sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Bluna e esclerose múltipla

 

Esclerose múltipla aos 14: "Disseram que eu morreria jovem e não seria mãe"

Arquivo pessoal



Priscila Carvalho

DO UOL VivaBem, em São Paulo


Aos 14 anos, a gaúcha Bruna Rocha começou a sentir um forte formigamento no braço. Em princípio, ela e seus pais acharam que o problema era devido a muitas horas digitando no computador. Após consulta com um ortopedista, o médico descartou qualquer tipo de lesão e orientou a família a procurar um neurologista.

O primeiro passo foi fazer uma ressonância magnética, que não permitiu "fechar" qualquer diagnóstico. Foram semanas atrás de um resultado para tentar identificar o problema. Enquanto isso, Bruna foi piorando e perdeu os movimentos

Depois de seis meses, ela foi diagnosticada com esclerose múltipla e chegou a ouvir dos médicos que nunca poderia ser mãe, que talvez precisasse interromper os estudos e que teria uma expectativa de vida baixa. "Antes de descobrirem o problema, um médico chegou a dizer para minha família que era frescura de adolescente", diz Bruna.

Esclerose 2 - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Quando tinha crises fortes, ela perdia o equilíbrio, sentia formigamentos por quase 24 horas e até perdia da visão por alguns dias. Só voltava a enxergar normalmente depois de vários dias usando corticoides. Nessa fase, chegou a entrar em depressão e dependia dos pais para fazer tudo. Foram meses no hospital sem saber o que a doença poderia ocasionar. "Pensava que nunca iria poder trabalhar. Que jamais faria uma faculdade ou terminaria meus estudos".

Mesmo tendo um prognóstico bem pessimista, ela não deixou de acreditar nos tratamentos e começou a usar os remédios específicos para o problema. Além disso, fez uso de pulsoterapia, tratamento com altíssimas doses de corticoide durante cinco dias para combater a inflamação no organismo.

Depois de um tempo, a gaúcha descobriu que sua esclerose múltipla era do tipo remitente recorrente. Nesses casos, normalmente, o paciente consegue recuperar os movimentos em até 100%. Isso começou a acontecer aos poucos e, em 2010, ela já estava andando de bengala. Depois, em 2015 estava praticamente livre de todos os sintomas e não apresentava mais nenhum tipo de crise.

Bruna se casou e conseguiu engravidar

Esclerose 3 - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Em 2009, Bruna resolveu fazer um blog sobre a doença, com objetivo de levar esperança às pessoas que recebem o diagnóstico de esclerose múltipla.

Depois de alguns anos escrevendo sobre o tema, conheceu seu atual marido, que também sofria com esclerose múltipla.

Na época, ele buscava mais informações sobre a condição, já que havia pouco conteúdo publicado na internet e grande parte mostrava histórias com finais sempre pessimistas. Além disso, os médicos também não se mostravam animados com a doença.

Esclerose 4 - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Ao receber uma mensagem dele, os dois começaram a conversar, namorar, casaram e, em 2016, tiveram seu primeiro filho. "Eu parei a pílula em março e em abril eu já havia engravidado. Ninguém acreditava, foi lindo", finaliza Bruna.


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