quarta-feira, 23 de dezembro de 2020


Transtorno da despersonalização: o que é, sintomas e causas 



O transtorno de despersonalização, ou síndrome de despersonificação, é uma doença em que a pessoa se sente desconectada do seu próprio corpo, como se fosse um observador externo de si mesmo. É comum que também haja sintomas de desrealização, o que significa uma alteração da percepção do ambiente que envolve, como se tudo o que está ao redor fosse irreal ou artificial. 

Esta síndrome pode surgir de forma súbita ou gradual, e apesar de poder surgir em pessoas saudáveis, em situações de estresse, cansaço intenso ou consumo de drogas, está muito associada a doenças psiquiátricas, como depressão, transtornos de ansiedade ou esquizofrenia, ou doenças neurológicas como epilepsia, enxaqueca ou lesões no cérebro.

Para tratar o transtorno de despersonificação, é necessário acompanhamento com psiquiatra, que irá orientar o uso de remédios como antidepressivos e ansiolíticos, assim como psicoterapia.

Transtorno da despersonalização: o que é, sintomas e como tratar





Principais sintomas

No transtorno de despersonalização e desrealização, a pessoa processa suas emoções de forma alterada, desenvolvendo sintomas como:

  1. Sensação de que é um observador externo do seu corpo ou que o corpo não lhe pertence;
  2. Noção de que está separado de si próprio e do ambiente;
  3. Sensação de estranheza;
  4. Se olhar no espelho e não se reconhecer;
  5. Ficar em dúvida se algumas coisas realmente aconteceram com elas ou se elas apenas sonharam ou imaginaram estas coisas. 
  6. Estar em algum lugar e não saber como chegou ou ter feito algo e não se lembrar como;
  7. Não reconhecer alguns membros da família ou não lembrar de eventos importantes da vida;
  8. Não ter emoções ou ser capaz de sentir dor, em certos momentos;
  9. Sentir-se como se fossem duas pessoas diferentes, porque mudam muito seu comportamento de uma situação para outra;
  10. Sentir-se como se tudo estivesse embaçado, de tal forma que as pessoas e as coisas parecem estar longe ou pouco nítidas, como se sonhasse acordado.

Assim, nesta síndrome, a pessoa pode ter a sensação de que está sonhando acordado ou que o que está vivendo não é real, por isso, é comum que está síndrome seja confundida com acontecimentos sobrenaturais.

O início do distúrbio pode ser súbito ou gradual, sendo comum haver outros sintomas psiquiátricos como alterações do humor, ansiedade e outros distúrbios psiquiátricos. Em certos casos, a despersonalização pode apresentar episódios únicos, por meses ou anos e, posteriormente, torna-se contínua.

Como confirmar

Em caso de sintomas que indiquem o transtorno de despersonalização, é necessário consultar-se com o psiquiatra, que poderá confirmar o diagnóstico ao avaliar a intensidade e a frequência destes sintomas.

É importante lembrar que não é incomum que alguns dos sintomas que indicam esta síndrome possam acontecer isoladamente, uma vez ou outra, entretanto, caso sejam persistentes ou aconteçam sempre, é necessário preocupar-se.

Transtorno da despersonalização: o que é, sintomas e como tratar

Quem tem mais risco

A síndrome de despersonalização é mais comum em pessoas que apresentam os seguintes fatores de risco:

  • Depressão;
  • Síndrome do pânico;
  • Esquizofrenia;
  • Doenças neurológicas, como epilepsia, tumor cerebral ou enxaqueca;
  • Estresse intenso;
  • Maus tratos emocionais;
  • Longos períodos de privação do sono;
  • Traumas na infância, sobretudo maus-tratos ou abusos físicos e psicológicos.

Além disso, este transtorno também pode ser derivado do consumo de drogas, como cannabis ou outras drogas alucinógenas. É importante lembrar que as drogas, em geral, estão muito associadas ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas. Entenda quais são os tipos de drogas e suas consequências para a saúde.Como é feito o tratamento

O transtorno de despersonalização tem cura, e o seu tratamento é orientado pelo psiquiatra e psicólogo. A psicoterapia é a principal forma de tratamento, e inclui técnicas de psicanálise e terapias cognitivo-comportamental, por exemplo, que são muito importantes para controle das emoções e diminuição dos sintomas. 

O psiquiatra também poderá prescrever medicamentos que ajudam a controlar a ansiedade e as alterações do humor, com medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos, como Clonazepam, Fluoxetina ou Clomipramina, por exemplo. 

INFORMAÇÃO DO AUTOR
Claudia Faria
Claudia Faria
PSICÓLOGA

Psicóloga formada pela Universidade da Madeira (Portugal) em 2009, com cédula profissional nº 11356. Pós-graduada em Psicogerontologia.





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