sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Reflexão



CONFLITO DE VONTADES





A sensação que temos é de que o autor da Epístola aos Hebreus exagera a humanidade de Jesus.

Principalmente quando afirma que, “Embora sendo filho, Ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu” (Hb 5.8).

A obediência supõe um perigoso conflito entre a vontade certa e a vontade errada, entre a vontade contínua e a vontade passageira, entre a vontade soberana e a vontade circunstancial, entre a vontade de Deus e a vontade própria.

De fato, Jesus enfrentou esse conflito de vontades opostas.

Ele teve vontade de comer, mas não realizou o espetáculo de transformar pedras em pães, como o tentador lhe sugerira (Mt 4.2-4).

No início de sua última semana de vida, já em Jerusalém, Ele chegou a considerar a possibilidade de pedir ao Pai que o dispensasse da cruz, mas nem sequer fez a oração desejada, porque, disse, “eu vim exatamente para isto, para esta hora” (Jo 12.27).

No penúltimo dia daquela semana, na sexta-feira de madrugada, na hora H, ali no Getsêmani, “numa tristeza mortal”, Jesus prostrou-se com o rosto em terra e fez a oração mais dramática de todos os tempos:

“Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt 26.39).

Essa mesma oração foi feita outras duas vezes (Mt 26.42-43), sempre com absoluta submissão.

Como não era possível deixar de beber o cálice, Jesus esvaziou prontamente o seu conteúdo.

É por isso que Paulo faz o seu comentário: Jesus “foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8).

A obediência rara de Jesus deve ser praticada por nós.

Não é uma obediência fácil.

Muitas vezes custa um preço muito alto, mas deve ser imitada por seus servos

Transcrito Por Litrazini

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