Aumento incomum do volume do cérebro no primeiro ano de vida pode prever risco de desenvolvimento de autismo, segundo estudo (Foto: CDC/ Julia Whitney, Stephen Griffin)
Exames cerebrais de ressonância magnética podem detectar autismo antes que qualquer sintoma comece a surgir, afirmam pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Atualmente, as crianças podem ser diagnosticadas a partir dos dois anos de idade, mas, em geral, isso costuma ocorrer mais tarde.
O estudo, publicado na revista "Nature", entretanto, mostra que as origens do autismo estão bem antes disso - no primeiro de ano de vida.
As descobertas do estudo podem levar a um diagnóstico precoce e até mesmo a terapias imediatas.
De acordo com o levantamento, uma em cada 100 pessoas tem autismo, condição que afeta o comportamento e interação social. A pesquisa analisou 148 crianças, incluindo aquelas com alto risco de autismo porque tinham irmãos mais velhos com o distúrbio. Todos foram submetidos a exames de ressonância magnética aos seis, 12 e 24 meses de vida.
O estudo revelou diferenças iniciais no córtex cerebral, a parte do cérebro responsável por funções de alto nível - como linguagem por exemplo - em crianças que depois viriam a ser diagnosticadas com autismo.
"Muito cedo, no primeiro ano de vida, vemos diferenças de área de superfície do cérebro que precedem os sintomas que as pessoas associam tradicionalmente com autismo", disse à BBC o médico Heather Hazlett, um dos pesquisadores da Universidade da Carolina Norte.
"Os exames indicam que essas diferenças do cérebro podem ocorrer em crianças com alto risco de autismo", afirma Hazlett. O estudo abre possibilidades para avanços na forma que a doença é tratado e diagnosticada.
Escaneamentos do cérebro de bebês, particularmente em famílias de alto risco, podem levar a um diagnóstico precoce. Acredita-se que, a longo prazo, possam surgir exames de DNA, aplicáveis a todas as crianças, capazes de identificar aquelas em que o risco de ter autismo é alto.
Com a doença diagnosticada cedo, é possível implantar antes terapias comportamentais - como treinar pais a interagir com o filho autista - em busca de resultados mais eficientes.
Intervenção precoce
Outro pesquisador do projeto, Joseph Piven, diz que agora pode ser possível identificar crianças propensas a ter autismo. "Isso nos permite intervir antes que apareçam os comportamentos da doença. Há amplo consenso de que há mais impacto antes que os sintomas tenham se consolidado. O resultado dessa pesquisa é muito promissor", afirmou.
Com a descoberta, os pesquisadores afirmam ser possível prever quais crianças desenvolverão autismo com 80% de precisão.
"É possível que a varredura feita através de ressonância magnética (MRI, sigla em inglês) possa ajudar as famílias que já têm uma criança autista para acessar o diagnóstico anterior de crianças subsequentes. Isso significaria que essas crianças poderiam receber o apoio certo tão cedo quanto possível", diz Carol Povey, diretora da Sociedade Nacional de Autistas da Grã-Bretanha.
A especialista afirma, no entanto, que o autismo pode se manifestar de diferentes maneiras e "nenhum teste único poderia ser capaz de identificar o potencial de autismo em todas as crianças".
Fonte: G1
Exames cerebrais de ressonância magnética podem detectar autismo antes que qualquer sintoma comece a surgir, afirmam pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Atualmente, as crianças podem ser diagnosticadas a partir dos dois anos de idade, mas, em geral, isso costuma ocorrer mais tarde.
O estudo, publicado na revista "Nature", entretanto, mostra que as origens do autismo estão bem antes disso - no primeiro de ano de vida.
As descobertas do estudo podem levar a um diagnóstico precoce e até mesmo a terapias imediatas.
De acordo com o levantamento, uma em cada 100 pessoas tem autismo, condição que afeta o comportamento e interação social. A pesquisa analisou 148 crianças, incluindo aquelas com alto risco de autismo porque tinham irmãos mais velhos com o distúrbio. Todos foram submetidos a exames de ressonância magnética aos seis, 12 e 24 meses de vida.
O estudo revelou diferenças iniciais no córtex cerebral, a parte do cérebro responsável por funções de alto nível - como linguagem por exemplo - em crianças que depois viriam a ser diagnosticadas com autismo.
"Muito cedo, no primeiro ano de vida, vemos diferenças de área de superfície do cérebro que precedem os sintomas que as pessoas associam tradicionalmente com autismo", disse à BBC o médico Heather Hazlett, um dos pesquisadores da Universidade da Carolina Norte.
"Os exames indicam que essas diferenças do cérebro podem ocorrer em crianças com alto risco de autismo", afirma Hazlett. O estudo abre possibilidades para avanços na forma que a doença é tratado e diagnosticada.
Escaneamentos do cérebro de bebês, particularmente em famílias de alto risco, podem levar a um diagnóstico precoce. Acredita-se que, a longo prazo, possam surgir exames de DNA, aplicáveis a todas as crianças, capazes de identificar aquelas em que o risco de ter autismo é alto.
Com a doença diagnosticada cedo, é possível implantar antes terapias comportamentais - como treinar pais a interagir com o filho autista - em busca de resultados mais eficientes.
Intervenção precoce
Outro pesquisador do projeto, Joseph Piven, diz que agora pode ser possível identificar crianças propensas a ter autismo. "Isso nos permite intervir antes que apareçam os comportamentos da doença. Há amplo consenso de que há mais impacto antes que os sintomas tenham se consolidado. O resultado dessa pesquisa é muito promissor", afirmou.
Com a descoberta, os pesquisadores afirmam ser possível prever quais crianças desenvolverão autismo com 80% de precisão.
"É possível que a varredura feita através de ressonância magnética (MRI, sigla em inglês) possa ajudar as famílias que já têm uma criança autista para acessar o diagnóstico anterior de crianças subsequentes. Isso significaria que essas crianças poderiam receber o apoio certo tão cedo quanto possível", diz Carol Povey, diretora da Sociedade Nacional de Autistas da Grã-Bretanha.
A especialista afirma, no entanto, que o autismo pode se manifestar de diferentes maneiras e "nenhum teste único poderia ser capaz de identificar o potencial de autismo em todas as crianças".
Fonte: G1
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