar em qualquer lugar onde o osso é ligado ao tendão. Normalmente afeta locais comumente associados à espondilite anquilosante. Por exemplo, a pelve e a região lombar. No entanto, a sensação de entesite também pode ser experimentada na periferia – os joelhos, calcanhares (local mais frequente) e solas dos pés (fascíte plantar). Isso significa que a dor pode ocorrer em qualquer uma dessas áreas, bem como na parte inferior das costas, podendo também ser sinais de alerta de espondilite anquilosante.
Espondilite anquilosante: Tratamento




A espondilite anquilosante não tem cura, mas tem tratamento.A espondilite anquilosante não tem cura, e embora costume ser menos ativa conforme o avanço da idade, o paciente deve estar ciente de que o tratamento é para sempre. Portanto, o objetivo do tratamento é controlar a doença, aliviando os sintomas dolorosos e reduzindo o risco de deformidades. Assim como melhorar a mobilidade da coluna onde estiver rígida, permitindo ao paciente ter uma vida normal. Para tanto, recorre-se tanto ao uso de medicamentos quanto a sessões de fisioterapia, correção postural e exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente. Além disso, a cirurgia pode ser necessária caso haja necessidade de substituir a articulação do quadril. Dentre os medicamentos mais indicados estão os anti-inflamatórios não-esteroides, os analgésicos e os relaxantes musculares, para o alívio da dor e da rigidez. Caso não haja resposta, recorre-se aos medicamentos modificadores da doença ou os biológicos, dependendo da manifestação da doença predominante. A sulfasalazina, por exemplo, tem-se mostrado eficaz para retardar a evolução da doença. O acompanhamento fisioterápico é fundamental para manter um programa de exercícios posturais e respiratórios, a fim de fortalecer os músculos e favorecer a mobilidade das juntas. Portanto, o exercício é fundamental no tratamento, e deve ser guiado por um fisioterapeuta, pois não se permite a prática de qualquer exercício.


Princípios de tratamento

Parte do tratamento da espondilite anquilosante é cuidar da saúde e da postura, evitando o excesso de peso e de cansaço por longos períodos de trabalho ou por excesso de compromissos. Portanto, para que o tratamento seja eficaz, é necessários obedecer os seguintes princípios:
Tomar cuidado com a saúde em geral e manter uma dieta equilibrada;
Insistir nos exercícios que visem a manutenção da postura e mobilidade das juntas afetadas pela doença. Portanto, uma boa postura é extremamente importante no trabalho, no lazer e até dormindo;
Consultar o médico em caso de necessidade de medicamentos para alívio da dor na fase aguda;
Evitar medicamentos para controlar a dor, pois uma vez controlada, será possível aplicar um programa regular de exercícios capazes de controlar a dor, fazendo com que os remédios se tornem cada vez menos necessários.
Tratamento medicamentoso convencional

O uso de analgésicos para aliviar a dor, assim como anti-inflamatórios e relaxantes musculares para ajudar na inflamação são bastante úteis no tratamento, especialmente na fase aguda. Existem várias substâncias capazes de reduzir ou eliminar a dor, que permitem ao paciente uma boas noites de sono e seguir com um programa de exercícios. Alguns dos medicamentos mais novos são criados para serem efetivos durante a noite e durante a primeira parte do dia. Caso não surtirem efeito, os modificadores da evolução da doença (DMARD/DMCD), como a sulfasalazina e o metotrexato são também prescritos. Segundo alguns estudos, o uso contínuo de anti-inflamatórios não-hormonais (AINE, AINHs) pode reduzir a progressão radiológica da espondilite anquilosante, por isso também são considerados modificadores de doença. Passada a fase aguda da doença, a maioria dos pacientes não necessita de remédios, uma vez que um programa regular de exercícios seja incorporado ao tratamento. Assim, os remédios passam a ser esporádicos, apenas usados quando os sintomas aparecerem. Em alguns casos, pode ser necessário um tratamento contínuo com doses reduzidas de medicamentos.
Terapias biológicas

Terapias biológicas representam um significativo avanço no tratamento da espondilite anquilosante, que não responderam de forma positiva ao tratamento convencional. A terapia biológica consiste em injeções subcutâneas ou intravenosas de medicações que combatem a dor, inflamação e as alterações da imunidade. As medicações são à base de anticorpos monoclonais, proteínas de fusão celular, anti-interleucinas e bloqueadores da coestimulação do linfócito T. Todas essas substâncias são capazes de inativar, com precisão e segurança, determinados alvos constituídos por células, citocinas e mediadores imunes presentes de forma anormal na circulação dos portadores de espondilite anquilosante.
Alternativas caseiras

Existem também algumas medidas caseiras que podem ajudar no alívio da dor e rigidez. Um banho quente deixando cair a água sobre a área afetada, compressas com bolsa de água quente ou um cobertor elétrico podem ser suficientes.
Acupuntura

Embora não haja provas de que a acupuntura seja efetiva no tratamento da espondilite anquilosante, essa terapia também costuma apresentar bons resultados para o alívio da dor crônica.
Cirurgia

Normalmente, a cirurgia só é recomendada quando é preciso restaurar os movimentos das juntas do quadril danificadas (artroplastia). Muito raramente, para posicionar corretamente as costas ou o pescoço de quem ficou muito afetado pela doença a ponto de não conseguir olhar para frente.
Exercícios

O objetivo dos exercícios no tratamento da espondilite anquilosante é conscientizar o paciente da postura, especialmente com relação às suas costas, e encorajar o movimento livre de algumas juntas, particularmente ombros e quadris. Exercícios são importante para a saúde em geral, ajudando também a manter as articulações funcionando adequadamente, além de protegê-las através do fortalecimento dos músculos ao seu redor. Movimentos reduzidos, mesmo por curto período de tempo, costuma enfraquecer os músculos, podendo levar muito tempo para reconstruí-los. A quantidade e intensidade de exercícios vão depender do nível da doença.
Fisioterapia

Provavelmente, em algum momento, o paciente terá que fazer um tratamento com fisioterapeuta. As sessões de fisioterapia irão consistir em uma rotina de exercícios que deverão ser praticados todos os dias. Os exercícios são indicados com base nas necessidades individuais de cada um. A Fisioterapia tem se mostrado importante para melhorar os resultados de longo prazo. O tipo correto de alongamento e exercícios podem reduzir a rigidez nas costas, especialmente pela manhã quando é pior, melhorando também a postura e ajudando a garantir que as articulações das costas funcionem corretamente. Um fisioterapeuta treinado em artrite é a pessoa mais adequada para ajudar a desenhar um programa de exercícios customizado para as necessidades do paciente com espondilite anquilosante.
Como conviver com a espondilite anquilosante




É possível conviver com a espondilite anquilosante.Apesar de a espondilite anquilosante não ter cura, há tratamentos que podem aliviar as dores e sintomas para facilitar a vida de quem tem a doença. É perfeitamente possível desempenhar tarefas diárias e levar uma rotina normal quando se tem uma consciência melhor da doença para ajustar-se à ela de forma adequada.


Trabalho

A dor e a rigidez causada pela artrite podem impor algumas limitações de atividades diárias. No entanto, existem muitas coisas que podem ser feitas para reduzir o impacto da doença no trabalho. Recomenda-se ajustar a posição da cadeira e da mesa para uma postura mais adequada e o assento do veículo para uma direção mais confortável. Normalmente, pacientes com espondilite anquilosante são capazes de desempenhar muitos trabalhos, sejam intelectuais, semiqualificados ou braçais, embora os trabalhos intelectuais sejam os de maior adaptação. Um emprego em que se possa alternar entre sentar-se, andar e permanecer em pé seria o ideal para não sobrecarregar as juntas. Já o menos adequado seria algo que tivesse que se curvar ou agachar sob uma bancada por horas seguidas. Os trabalhos extenuantes podem piorar o prognóstico da espondilite anquilosante.
Álcool e tabagismo

Álcool não é recomendado para quem tem espondilite anquilosante, principalmente porque certos medicamentos utilizados no tratamento não podem interagir com álcool. Fumar pode piorar os sintomas da doença e tornar o tratamento ainda mais difícil. Além disso, tanto o tabagismo como a inflamação crônica causada pela espondilite anquilosante aumentam o risco cardiovascular, ou seja de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame).
Viagem

Geralmente, pessoas com espondilite anquilosante podem viajar, desde que consultem seu reumatologista. É importante o planejamento com antecedência para uma viagem mais segura e tranquila.
Sexo

Apesar da espondilite anquilosante não afetar diretamente a libido, a dor, a fadiga e dificuldades emocionais podem afetar a vida sexual. Ou, em alguns casos, pode dificultar caso o quadril seja afetado. Neste caso, a artroplastia do quadril pode ser consideravelmente útil na liberação dos movimentos.
Gravidez

Mulheres grávidas com espondilite anquilosante não correm riscos e nem causará danos ao bebê. No entanto, diferentemente de outras formas de reumatismo, a espondilite anquilosante não melhora durante este período. Geralmente, o parto pode ser até normal, mas, eventualmente, a cesariana se faz necessária caso as juntas do quadril estejam muito rígidas.
Dieta

Infelizmente, não existe uma dieta específica que evite o progresso da espondilite anquilosante, mas uma dieta equilibrada e saudável é sempre bem vinda. Além disso, nenhuma medicação natural provou ser eficaz no tratamento da doença. É importante ressaltar que apenas o médico pode saber se suplementos ou terapias alternativas irão interagir com as medicações utilizadas no tratamento da doença.
Dirigir automóvel

Pessoas com espondilite anquilosante precisam efetuar paradas de 5 minutos e sair do carro para espreguiçar quando dirigem por longas horas. Alguns pacientes com rigidez do pescoço e de outras partes da coluna têm dificuldades em estacionar e dar marcha-ré. Nestes casos, é possível utilizar ou adaptar espelhos especiais para auxiliar o motorista. Apoios para a cabeça também podem ajudar a evitar lesões no pescoço devido à desaceleração repentina. O pescoço enrijecido de um paciente com espondilite anquilosante é lesionado mais facilmente do que um pescoço normal. Recomenda-se usar um emblema de motorista deficiente no carro para alertar outros motoristas.


O QUE É A ESCLERODERMIA?



A esclerodermia, cujo nome é derivado das palavras gregas skleros (endurecido) e derma (pele), é um doença de pele de origem autoimune, caracterizada, como o próprio nome sugere, por um progressivo enrijecimento da pele.

Quando além das características lesões da pele, o paciente também envolvimento de vasos sanguíneos e órgãos internos, chamamos a doença de esclerose sistêmica. Muitos médicos, porém, utilizam os termos esclerodermia e esclerose sistêmica de forma intercambiável.

O fato é que a esclerodermia pode ser considerada um conjunto de doenças que apresentam manifestações clínicas distintas, mas que estão ligadas pela presença do enrijecimento da pele.

CAUSAS

A esclerodermia é uma doença relativamente rara, que acomete cerca de 200 a 300 pessoas a cada 1 milhão de habitantes. Sua origem é autoimune, ou seja, é uma doença na qual o nosso sistema imunológico de forma inapropriada ataca as nossas próprias células. O mecanismo exato de como a doença se desenvolve é bem complexo e ainda não está totalmente esclarecido. Sabemos, porém, que a doença é o resultado de três processos patológicos distintos:

  • Lesões inflamatórias das pequenas artérias e arteríolas.
  • Anormalidades na resposta imunológica frente a essas lesões vasculares.
  • Produção excessiva de colágeno, que se deposita na pele e nos órgãos internos, levando ao seu espessamento e enrijecimento.

Não sabemos ainda o motivo pelo qual a esclerodermia surge, mas a suscetibilidade genética parece desempenhar um papel relevante. O problema é que a genética sozinha não é suficiente para que a doença surja. A teoria atualmente mais aceita é a de que pessoas geneticamente susceptíveis, ou seja, pessoas que carregam determinados genes, quando são expostos a determinados fatores ambientais, sejam eles infecções ou substâncias químicas, ativam o gatilho que desencadeia os processos patológicos que levam, em última análise, à esclerose sistêmica.

Algumas bactérias e vírus podem apresentar proteínas que são semelhantes àquelas presentes no nosso corpo. Em pessoas susceptíveis, o sistema imunológico pode tentar criar anticorpos contra essas proteínas virais ou bacterianas, mas, de forma equivocada, acaba por criar anticorpos contra as nossas próprias proteínas. Infecções por citomegalovírus, parvovírus B19 e herpes vírus 5 são alguns dos gatilhos sugeridos.

O mesmo processo pode ser desencadeado pela exposição ocupacional a certas substâncias químicas, como a sílica ou produtos derivados do petróleo (cloreto de vinila, tricloroetileno, tolueno, resinas, benzeno ou tetracloreto de carbono). Também há relatos de desenvolvimento de esclerodermia em pacientes submetidos à quimioterapia com bleomicina.

CLASSIFICAÇÃO DA ESCLERODERMIA

A esclerodermia costuma ser dividida em duas formas, de acordo com o grau de acometimento dos órgãos internos:

Esclerodermia localizada

A esclerodermia localizada é uma doença que se restringe à pele, podendo em alguns casos se estender até músculos, articulações e ossos. A esclerodermia localizada não apresenta envolvimento de órgão internos nem lesões vasculares graves.

A esclerodermia localizada é subdividida em:

a) Esclerodermia linear – é uma forma comum em crianças, caracterizada por lesões de espessamento da pele em bandas ou linhas, que são localizadas no tronco ou membros e costumam ficar restritas a apenas uma metade do corpo. Uma forma típica de esclerodermia linear é a chamada lesão em “golpe de sabre”, que é um espessamento da pele que costuma surgir na região do crânio e parece ter sido feito por um golpe de espada.

b) Morféia – é a forma clínica mais comum e se apresenta como zonas de pele espessada, geralmente de forma oval, com centro mais esbranquiçado e bordas violáceas. Com o tempo, as lesões podem se tornar mais acastanhadas. Estas lesões surgem com mais frequência no tronco e nos membros.

A morféia generalizada é uma forma mais grave, com múltiplas placas espessadas que acometem extensas áreas da pele, que podem ter uma coloração mais esbranquiçada ou amarelada, sendo habitualmente mais claras que as áreas de pele saudável.

Esclerose sistêmica

A esclerose sistêmica é a forma mais grave da doença, havendo não só acometimento da pele, mas também de vasos sanguíneos e órgãos internos. A esclerose sistêmica pode ser subdividida em três formas:

a) Esclerose sistêmica cutânea difusa – Além do acometimento da pele, que costuma ser bastante difuso, porém restrito às regiões centrais do corpo, como tronco e início dos membros, essa forma de esclerodermia também pode afetar vários órgãos internos, como pulmões, coração, sistema gastrointestinal e rins. Este tipo de esclerodermia é bem grave e, se não for tratada, costuma ser fatal.

b) Esclerose sistêmica cutânea limitada – Nessa forma de esclerodermia, o acometimento da pele costuma ser mais periférico, ficando restrito a mãos, antebraços, pernas, face e pescoço. Partes centrais, como tronco, braços e coxas costumam ser poupados.

O atingimento dos órgãos internos costuma ser mais tardio e tende a ficar confinado, quase sempre, ao tubo digestivo e aos pulmões.

A esclerose sistêmica cutânea limitada costuma causar a chamada síndrome CREST, que é um acrônimo em inglês para as seguintes complicações: Calcinose (depósitos de cálcio na pele); fenômeno de Raynaud (alterações vasculares que provocam isquemia e mudanças temporárias na cor dos dedos), Esôfago (alterações na motilidade do esôfago), eSclerodactilia (Sclerodactyly em inglês – espessamento e enrijecimento da pele dos dedos, como na foto que abre este artigo) e Telangiectasias (vasos capilares finos, vermelhos ou violáceos que se aglomeram na superfície da pele).

c) Esclerose sistêmica sine esclerodermia – É uma forma rara, na qual o paciente tem o quadro de esclerose sistêmica, mas sem o acometimento da pele.

SINTOMAS


Esclerodermia localizada

Os sintomas da esclerodermia dependem da forma de doença que o paciente tem.

Na esclerodermia localizada, os sintomas praticamente se restringem à pele. A maioria dos pacientes com morfeia desenvolve apenas uma ou duas lesões, que consistem em espessamento, enrijecimento e mudanças de cor da pele. Essas alterações podem durar anos, mas tendem a melhorar. Essa forma de esclerodermia é branda e o prognóstico a longo prazo é muito bom, pois a doença torna-se inativa, ficando o paciente curado.

Na morféia generalizada, o número de lesões de pele é maior e elas tendem a se confluir, acometendo grandes áreas do corpo. Lesões que causam desfiguração podem ocorrer, e mesmo quando há melhora espontânea após alguns anos, as manchas tendem a ser persistentes.

A esclerodermia linear é mais comum em crianças e adolescentes. Cerca de 80% dos pacientes têm menos de 20 anos. A cada 5 pessoas acometidas, 4 são mulheres.

A esclerodermia linear tem um potencial de complicações maior que a morféia. O espessamento da pele pode ser profundo, o que em crianças pode comprometer o crescimento de ossos e articulações. A esclerodermia linear costuma permanecer ativa por dois a cinco anos, mas em alguns pacientes ela pode durar mais tempo. A esclerodermia em golpe de espada é a forma que tem maior potencial de provocar lesões desfigurantes, pois ela afeta preferencialmente a face e o crânio.

Ao contrário da morféia, a esclerodermia linear pode recorrer mesmo após um longo período de inatividade.

Esclerose sistêmica

Também na esclerose sistêmica os sintomas cutâneos são os mais comuns. Entre eles, um que está presente em quase todos os casos é o chamado fenômeno de Raynaud.

O fenômeno de Raynaud é distúrbio vascular, definido como alterações sequenciais de cor que ocorrem geralmente nos dedos das mãos, precipitados por frio, estresse ou simplesmente mudanças de temperatura ambiente. As alterações de cor seguem a seguinte ordem:

  1. Palidez: a mão fica mais branca por uma súbita vasoconstrição arterial, que diminui o aporte de sangue.
  2. Acrocianose: a mão fica azulada ou arroxeada, conforme a falta de sangue vai se prolongando.
  3. Hiperemia de reperfusão: a mão fica avermelhada e quente devido à súbita vasodilatação e restabelecimento da circulação normal de sangue


É importante destacar que o fenômeno de Raynaud também pode ocorrer em pessoas que não tenham esclerodermia.O fenômeno de Raynaud pode surgir vários anos antes do início dos sintomas da esclerose sistêmica cutânea limitada. Já na esclerose sistêmica cutânea difusa, o seu surgimento costuma ocorrer junto com o restante do quadro clínico. Em alguns casos, a fase de isquemia pode ser grave e levar à necrose das pontas dos dedos.

Além do Raynaud, outras alterações de pele da esclerose sistêmica são:

  • Espessamento e enrijecimento da pele, criando um aspecto de pele lisa, brilhante e dura.
  • Coceira – mais comum nos estágios iniciais da doença.
  • Inchaços – também mais comum nos estágios iniciais da doença.
  • Hiperpigmentação ou despigmentação da pele ( pele em “sal e pimenta”).
  • Perda de cabelo.
  • Esclerodactilia.
  • Úlceras nos dedos.
  • Dor na ponta dos dedos.
  • Telangiectasias.
  • Calcinose cutânea.

Além da lesão de pele, que é praticamente universal a todos os tipos de esclerodermia, o paciente com esclerose sistêmica também costuma apresentar uma gama de outros sintomas. Entre os mais comuns, podemos citar:

  • Fadiga (76%).
  • Rigidez das articulações (74%).
  • Perda de força (68%).
  • Dor (67%).
  • Dificuldade para dormir (66%).

Em relação ao acometimento dos órgãos, os mais comuns são:

  • Alterações da motilidade do esôfago, com dificuldade para engolir.
  • Esofagite.
  • Refluxo gastroesofágico.
  • Diarreia.
  • Prisão de ventre.
  • Incontinência fecal.
  • Hemorragia digestiva.
  • Doença intersticial pulmonar.
  • Hipertensão pulmonar.
  • Câncer de pulmão.
  • Insuficiência renal aguda.
  • Hipertensão maligna.
  • Arritmias cardíacas.

TRATAMENTO

Não existe tratamento que leve à cura da esclerodermia. Como já referido as formas limitadas à pele podem ter regressão espontânea após alguns anos.

Já a esclerose sistêmica é uma doença de evolução lenta, mas permanente. O seu tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas e reduzir a atividade da doença.

Os fármacos utilizados dependem dos sintomas que o paciente têm, por exemplo:

  • Vasodilatadores, como a nifedipina, costumam ser usados para tratar o fenômeno de Raynaud.
  • Inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol, ajudam nos sintomas gástricos e do refluxo.
  • Anti-inflamatórios e corticoides em doses baixas ajudam na dor e na rigidez articular.
  • Imunossupressores, como metotrexate ou micofenolato mofetil, ajudam a reduzir os danos da pele e órgãos causados pelo sistema imunológico.
  • Anti-hipertensivos para tratar a hipertensão.

Não existe nenhum tratamento que seja universal para todos os tipos de esclerodermia. Cada tratamento deve ser instituído de forma individual, de acordo com os sintomas e o tipo de envolvimento de órgão existente em cada paciente

Doenças Autoimunes




Doenças Autoimunes






Doenças autoimunes são doenças que atacam o sistema contra uma estrutura do próprio organismo, ou seja, uma resposta autoimune. Todo mundo aprende na escola que o sistema imunológico existe para combater ameaças externas, como vírus e bactérias. Ao "visualizar" esses agentes, produz anticorpos com o objetivo de atacá-los. Em alguns casos, no entanto, o general desse exército confunde células do próprio organismo com invasores.

Os mecanismos imunológicos que ocasionam a lesão dos órgãos nessas doenças é algo que médicos e cientistas até compreendem bem. Já o que leva o sistema imunológico a se reverter, destruindo algo que teoricamente deveria ser protegido, ainda é um mistério, ou "a pergunta que vale um bilhão de dólares", como diz o médico Freddy Eliaschewitz, consultor da ADJ Diabetes Brasil.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos EUA, mais de uma centena de doenças crônicas têm origem em uma resposta autoimune. Mas, apesar do processo em comum, cada doença autoimune tem suas próprias características, ritmo evolutivo e sintomas específicos. É por isso que não existe um médico especialista em "autoimunidade

As doenças autoimunes (DAI) são distúrbios orgânicos que envolvem o nosso sistema imunológico e nossos órgãos. Esses desequilíbrios podem acometer a fisiologia de nosso corpo, atingindo o seu funcionamento em várias partes dele, tais 


o sistema nervoso
os aparelhos digestivo e respiratório
pele
sangue
olhos
articulações
glândulas endócrinas, entre outros

O que caracteriza as doenças auto-imunes é que o sistema imunitário, para proteger os órgãos acometidos, os ataca para eliminar a doença.



As doenças autoimunes atingem mais as mulheres e existem evidências, não comprovadas cientificamente, que a hereditariedade pode influir na causa dessa enfermidade.

É difícil de diagnosticar as doenças auto-imunes por terem diversos e variados sintomas, envolvendo um ou mais órgãos, exigindo exames específicos, para ter um resultado mais claro do diagnóstico e do tratamento.



A doença autoimune leva à produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.

A lista das doenças autoimunes

  1. Diabetes tipo 1
  2. Lúpus
  3. Artrite reumatoide
  4. Doença de Crohn
  5. Esclerose múltipla
  6. Vitiligo
  7. Tireoidite de Hashimoto- HIPOTIREOIDISMO
  8. Doença de Graves-HIPERTIREOIDISMO
  9. Psoríase
  10. Púrpura trombocitopênica idiopática-(PTI))
  11. Hepatite autoimune
  12. Síndrome de Guillain-Barré
  13. Granulomatose de Wegener
  14. Vasculites
  15. Miastenia gravis
  16. Doença celíaca-Enteropatia por glúten
  17. Esclerodermia
  18. Doença de Behçet
  19. Anemia hemolítica autoimune
  20. Cirrose biliar primária
  21. Espondilite anquilosante.
  22. Doença de Addison
  23. Síndrome antifosfolipídica autoimune
  24. Dermatite herpetiforme
  25. Febre familiar do Mediterrâneo
  26. Glomerulonefrite por IGA
  27. Glomerulonefrite membranosa
  28. Síndrome de Goodpasture
  29. Síndrome miastênica de Lambert-Eaton
  30. Oftalmia simpática
  31. Penfigóide bolhoso poliendocrinopatias
  32. Púrpura autoimune
  33. Doença de Reiter tireoidite autoimune
  34. Síndrome antifosfolipídica
  35. Espondilite anquilosante
  36. Retocolite ulcerativa
  37. Síndrome de Churg-Strauss
  38. Sarcoidose
  39. Síndrome de Vog-Koyanagi-Harada
  40. Alopecia Areata

Doenças Autoimunes:



As doenças autoimunes (DAI) ocorrem quando nosso sistema imunológico passa a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo atacando, por motivos variados e nem sempre esclarecidos, os  e células sadias do nosso corpo. Essa desordem imunológica é caracterizada pela diminuição da tolerância a substâncias e componentes do próprio organismo, razão pela qual, o corpo confunde suas próprias proteínas com agentes invasores.


Para entendermos melhor essa estranha reação do nosso organismo, é preciso entender um pouco sobre o nosso sistema imunológico.


Existem mais de 100 tipos de doenças autoimunes e nenhuma delas tem cura


HLA e o Sistema Imunológico

O sistema imunológico tem a função de identificar e reagir a organismos estranhos. Este processo é baseado na identificação dos antígenos, a “marca biológica” de cada célula. Quando o organismo reconhece um antígeno estranho, desencadeia uma resposta com o objetivo de destruí-lo. Nos seres humanos, o complexo dos Antígenos Leucocitários Humanos (HLA – Human Leukocyte Antigen) é o responsável por esse minucioso trabalho.

A principal característica do complexo HLA é o seu polimorfismo. O HLA é composto por diferentes locos divididos em Classes I, II e III. Cada classe possui seus respectivos genes e alelos. Sabe-se que mais de 18 mil alelos já foram identificados em todo o mundo (http://hla.alleles.org/nomenclature/stats.html). O entendimento desse polimorfismo é substancial para a compreensão de como o HLA é relacionado com doenças autoimunes, com a evolução das espécies, e, também, para a seleção de doadores em transplantes de órgãos.

O que vem confundindo os especialistas, é porque certas variantes do gene HLA aumentam drasticamente o risco de se desenvolver uma doença autoimune, enquanto outras variantes do HLA fornecem níveis impressionantes de proteção.

Como a incidência de doenças autoimunes está aumentando, outros fatores e sua relação com nosso organismo estão sendo estudados por especialistas. A influência hormonal, a influência de microrganismos presentes em nosso corpo e os fatores ambientais, como a exposição prolongada a produtos químicos, são alguns dos


Entendendo as Doenças Autoimunes

Dados mostram que cerca de 3% a 5% da população em geral é afetada por doenças autoimunes. Sabe-se também que algumas etnias são mais suscetíveis dependendo da doença. Essa susceptibilidade está relacionada com o histórico genético e a fatores ambientais.

Um fato interessante é que 80% dos casos reportados de doenças autoimunes são encontrados em mulheres em idade reprodutiva, mostrando também a importância dos hormônios. Um estudo publicado em abril de 2018 na revista “Science Signaling” mostra que o fato das mulheres apresentarem risco maior de desenvolver uma doença autoimune pode estar relacionado em um receptor de estrogênio localizado em células de defesa do corpo. Esse componente intensifica a ação do estrogênio que leva o sistema imunológico a atacar o próprio organismo. Muitas pesquisas já tinham indicado que o hormonio contribui para o desenvolvimento de doenças autoimunes, mas faltava uma explicação sobre a razão disso. Com esse resultado, é possível pensar em tratamentos para doenças autoimunes com base na inibição do receptor de estrogênio em células de defesa do corpo.

Outro estudo da Universidade de Yale relaciona as reações autoimunes com uma bactéria intestinal chamada Enterococcus gallinarum. A resposta autoimune, diz o artigo publicado na revista científica Science, é acionada quando a bactéria migra espontaneamente do intestino para outros órgãos do corpo, como baço, fígado e gânglios linfáticos. A pesquisa foi feita em ratos geneticamente alterados para serem susceptíveis a doenças autoimunes. Além de identificarem a causa, os pesquisadores desenvolveram um método eficaz de reduzir os sintomas autoimunes. Usando antibióticos ou uma vacina, eles conseguiram reduzir os sintomas por meio da inibição do crescimento da Enterococcus gallinarum. A esperança é que essa pesquisa consiga se desenvolver para tratamentos de sucesso para algumas doenças autoimunes, incluindo a hepatite autoimune e o lúpus.


Como se Manifestam as Doenças Autoimunes

A gravidade de uma doença autoimune depende dos órgãos e tecidos afetados. Glândulas endócrinas são mais frequentemente afetados, como a tireoide e o pâncreas. Componentes do sangue, como glóbulos vermelhos e plaquetas, podem ser comprometidos. Articulações, tecidos conjuntivos, pele e músculos também podem ser alvos dessas doenças. As doenças autoimunes também podem ser sistêmicas, como o lúpus. E muito graves, quando atacam órgãos e estruturas nobres do corpo, como o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneols

Exemplo 1
Diabetes 




no diabetes tipo 1 ocorre uma produção inapropriada de anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao aparecimento do diabetes.


Exemplo 2
Esclerose múltipla 





na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos contra componentes dos neurônios, causando destruição dos mesmos e graves problemas neurológicos.


Exemplo 3

Tireoidite






na tireoidite de Hashimoto, o corpo passa a produzir anticorpos contra a nossa própria glândula tireoide, destruindo-a, levando o paciente a desenvolver hipotireoidismo.

Infelizmente não há como ter precisão nos sintomas de uma doença autoimune. Muitos se assemelham a outras doenças. Outras vezes, a mesma doença pode apresentar sintomas diferentes em duas pessoas, por isso um diagnóstico preciso pode levar em média, cerca de cinco anos. Para algumas doenças, que possuem o marcador genético bem definido, existe a possibilidade do diagnóstico molecular. Porém, o exame é realizado somente para a confirmação efetiva da doença de forma mais precisa, auxiliando na investigação em casos de pacientes que os sintomas clínicos já foram confirmados.


Avanços no tratamento

Cientistas buscam alternativas para o tratamento de pacientes em estágios avançados de algumas doenças autoimunes. Novos remédios biológicos e intervenção genética estão entre as opções que vêm sendo testadas.

Diferentemente de um medicamento sintético, o biológico surge de mecanismos vivos, porções do sistema imunológico e exige um processo de fabricação mais minucioso. Ele tem moléculas maiores, como anticorpos e proteínas e desencadeia respostas mais complexas do sistema de defesa. Mesmo mais dispendiosos, esses medicamentos são uma economia no sentido da efetividade, além de aumentar a qualidade de vida.

Recorrer a técnicas de edição genética também desponta como uma área de pesquisa promissora para as enfermidades autoimunes graves. A interação com o DNA serviria para avaliar se a doença autoimune vai se desenvolver ou para escolher o medicamento mais indicado.

Uma terceira área que está sendo explorada por cientistas é o uso de medicamentos biológicos para intervir antes do estágio crítico da reação autoimune. É testado qual o estágio da doença e colocado anticorpos para agir, fazendo uma espécie de interceptação. O principal objetivo dessa terapia é fazer com que as abordagens se tornem cada vez mais individualizadas.